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ESPIRITUALISE: TEMPO CERTO - Autor (a) Texto: Paulo Coelho



De nada adianta querer apressar as coisas
Tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto, mas a natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo, e aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca por pura ansiedade de não aguardar.
Então alguém poderia dizer:
Mas qual é esse tempo certo???
Bom, basta observar os sinais...
Quando alguma coisa está para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano, enviarão sinais indicando o caminho.
Pode ser a palavra de um Amigo, um texto lido, uma observação qualquer; mas com certeza, o sincronismo se encarregará de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação ou da pessoa certa!!!
Basta você acreditar que
Nada Acontece Por Acaso!!!
E talvez seja por isso que você esteja agora lendo essas linhas...
Tente observar melhor o que está a sua volta.
Com certeza alguns desses sinais já estão por perto, e você nem os notou ainda.
Lembre-se que:
O universo sempre conspira a seu favor.
Quando você possui um objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.

DA VINCE: ANJOS E DEMONIOS, A EVOLUÇÃO DO MAL.



De: *Cavaleiro_da_Estrela*

Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick

Samuel Buttler disse uma vez:
"Ninguém nunca ouve a versão do demônio, porque Deus escreveu todos os livros.
Os seguintes retratos do hospedeiro negro podem de alguma forma quebrar esse monopólio. A queda dos anjos rebeldes é um assunto que padres e teólogos tem se esforçado muito para distorcerem. A lenda inteira não passa de uma longa e convencional história."

UM VELHO CONCEITO
Os antigos hebreus atribuíam tudo o que acontecia, seja no céu ou na terra, à um único deus. A evolução de uma poderosa força maligna que era oposta ao Deus Bom, apenas começou duzentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo.
O Velho Testamento de Deus não descreve esses tempos. Ele era sempre o único responsável por tudo o que ocorria no universo, como a divindade indiana, Shiva, camuflando a criatividade e a destruição em um indissolúvel princípio.
Isto é claramente estabelecido em Isaias 45:7 quando Deus diz "Eu formo a Luz e crio as Trevas; eu faço a Paz e crio a Maldade." Mas gradualmente no segundo século depois de Cristo, os hebreus trocaram sua fé de um deus ambivalente, por um deus somente bondoso.
Contudo, houveram muitas variações neste tema, uma crença em um Mal à parte gradualmente se desenvolveu. Este princípio maléfico é completamente distinto da vida, sendo totalmente oposto e alienado da benevolência natural do Todo-Poderoso.

Isto criou um dilema óbvio: Como uma Divindade bondosa que criou a tudo e a todos, incluiu em sua criação um oponente igualmente poderoso que sempre procurou superá-Lo? O resultado foi uma tensão paradoxal ao conceito de um único divino princípio básico em que o cosmo é dividido em dois: o Bom e o Mal.
Enquanto os rabinos tentavam livrar o Judaísmo de antigos conflitos, hoje em dia a doutrina da Igreja Cristã continua turva perante o crescimento de duas idéias essenciais e incompatíveis. E como uma sombra no centro do ciclone está o anjo negro.
A idéia de um mal à parte e dos Anjos Caídos não aparecem no Velho Testamento. Contudo encontramos o há-satan, "O Adversário". Ainda assim havia um substantivo comum que simplesmente significava "um oponente". Era possivelmente o título de um cargo que prossegue nas leis atuais, melhor do que qualquer nome de alguma personalidade diabólica.
O número exato de anjos que são conhecidos por terem se rebelado e foram punidos está no Livro dos Segredos de Enoch. Portanto existe um cânon à parte. Mas na época em que o Novo Testamento foi escrito, a influência de Enoch foi sigilosamente absorvida nas idéias dualistas do persa Zoroaster.


A noção de um hospedeiro caído foi escondida - pedra no dogma cristão. Em Revelações João de Patmos aponta um dedo sem hesitar para Satã, o velho dragão, "E sua cauda desenhou a terceira parte das estrelas (Anjos) do Paraíso e lançou-os na terra..., e Satã que iludiu o mundo inteiro; também foi lançado à terra e os Anjos o proclamaram." João nomeia o indivíduo específico de Satã, que a essa hora é claramente sinônimo do adversário acima citado.
No Velho Testamento a história de Jó não era nem boa muito menos perversa, mas no segundo século depois de Cristo tornou um símbolo de Maldade. Durante os dois seguintes milênios o Príncipe das Trevas solitário foi identificado como Azazel, Mastema, Beelzebub, Beliel, Duma, Sier, Salmael, Gradeel, O Anjo de Roma, Samael, Asmodeus, Mephistopholes, Lúcifer e na tradição Islâmica como Iblis.
Ele também atraiu um número de títulos populares atribuídos ao terror comum que ele provoca dentre eles Capeta, Diabo, Satanás, etc.



A INVENÇÃO DO INFERNO
A idéia de uma forma totalmente demoníaca de um anjo caído foi muito longe da experiência de Enoch de uma gigantesca Grigori. A superestrutura maligna e demoníaca com seu Inferno inteiramente localizado longe dos Pacíficos Portões do Paraíso, é relativamente uma invenção cristã.
Enquanto o conceito de demônios e criaturas monstruosas não foi inteiramente criado na Idade Média, os escritores daquela época certamente relacionaram tais criaturas com o Judaísmo. A inconsciente e negra Europa tinha uma imaginação extraordinária. Era uma era de magia e uma nova preocupação com os mistérios da Alquimia, a Kabbalah e certas áreas de conhecimento que depois se tornariam a proto-ciência.
Em tal atmosfera ambos Anjos e demônios foram invocados por praticantes Sagrados e diabólicos. Os pentagramas secretos abriram-se para revelar o pesadelo de legiões de anjos e demônios de uma coletiva, negra e inconsciente que vomitaram diante de torres majestosas no céu e escuridões profundas.
Para entender a natureza dos anjos que habitam os Reinos dos Trevas, é melhor examinar o retrato da entidade que é o mais enigmático e surpreende anjo de todos - SATÃ. O Inferno é inseparável do Maligno. Essa entidade negra é a antítese completa do arcanjo Miguel. Em algumas tradições o Príncipe do Mal olha através de um espelho negro e o reflexo é seu irmão gêmeo, CRISTO. Não há dúvida que sem o Demônio não haveria necessidade de um Cristo.


SATAN-EL
Conhecido como Lúcifer, Sammael, Mastema, Beliel, Azazel, Beelzebub, Cadreel, Sier, Samael, Mephitopholes e Asmodeus. Muitas autoridades concordam que ele era o único e mais poderoso dos Seraphins, vice-rei ou regente de Deus. Na sua forma original ele é descrito como tendo doze asas. Gregório de Nazianus diz que antes de sua queda ele usou os demais Anjos "como se fossem roupas, obtendo conhecimento e glória."
Mesmo São Jeronimo nos disse que este poderoso anjo um dia será recolocado em sua esplendorosa posição original. Parece conveniente que este Príncipe das Mentiras e Decepções deva se esconder atrás de muitos nomes. Ainda Satã em todos os seus aspectos combina muitas divindades.
Ele tem os chifres, as pernas peludas, cascos e o formidável rigor da antiga e luxuosa divindade da Terra da Madeira, Pan. Ele tem um temível tridente de Deus do Mundo Inferior; a serpente na forma de Leviatã (Apollyon) e as seis asas do incrível Babiloniano espírito Guardião.
Ele é o Malígno e a única Maldade que reúne os sete pecados capitais em um ser:
1. O Orgulho de Lúcifer;
2. A Avareza de Mammon;
3. A Ira da Satã;
4. A Luxúria de Asmodeus;
5. A Gula de Beelzebub;
6. A Vaidade de Leviatã;
7. A Preguiça de Belphegor.
Ele também já foi encontrado atrás de outras máscaras e identidades. Aqui estão apenas algumas tiradas dos arquivos policias do Paraíso:


ABADDON-SATAN
Esse era o nome hebreu de Apollyon, o anjo do Poço sem Fundo. Os hebreus emprestaram dos babilonianos sete modelos de camadas para o mundo inferior para criar a Gehenna, cujo Príncipe das Trevas é também nomeados Arsiel. Isso significa "Sol Negro", o sol negativo e anti-matéria. No poço central no fundo de uma das camadas vive o anjo serpente Apollyon, o Deus grego do Sol caído, Apollo, Rei dos Gafanhotos Demoníacos.
Ele é muito esperado pelas poderosas divindades pagãs que são encontradas no Inferno. A igreja estava preocupada em dizer pela Bíblia de que não existia um mal. Isso significa que os mais reais e interessantes personagens são encontrados nas regiões infernais.


SAMMAEL-SATAN
Este nome é de origem Siméria (SAM siginifica veneno, portanto SAMMAEL significa Aquele Brilhante e Venenoso). Ele é também o Anjo da Morte. Um título especialmente dado à ele como Chefe dos Satãs. Uma explicações para isso pode ser encontrado em Enoch I, onde o escriba registra o relato da primeira testemunha ocular que encontrou o Senhor (En XL:6). Neste encontro Uriel está "discutindo contra os satãs e recusando dar à eles a permissão de ficar diante do Senhor para acusar aqueles da Terra".
No contexto desta passagem, Enoch parece estar se referindo aos satãs como algum tipo de Forças da Lei. Seu papel era de uma polícia angelical que se tornaria pior que a Gestapo e que Enoch chamaria Sammael de Chefe dos Demônios. Conhecido como a grande serpente de doze asas que o perseguiu no Sistema Solar, ele também é acusado de ser a mesma serpente que tentou Eva.
Ele não apenas tentou nossa ancestral mas fez também com que Caim cometesse o crime. Isaías visitando o Paraíso viu os hospedeiros de Sammael brigando e atacando uns aos outros. Cães uivam na noite quando Sammael voa como um pássaro por entre a cidade.


BELIEL-SATAN
O Príncipe-Comandante de Sheol (parte das regiões infernais).
Beliar significa sem valor. O próprio Beliar nos diz no Evangelho de Bartolomeu que "Em primeiro lugar eu era chamado Satanel, que era interpretado como mensageiro de Deus, mas quando rejeitei a imagem de Deus, meu nome foi mudado para Satanás, que é o anjo que guarda o Inferno". Ele não pode resistir a tentação de gabar-se, "Eu era o primeiro dos anjos".
Miguel supostamente era o segundo, Gabriel, o terceiro, Uriel, o quarto, e Raphael, o quinto. O orgulho desse anjo era verdadeiro, pois seus irmãos são conhecidos com Anjos da Vingança.


BELZEEBUB-SATAN
Originalmente Belzeebub era uma divindade Canaanite.
Seu nome significava "Senhor da Casa". Em muitas religiões antigas ele voava perfurando almas a havia uma crença popular de que as mulheres eram criadas por seus vôos. Seu nome em grego significa borboleta.
Como "Senhor dos Vôos", Belzeebub foi o Senhor das Almas. Sem fazer distinção, ele era considerado como o mal-encarnado, Senhor do Caos e chefe dos Demônios por ninguém menos que três dos apóstolos. Cristo supostamente deu o domínio do Inferno a Belzeebub por ajudar na evacuação de Adão e os outros santos durante o tormento do Inferno. Satã recusou deixá-los ir, mas pode ser que o Príncipe da Decepção, que deve ter realizado oposição ao Salvador, por fim pode salvar mascarando-se de Senhor dos Vôos.
George Gurdjieff fez de Belzeebub um extra-terrestre que está mofando em um tedioso exílio, longe da Presença de Seu amado Infinito, e faz da Terra seu estudo particular. Johann Weyer em seu livro Pseudographica Demonica faz dele o Senhor Supremo do Mundo Inferior e grande Pai do Vôo.


AZAZEL-SATAN
De acordo com Enoch, Azazel era outro dos Vigilantes caídos, outras fontes consideram-lo chefe dos Grigori. No conhecimento oculto ele é o demônio com sete cabeças de serpente, cada uma com duas faces. Ele é também conhecido por ter doze asas.
De acordo com os conhecimentos rabinos e os islâmicos, Azazel foi quem recusou reconhecimento e reverencia à Adão quando esse primeiro humano foi apresentado no Paraíso. Foi ele que originalmente que lançou a famosa questão, "Por que o Filho de Fogo deveria se curvar ao Filho de Argila?". Como nós sabemos, obviamente, Deus interviu por Adão.


MASTEMA-SATAN
Mastema é uma palavra hebraica para "animosidade", ou "adversidade". Este é o anjo da acusação, o tentador e executor, ele fez uma tentativa sem sucesso contra a vida de Moisés. Foi ele que endureceu o coração do Pharaó e foi um instrumento para ajudar os magos egípcios contra os Israelistas.
Ele abateu os primogênios do Egito e apareceu como a primeira nomeação e separação de mal'ak, ou Sombra de Deus.


LUCIFER-SATAN
Nós chegamos agora a mais fascinante personalidade de todas. Lúcifer, Portador da Luz, Filho da Manhã, Dragão do Amanhecer, Príncipe do Poder do Ar que foi escolhido pelo seu Pai para ser o maior entre os anjos e favorito de Deus-Pai Senhor da Luz.
Mas ele também foi o primeiro a se separar da fonte divina. No Velho Testamento, no livro de Ezequiel 28 (13-15), ele trata Lúcifer antes do mesmo de sua queda em seu total esplendor. Tem sido discutido que essa passagem foi endereçada para Nebuchadrezzar, Rei da Babilônia, mas São Jerônimo nos afirma que tudo está direcionado aos anjos caídos, e devemos dar ouvidos.
"Tu que estiveste no Éden, Jardim de Deus; toda pedra preciosa que escondestes, o sárdio, o topázio e o diamante, o ônix, o rubi e o jasper, a safira, a esmeralda, o carbúnculo e o ouro: a engenharia de teus tabletes e canos foi preparada em ti no dia em que tu foste criado. Tua arte de ungir que os Querubins esconderam; e eu te devolvi: Tu foste contra a sagrada montanha de Deus; Tu andaste em meio as pedras de fogo. Tu foste perfeito em teus caminhos a partir do dia que fostes criado, até a iniquidade ser encontrada em ti."
Lúcifer, Filho da Manhã, de acordo com a mais distante interpretação da queda, ele é enlouquecido pelo ciúme quando Deus-Pai proclama o irmão de Lúcifer, Jesual, o Filho. De sua cabeça ele deu a luz ao Pecado e, com ela tramou, a Morte de seu pai.
Ele foi expulso do Paraíso e foi renomeado para Satan-el ; o Adversário. Na pintura, as várias figuras aladas tem seu pé direito à frente, denotando seu aspecto espiritual (é interessante notar que no Leste o pé esquerdo é invariavelmente sinal de líder espiritual).
Suas mãos esticadas seguram a orb e o cetro, símbolo de domínio terrestre. Parte de sua asa disfarça sua natureza andrógina original. Ele está cercado por uma comitiva carregando pífaros. Os pífaros estão associados com a música das esferas. Lúcifer, sendo a Estrela da Manhã e da Noite, foi visto morrendo e renascendo como luz no ar.
Ele compartilha com a serpente a habilidade de trocar sua pele velha e morta e ascender como um recém-nascido. Sua queda luminosa dentro do Abismo nos lembra que os Hebreus estavam ainda no Egito, lá havia uma Deusa serpente Egípcia, Sata, que é pai da luz e como Lúcifer caiu na terra. O babilônio Zu foi também um deus da luz que caiu como a serpente voadora e isso nos lembra o fato de Lúcifer ter sido um Serafim.
Lúcifer, como seu irmão gêmeo Cristo, é o filho que desafiou o Velho Pai (Cristo acusa os judeus de idolatrar o deus errado). E ele cai em sua luz fálica e na cova sem fundo da Deusa-Mãe Hel. Hel foi uma vez um santuário uterino, um útero ou uma caverna sagrada do renascimento. Cristo é como Deus o filho amante de Virgem Maria, sua mãe.
Brunnhilde foi Líder das Valquírias, os anjos da morte do norte.
Seu nome significa "Inferno Queimando." Como pode ser observado, as coisas no mundo inferior não são como mostram as primeiras aparências.




AS HORDAS DO INFERNO:
QUEM É QUEM NO MUNDO INFERIOR
Na Era Medieval o Inferno era visto com os olhos da época, sendo baseado no sistema feudal. Contudo as alianças e lealdades de nada valiam nas regiões infernais onde era cada demônio por si. Muitas descrições ainda mantém o típico domínio - retendo a estrutura bem conhecida dos barões Teutônicos.
A mais completa hierarquia do inferno publicado foi Pseudo Monarchia Daemonium, de Johann Wayers, que apareceu no século XIV. Depois se tornou seu trabalho supremo, e foi escolhido por todo alquimista, cabalista, ocultista e demonologista, foi uma obra elaborada. Caricaturava a odiosa hierarquia da igreja e é provavelmente o melhor espelho dos reinos Europeus daquele tempo do que os reinos Infernais. Contudo Wayer usou muito material oculto que não mais é acessível a nos e oferece uma visão dentro da constituição dessas regiões e também seus personagens principais. Ele dá a figura Talmudica de 7.405.926 demônios que foram divididos em setenta e duas companias.
Em sua versão Beelzebub que é o Senhor Supremo do Império Negro. Ele é o fundador da Ordem dos Alados e isso reflete sua origem Cananita e Filistina como Baal-ze-bub, Senhor dos Alados. Seus grandes capitães eram: Satã, o Príncipe das Trevas e o Adversário; Pluto, Príncipe do Fogo e Hades; Molech, Príncipe das Terras e Lágrimas; Baal, General das Hordas Diabólicas; Lúcifer, curiosamente, o Chefe da Justiça; Baal-beryth, o Ministro dos Pactos e Tratados Demoníacos; Nergal, o chefe da Polícia Secreta; Proserpine, a Arqui-Demônio dos Espiritos Demoníacos; Astarte, que se masculinizou como Astaroth, Duque e Tesoureiro do Inferno.
A super-estrutura foi uma linda decepção com as melhores tradições dos Reis da Mentira. Os diagramas do inferno a seguir foram compilados de fontes inquestionáveis e deve ser admitida a veracidade de muitas dessas fontes. Existem duas espécies distintas para serem encontradas no Mundo Inferior, cada qual com árvores genealógicas totalmente diferentes.


DEMÔNIOS
Demônios originalmente derivados de espíritos familiares, foram respeitados no Leste. Daimon é uma alma grega. Eram espíritos invisíveis que ocupavam os espaços eternos entre Deus e a Humanidade. Mas na primeira tradução de Septuagint, estes demônios pagãos intercambiavam com Diabos. Como de costume, praticavam escritas judaicas e aqueles da primeira igreja medieval renegavam o inferno e adoravam um espírito não mencionado na Bíblia.
Muitos dos Daimones pagãos se surpreenderam servido ao Diabo. São Thomas Aquinas revelou a respeito dos pagãos: "É um dogma do destino demônios poderem produzir ventos, tempestades e uma chuva de fogo vinda do Paraíso." Também assumiu-se que é um dogma do destino o fato de Diabos existirem. Em realidade acreditar já é uma heresia. Santo Agostinho negou veementemente que há uma conexão entre os anjos caídos e os demônios pagãos. Ele também negou que os Anjos negros tiveram sexo enquanto todos sabiam que as divindades pagãs foram que qualquer forma doadas.


DIABOS
Comparados com os demônios, Diabos tem um pedigree mais distinto. A palavra vem do grego Diabolos, que significa "Difamadores", "Perjuradores" ou "Adversários". Quando o Velho Testamento foi traduzido em grego (Segundo Séc. A.C.) diabolos foi usada como palavra equivalente a Satã no Hebreu.
Alguns clamam que o significado de "Diabo" surgiu de outro modo, na qual a deusa Indo-Européia devi, ou no sentido persa daeva significando "Espírito Malígno", contudo esse argumento pode ser questionado. Enquanto Demônios e Diabos constituem duas espécies diabólicas separadas, há dois tipos distintos de anjos caídos, cada um tempo uma árvore familiar única.
Uma árvore traça a descendência de dez ordens de Elohim, o Grigori ou Vigilante, e outros de Ma'Lakim, que inclui todas as outras nove ordem angelicais. É importante distinguir os gigantes Grigori que cederam ao luxo e criaram os mais terríveis monstros do inferno, da mais aristocrática serpente de dois olhos veio a rebelião ou orgulho.


OS FILHOS DE DEUS
Como nós já vimos, os Guardas, também conhecidos como o bene-ha-Elohim ou os Filhos de Deus, foram enviados do céu para ensinar os seres humanos, mas eles sucumbiram à carne sedutora das filhas de Caim.
É dito que nove décimos deles se renderam à tentação de morar no terceiro céu ou no inferno. Foram dois os líderes do Grigori, Azazel e Shemjaza. Dos dois, Shemjaza parece ter sido o que se arrependeu de suas ações. Ainda é uma dúvida se ele era de uma espécie diferente dos Guardas. Algumas tradições mantêm que ele foi um poderoso Seraph que foi seduzido e revelou o nome de Deus para a bela, mas mortal, Ishtarah. Uma versão mostra que ele pagou pelas conseqüências da sua luxúria quando viu seus filhos mutantes gigantescos sendo destruídos pelos Anjos de Vingança, lançando-se voluntariamente à constelação de Orion, onde ele pode ser visto pendurado de cabeça para baixo.
Esta é talvez o mais recente fragmento do clero para a maioria das versões que nos assegura que ele está vivo, vigoroso e na ativa. Certamente esta história de Azazel é uma das possíveis origens do Homem Pendente na Coberta de Tarô. Certamente não há nenhuma dúvida do alinhamento de Azazel, embora, em descrições parecia que ele também era de uma classe superior. Dito que ele tinha sete cabeças de serpentes, quatorze faces e doze asas, ele também é nomeado o "Senhor do Inferno" e o "Sedutor de Humanos".
Numa suposta identificação dele com Satanás, Azazel recusou a curvar-se à Adão. Então o Divino Escultor lançou Azazel do Céu e mudou seu nome para Eleibis, que se ajusta nitidamente nas tradições islâmicas. Ele é o portador de padrão de Satanás e é dito que fora um Querubim, mas a sua natureza identifica-se mais com um bene-ha-Elim. É dito que foi este Guarda quem primeiro mostrou para as mulheres como usar cosméticas, perfumes e belas sedas para inflamar as paixões de um homem.
Esta é a causa porque Deus vem abominando especialmente este "Filho", porque os Anjos foram seduzidos pelo vestuário elegante e sedutor ao invés dos homens. Cada ano um "bode expiatório" para Azazel fez que sua morte no Dia de Compensação fosse o lançamento no precipício de deserto a Haradan. Foi dito que este transferia os pecados de Israel para seu instigador, Azazel, que supostamente encarcerou-se em baixo de uma pilha enorme de pedras ao pé do precipício.
Porém, outras fontes nos informam que ele era livre e até mesmo nem parecia conhecer este sacrifício anual. Uma lista completa dos mais notáveis Guardas é listada abaixo:
AGNIEL: Ensinou para as pessoas de Terra os encantamentos nativos e os segredos da conjuração, como também usou estas artes para seduzir uma das filhas.
ANMAEL: Como Shemjaza ele fez um pacto sexual com uma mulher mortal para revelar o nome secreto de Deus.
ARAQUIEL(SARAQUIEL): Ensinou os sinais e segredos de Terra (geografia) mas ainda é dito que conduz almas a Juízo.
ARAZIEL(ARAZYAEL): ;Deus é meu meio-dia", mas sua luxúria parece ter sido a meia-noite.
ASAEL: "Feito por Deus".

ASBEEL: "O Desertor de Deus", Asbeel foi o único que realmente semeou as sementes de divergência e quem desviou os outros Guardas.
AZAEL: "Quem Deus Fortaleceu". Obviamente não foi o bastante, pois ele foi um de dois Anjos que sucumbiu à carne da filha de Lameche, Naamah. Ela deu luz à Azza: "O Forte". Mais adiante, Azza entrou em dificuldade com o Todo-Poderoso, objetando à transformação de Enoch o escriba no anjo mais poderoso de todos - Metatron. Também foi Azza que revelou o Ensinamento Divino à Salomão, tornando-o assim, o homem mais sábio em Terra.
BARAQIJAL: Um demônio de luxúria que ensinou astrologia aos homens.
EXAEL: Um dos Guardas que de acordo com Enoch, "ensinou aos homens a fabricação de máquinas de guerra, trabalhos em prata e ouro, o uso de pedras preciosas e perfumes".
EZEQEEL: Ensinou meteorologia às primeiras tribos.
GADREEL: "Deus é meu Ajudante". Enoch nomeia Gadreel como o anjo que desviou Eva. Eva protestou extremamente que ela havia sido iludida e copulada "com uma falsa serpente", mas como nós sabemos a palavra de Eva não é de toda confiança. Gadreel também é conhecido por ter ensinado aos homens fazer ferramentas e armas.
KASDAYEL: Ele ensinou às mulheres a arte do aborto.
KASHDEJAN: Ensinou aos homens a cura para várias doenças, incluindo as da mente, considerada uma dos piores pecados.
KOKABEL: Ensinou a astronomia e a ciência das constelações.
PENEMUEL: Que ensinou a arte de escrita, embora por esta muitos são desencaminhados até hoje, porque não foram os homens criados para tal propósito, confirmando as suas boas intenções com caneta e tinta.
PENEMUE: O Guarda que ensinou a escrita aos homens. Estranhamente, para um anjo do mau é um estúpido. Isto se parece com a discrepância da doutrina da Igreja que diz que demônios são estúpidos. De fato, é evidente que as regiões inferiores são em geral as melhores leitoras, podendo citar com muito mais precisão escrituras e ramificações
obscuras da Lei que os irmãos "superiores". A razão exata para isto é que um demônio precisa ser inteligente e esperto para poder tentar o mais sábio dos homens.
PHARMOROS: Ensinou farmácia, cura por ervas, medicina prática e diagnósticos de enfermidades.
SATANAIL: Também conhecido como Salamaiel. Ele é o grande príncipe da Grigori. Já haviam sidos castigados ele e um grupo pequeno dos seguidores, por alguma ofensa séria antes do "outono da luxúria" de acordo com Enoch. O anjo nunca elaborou um crime particular com Enoch, embora foi deduzido que ele tinha conduzido um grupo de Guardas estafados em uma rebelião. Céu é o que poderia ser considerado abrigo para socialistas, ou nesses que acreditam na igualdade de anjos. Assim sendo, contudo, nem o Inferno.
TALMAIEL: Um descendente da Grigori que conseguiu escapar da inundação e das espadas dos Anjos vingadores.
TAMIEL: Perfeição de Deus.
TUREL: Equilibrio de Deus.
USIEL: Força de Deus.
Fonte: Ireth Lisessul.


Os Nomes:
Aí esta um texto interessante, ou um pequeno catálogo de entidades pra voces.A edição ficou meio simplória, mas se quiserem mais detalhes, bem, pesquisem meus caros. Faz bem pra cuca.
Aí está:
Os Nomes:
"Aaba": demônio fêmea, de beleza irresistível, com capacidade de poder se apresentar como mulher e seduzir quem bem desejasse. Contudo, curiosamente, era incapaz de presenciar derramamento de sangue.
"Aamon": um dos três demônios a serviço de Satanaquia e comandante da primeira legião do Inferno. É a suprema divindade dos egípcios. Demônio que se apresenta com cabeça de lobo, cauda de serpente, sempre remitando fogo.
"Aarão": comandava legiões de demônios, sendo adepto da Magia Negra, considerando "Aaron, fil diboli" (Aarão, filho do diabo). Feiticeiro bizantino, possuidor da chave de Salomão, construtor do tempo de Salomão. Não confundir com Aarão, irmão do primogênito de Moisés, primeiro sumo sacerdote dos hebreus, que permitiu, na ausência de Moisés, que os hebreus sacrificassem ao bezerro de ouro e morreu na montanha de Hor, antes de entrar na terra da Promissão.
"Abaddom": Abaddom (hebraico) significa "O destruidor". É o nome dado ao anjo do abismo ou da morte ou do Inferno, no Apocalipse, por João, sendo identificado como o anjo exterminador, nos versículos 10 a 23, do capitulo 12 do livro do Êxodo. Mencionado também, no primeiro capitulo do livro do Apocalipse, como o chefe dos demônios - gafanhotos, o soberano do Poço Sem Fundo (Judas, 6) e o rei dos demônios no livro do Êxodo, assim esta escrito: "Porque o senhor passara ferindo os egípcios e quando ele vir este sangue sobre a verga das vossas portas, e sobre as duas umbreiras, passara a porta da vossa casa e não deixara entrar nela o anjo exterminador a ferir-vos".
"Abassay": gêmeo maléfico ou diabrete, na língua tupi entre as tribos negras ocidentais, nos territórios da antiga África Francesa, era tido como o deus que povoou o mundo. Na Anthologia Negra, de Blaisse Pendars, consta que Abassi, sentado em seu trono, fez todas as coisas, superiores e inferiores, no mundo inteiro. Todos os homens habitavam o céu, na havendo homens na Terra. A pedido de Altair, entidade divina das tribos negras da antiga África ocidental francesa, fez com que os homens passassem a habitar a Terra.
"Abigor": demônio que comandava 60 legiões infernais, em seu cavalo com asas, tinha a capacidade de prever o futuro, alem de ser conhecedor de todos os segredos da arte de guerrear. Carregava sempre consigo uma lança, estandarte ou cetro.
"Abraxas": demônio que era representado com uma cabeça de galo, grande barriga e rabo cheio de nós. Sempre carregava consigo um chicote e um escudo. Usado também, como termo místico, muito em voga entre os gnósticos. Na numeração grega, suas sete letras, Abraxas ou Abracax, denotam o numero 365 - supostamente, a soma total dos espíritos que emanam de deus. Para os ocultistas, a palavra tinha poderes mágicos e, gravada em pedras, poderia ser usada como amuleto ou talismã, para dar sorte. Daí a origem da palavra mágica "Abracadabra", que "protege as pessoas do mal, de doenças, da morte e abre todas as portas". Essa curiosa palavra foi usada, pela primeira vez, no século 11 d.C. (não entendi bem esta data no escrito), por Quintus Serenus Sammonius, sábio responsável pela saúde do imperador romano, sendo sua origem desconhecida. No ano 208, foi mencionada em certo poema, quando o imperador Severus esteve na Grã-bretanha, como cura certa contra a febre terçã, que é aquela que se repete com três dias de intervalo. Aparece no denominado "Triângulo Mágico", que tem conexão com outros conceitos do ocultismo, inclusive no simbolismo do Tarô, que é escrita na forma de um triângulo, sendo colocada em volta do pescoço.
"Adramelech": Demônio sumeriano. Tido como presidente do Alto Conselho dos Diabos, grande chanceler do Inferno e superintendente do guarda-roupa do Diabo. Foi sempre representado na forma de uma mula, com torso humano e rabo de pavão.
"Agatodemon": termo grego designado demônio beneficente, que acompanha as pessoas por toda a vida. Segundo diz a lenda, Sócrates, o grande filósofo grego (468-400 a.C.), tinha
um demônio semelhante, que o acompanhava sempre.
"Agaures": grão-duque da parte ocidental do Inferno, comandante de 31 legiões de demônios, ensinando línguas, fazendo com que os espíritos terrestres dancem e distraiam seus inimigos, sendo ainda considerado primeiro ministro de Lucifer. Costuma aparecer como nobre senhor, trazendo um gavião no punho, vestindo túnica, montado a cavalo, levando consigo um crocodilo.
"Ahpuch": Demônio maia.
"Ahriman": Demônio mazdeano. Igual ao espírito do mal, irmão gêmeo de Ormuzd, espírito do Bem, no Zoroastrismo.
"Ahura": (Veja "Asura").
"Algol": do árabe "Al-gul", significando "(a cabeça do) demônio". Estrela dupla variável, muito brilhante, da constelação de Perseu; Estrela-Demônio.
"Aligar": um dos três demônios à disposição de Eleuretty, o tenente-general das legiões do Inferno. Tem o poder de concluir as coisas que se desejavam e pode fazer cair granizo. Comanda os demônios Abigar, Batim e Tursã.
"Alijenu": espírito do mal. Espírito diabólico.
"Aliocer": grão-duque do Inferno, comandante poderoso de 36 legiões infernais, possuindo cabeça de leão, com chifres e olhos flamejantes, sendo que seu enorme cavalo possui patas de dragão.
"Allatou": esposa de Nergal, demônio chefe da polícia do Inferno, encarregado da denominada Corte Infernal. Nergal era espião honorário de Belzebu. Na religião sumeriano-arcadiana, designava demônio do mal, da morte. É descendente e serviçal de Eresshkigal, "senhora do grande lugar", rainha do mundo dos mortos nos textos sumerianos, ela reina no seu palácio, sempre guardando a fonte da vida. Seu nome familiar é Namar e na religião assírio-babilônica Allatou é a deusa do submundo, consorte de Bel e, posteriormente, de Nergal.
"Alu": demônio da Mesopotâmia, com feições de cachorro, preferindo o silêncio e a escuridão. Foi escrito e pintado por alguns artistas, apresentando-se sem pernas, ouvido e boca.
"Aluga" ou "Alougua": demônio fêmea, que era ao mesmo tempo súcubo e vampiro, acostumado a levar os homens à exaustão e depois ao suicídio.
"Amaduscias": grão-duque do Inferno; comandava 30 legiões e possuía cabeça de unicórnio, aparecendo muitas vezes com forma humana, costumava dar concertos invisíveis, fazendo com que as árvores balançassem ao som de sua voz. Alguns grupos musicais, da denominada atuante "música pesada", o adotam com padroeiro e protetor.
"Aman": um dos demônios que costumava possuir madre Joana dos Anjos. Foi um dos primeiros demônios que ela mandou expulsar. Nada a ver com a figura bíblica (Antigo Testamento), personagem que foi primeiro-ministro de Assuero (Nerses), rei da Pérsia, que planejou o extermínio dos judeus no país, no que foi impedido por Mardoqueu e sua sobrinha Ester, concubina do rei. Esse fato é considerado lendário para justificar a instituição da festa judaica intitulada Purim, celebrada nos dias 14 e 15 do mês de Adar, correspondente a fevereiro-março do nosso calendário.
"Amane": segundo o livro de Enoque, espécie de Apocalipse dos primeiros tempos do Cristianismo, não admitido nos cânones dos livros sagrados, era um dos chefes dos duzentos anjos que se rebelaram contra Deus e que prometeu recrutar vassalos em Samiaza.
"Amishie": Um demônio principado sobre a Costa Rica.
"Amon": deus egípcio da vida e reprodução, com cabeça de carneiro.
"András": também Marquês do Inferno, demônio com cabeça de coruja, com o corpo nu de um anjo alado, cavalgando sempre um lobo e brandindo sua espada. Couto Magalhães classifica-o como o deus que protege os animais do campo contra o abuso da caça. Sua figura é a de um veado branco, com olhos de fogo. Barbosa Rodrigues diz que no Amazonas, quando o Anhangá aparece no homem, é sempre sob a forma de um veado, cor vermelha, cruz na testa, olhar de fogo e chifres cobertos de pelo. Os tupinólogos Teodoro Sampaio e Testavim traduziram o termo por "alma", espírito maligno, diabo, alma de finados.
"Angra Maineu": o espírito diabólico da religião Zoroastrismo, que causa todo o mal.
"Anhangá": Na mitologia tupi-guarani, o espírito do mal; diabo.
"Anhangüera": do tupi "diabo velho".
"Apollyon": Sinônimo grego para Satã, o arquidemônio.
"Asambossam": Vampiro africano.
"Asmodeus" ou "Asmodeo": "Criatura do julgamento". Segundo o Dicionário Bíblico, é o demônio que assediava Sara, filha de Raquel, tendo matado seus sete primeiros maridos no próprio dia do casamento, até que veio a ser subjugado pelo anjo Rafael. Considerado o demônio bíblico da ira e da luxúria. Do hebreu "Asmoday" ou "Acheneday", é o demônio chefe de Shedin, uma classe dos demônios com garras de galo. Na demonologia judaica, considerado o espírito do mal, sendo que seu berço é o Avesta, o livro sagrado da religião de Zoroastro, profeta persa, fundador do Zoroastrismo, apelido dado pelo filósofo Nietzche como Zarastustra. O Zorgastrismo ou Zoroastrismo tem como principal característica o dualismo, o princípio do Bem e do Mal. Conta a história que o anjo Rafael capturou Asmodeus e perdeu-o no deserto egípcio, permitindo assim que Sara se cassasse com Tobias, que veio a ficar cego e posteriormente foi curado por seu filho, graças a interferência do anjo Rafael. Na demonologia, é o superintendente das casas de jogos na corte infernal. Costuma ser representado com três cabeças diferentes, sendo uma de touro, outra de homem com hálito de fogo e a terceira de carneiro. Dizem ter ele destronado Salomão, que acabou por vencê-lo, obrigando-o a construir um templo. Seu símbolo é o símbolo da Anarquia.
"Asper": principal inimigo do deus Sol no Egito antigo, sendo considerado o próprio demônio, a serpente da noite. Nenhuma relação teria com as personagens do diálogo de Oratoribus. Diálogo dos Oradores, atribuído a Tácito, notável historiador latino que viveu entre 56 e 120 d.C.
"Astaroth": grão-duque importante e poderoso na região oeste do Inferno, casado com Astartéia, tida como a deusa fenícia da Lua. Quando novas leis são propostas, costuma emitir sua opinião. É sempre representado como um anjo nu, coroado, montando um dragão, segurando em sua mão esquerda uma serpente. É também o tesoureiro do Inferno, exalando profundo mau cheiro, verdadeiramente insuportável. Astartéia, tida como sua esposa, é considerada a divindade dos povos semíticos, a deusa do céu, sendo a protetora de várias cidades e muitas vezes honrada com sacrifícios humanos. No museu do Louvre (França), há uma estátua representando sua figura.
"Asura" ou "Ahura": classe de deuses soberanos na mitologia védica, que acabaram sendo considerados demônios. Inimigos dos Devas, divindades que representavam o Bem e, nas regiões da Índia, serima todos os seres divinos.
"Aurius": Um demônio que protege e leva mensagens a Satanás.
"Ayperos": príncipe infernal, comandante de 356 legiões, sendo representado como um abutre dotado de capacidade de prever o futuro.
"Ayphos": um dos três demônios obedientes aos desejos de Náberus, marechal-de-campo do Inferno.
"Azazel": demônio de origem hebraica. Instruiu os homens a criarem armas de guerra, introduziu os cosméticos. O Levítico menciona-o como o bode expiatório, enviado ao deserto. "Deitando sortes sobre os dois bodes, para ver qual deles será imolado ao Senhor, e qual será o bode emissário". "E para espiar o santuário das impurezas dos filhos de Israel, das suas prevaricações contra a lei, e de todos os seus pecados" (Lev 6:8-34). De acordo com o livro de Enoque, é um dos 200 anjos que se rebelaram contra Deus. Nos escritos apocalípticos é o poder do mal cósmico, identificado pelos impulsos dos homens maus e da morte. Eles teriam vindo até a Terra para esposar os humanos e criar uma raça de gigantes. O Livro do Apocalipse descreve-o como uma criatura impura e com asas. É identificado como a serpente que tentou Eva e que poderia ser o pai de Caim. No século II os búlgaros bogomilianos concordavam que Satanael teria seduzido Eva e que ele, não Adão, era o pai de Caim. A maioria dos bogomilianos foi queimada viva pelo imperador bizantino Alexis. Os Atos dos Apóstolos falam, ainda, em outros três demônios, a saber: 1) Lirith, divindade maléfica do sexo feminino, desencadeadora de tempestades, espécie de fantasma noctívago, que os babilônios chamavam de Lilitu. Antiga tradição popular judaica afirma que Lilith teria sido a primeira mulher de Adão; 2) Bergar, cujo sentido é o de maligno e comparado, por Paulo, como Anticristo; 3) Asmodeus, conforme já esclarecido, aparece no livro de Tobias como o assassino dos maridos de Sara.
"Azidahaka": demônio na religião de Zoroastro, que tomou a forma de serpente, possuidora de três presas.
"Azucrim": Entidade diabólica e molesta; diabo.
"Baal": na demonologia, é representado como um grão-duque do Inferno, chefe dos exércitos, comandante direto de legiões de demônios. Representado com três cabeças, sendo uma de gato, outra de homem e a terceira de um sapo. Seu corpo, bastante forte, termina em pernas de aranha, podendo se tornar invisível. Entretanto, através da história, Baal teve outras designações, sendo considerado a divindade suprema dos fenícios e dos cartagineses, para quem eram sacrificados crianças a fim de garantir fartas colheitas, bem como a segurança contra os inimigos. Servia ainda para designar muitas deidades. É também o deus semítico da fertilidade, cuja adoração era associada à grosseria sexual. Aparece na Bíblia com diferentes predicados: Baal, Senhor da Aliança; Baal-Zebu, O Baal das Moscas, que aparece na Vulgata - versão latina da Bíblia, revista por São Jerônimo - com sentido pejorativo. Entre os sumérios e babilônicos, assume a forma de Bel, Bel-Mardux. Os Baalim eram protetores dos oráculos/templos - sendo certo que alguns reis de Israel incentivaram seu culto, o que motivou a reação dos profetas. É uma palavra hebraica que significa senhor, marido, dono, sendo certo que nos primeiros tempos usavam o termo Baal para o verdadeiro Deus. As quatro letras da palavra "BAAL" (B.A.A.L.) são as iniciais de quatro dos maiores demônios: Belzebu, Astaroth, Asmodeus e Leviathan.
"Baalberith": senhor canaanita da Convenção, que se tornou mais tarde um demônio. Demônio de Segunda ordem, senhor dos casamentos, secretário, chefe e arquivista do Inferno. O demonologista I. Wier representa-o como um pontífice sentado entre os príncipes do Inferno.
"Baalzebu" (Baal-Zebu) ou "Belzebu": um príncipe dos demônios. É usado no Novo Testamento para identificar Satã. Na demonologia ele é o primeiro ministro dos espíritos malignos, o "Senhor das Moscas", manda moscas arruinarem a colheita e o povo de Canaã prestava-lhe homenagem na forma de uma mosca (2Reis 1:3). A forma original desta palavra era "Baalzebube", termo do deus de Ecrom, com o sentido de "deus das moscas". Depois os judeus passaram a usar o termo "Baalzebel", que significa "senhor do esterco", termo esse usado para mostrar o ódio dos judeus pelos deuses dos gentios. Também era empregado o termo "Baalzebul", que tem o sentido de "senhor da casa", isto é, da casa dos demônios; e assim o nome passou a ser sinônimo de Satanás. Figura aterrorizante, enorme, preto, inchado, chifrudo, cercado de fogos e com asas de morcego. Milton, no Paraíso Perdido, descreve-o como um rei autoritário, cuja face irradia sabedoria. A expressão "Senhor das Moscas" empresta seu nome ao livro de William Golding, prêmio Nobel de Literatura. Outras variações do nome Belzebu: "Berzebu", "Berzabu", "Berzabum", "Brazabum".
"Bael": primeiro rei do Inferno, comandante de 60 legiões, possuidor de três cabeças, sendo uma com a figura de um gato, a outra de um sapo e a terceira de um homem.
"Baital": Vampiro indiano.
"Balaam": Demônio grego da avareza e cobiça. Um dos demônios maus que se apossou da madre Joana dos Anjos. A paixão de Balaam era a mais perigosa de todas. Identificado como um demônio de três cabeças, cavalgando um urso e carregando um falcão em suas mãos. Uma das cabeças era semelhante á de um touro, a outra igual à de um homem e a terceira de um carneiro. No Antigo Testamento, aparece o nome de Balaão, profeta, vidente e adivinho, originário da cidade mesopotâmica de Petor. Diz a lenda bíblica que, convocada por Balak, filho de Sefor, rei de Moavo, a ir ao encontro dos israelitas para amaldiçoá-los, pôs-se a caminho, montado numa burra, quando lhe surgiu um anjo, com uma espada nua. O animal parou, recusando-se a andar. A burra, dotada com o dom da palavra, condenou a sua crueldade. Deus, então, abriu os olhos de Balaão, que viu o anjo e, assim, em vez de amaldiçoar os israelenses, abençoou-os.
"Baphomet": adorado pelos Templários como símbolo de Satan.
"Barão": demônio criado sob as instruções do barão Gilles de Rais (1404-440). Este, morto pela Inquisição após um processo que ainda gera controvérsias, foi acusado de sacrificar mãos e corações de criancinhas para obter o segredo da pedra filosofal, ou seja, descobrir a maneira de transformar metais em ouro.
"Barbatos": um dos três demônios a serviço de Eleuretty, tenente-general das forças do Inferno.
"Bast": deusa egípcia do prazer representada pelo gato.
"Batsaum-Rasha": demônio turco invocado para produzir bom tempo ou chuva.
"Bechard": (Nenhuma informação. Se você souber, envie por e-mail).
"Beemô": (Veja "Biemo").
"Behemoth": personificação hebraica de Satã na forma de um elefante. Behemot (hebraico "fera", ou mais propriamente, "feras"), animal de proporções gigantescas mencionado na Bíblia (Jó 40), e o equivalente terrestre ao monstro marinho chamado Leviathan. Behemot é do tamaho de mil montanhas e bebe tanta água diariamente que um rio especial emana do Paraíso para saciar sua sede. Ele ruge uma vez por ano, no mês de Tamuz, para aterrorizar os animais selvagens do mundo e mantê-los sob controle. Na Idade do Messias, Behemot e Leviathan matar-se-ão um ao outro e sua carne será comida no grande banquete messiânico.
"Beherit": nome sírio para Satã.
"Belfegor" ou "Belphegor": o demônio das descobertas, seduzindo os homens com a distribuição de riquezas. Algumas vezes aparece como uma mulher jovem e sedutora. Alguns rabinos dizem que ele está sentado numa cadeira e nessa posição foi representado por Bosh, pintor, escultor e gravador holandês (1462-1516), no "Jardim das Delícias".
"Belial": do hebraico "Bellhharar". Belial significa "sem mestre". Sinônimo de Satã e também de Belzebu, com designativo do chefe dos demônios. No Novo Testamento, aparece uma vez (II Coríntios 6:15). O mais imoral de todos os diabos. No Livro do Apocalipse é cognominado "a besta". Num dos pergaminhos encontrados no Mar Morto, aparece como o chefe das forças do mal. Sua intenção é fazer proliferar a perversidade e a culpa. Alguns o identificam com o Anticristo. No primeiro século d.C. foi considerado o anjo da desordem que governa o mundo. É o demônio da pederastia e cultiva a sodomia. Algumas vezes é representado numa carruagem de fogo. Há um trabalho alemão da Idade Média, exclusivamente a seu respeito, denominado Das Buch Belial. Segundo, ainda, o Novo Dicionário de Personagens Bíblicas, de José Schiavo (pág.118), seria um monstro fictício, mencionado no Apocalipse sob o misterioso número 666.

Possuía sete chifres e sete cabeças, ostentando sobre cada cabeça sete nomes blasfemos e, sobre os chifres, dez diademas. Assemelha-se a uma pantera, com os pés de urso e boca de leão. Noutro passo, é mencionado como possuindo dois chifres, falando com um dragão. Alguns intérpretes o deram com figuração dos falsos profetas advindo da Ásia. Belial é um dos quatro príncipes coroados do Inferno. Dos quatro pontos cardeais representa o Norte. Dos quatro elementos, representa o elemento terra.
"Belzebu" ou "Beelzebuth": (Veja "Baalzebu").
"Besta": pseudônimo do próprio Diabo. No livro do Apocalipse, o apóstolo João fala de duas bestas, sendo que uma sai do mar, com um leopardo de dez chifres e sete cabeças, pés de urso e mandíbula de leão, e outra que vem a terra, como dois chifres, parecendo um dragão. Trata-se de uma visão do apóstolo João (Apocalipse 13). O profeta Daniel teve uma visão de quatro bestas representativas de quatro sucessivos impérios que se destruiriam uns aos outros. Todas as quatro representariam Satã. Comumente é tomado como o Anticristo.
"Beyerevra": demônio indiano mestre das almas que vagueiam pelo espaço.
"Biemo" ou "Beemô": demônio da gula, denominando os prazeres do estômago, tomando a figura de animais de grande porte, principalmente o elefante e a baleia. "Protege" aqueles que vivem nas orgias e nas farras.
"Bile": deus celta do inferno.
"Boabhan Sith": (Veja "Buh-Van-She").
"Bonifarce": um dos demônios que se apossou de Elisabeth Allier, freira francesa do século XVII. Conta a história que essa foi exorcizada em 1639, com muito sucesso, por Francois Faconnet. Estava possuída por dois demônios, Bonifarce e Orgeuil, havia mais de vinte anos, admitindo-se que esses demônios tenham entrado em seu corpo quando ela tinha 7 anos de idade, por meio de um pão que havia sido colocado em sua boca.
"Buer": demônio de segunda grandeza, comandante de 50 legiões, com cabeça de leão. Locomove-se com cinco pés de bode, na forma de uma estrela.
"Buh-Van-She" ou "Boabhan Sith": Vampira escocesa. Uma sincrética fada-demônio.
"Caçador Negro": diabo que conduz uma caçada alada ou uma caçada no Inferno.
"Caim": grande mestre do Inferno, representado com homem elegante, com cabeça e asas de um pássaro preto - melro -, sendo considerado o mais inteligente dos sábios do Inferno. Leva consigo um sabre, quando toma a forma humana, embora tenha cauda de pavão. Entende os pássaros, os bois, os cachorros e o som das ondas do mar. Deu formação a uma seita denominada Cainites ou Caimitas, para adorá-lo, louvando a Caim, Judas, Sodoma, Esaú e rendendo homenagem a Korah, certo judeu que foi destruído depois de liderar uma rebelião contra Moisés. Louvaram também a Judas que acreditavam ter livrado a humanidade de Jesus Cristo. No Antigo Testamento, aparece o nome de Esaú, que em hebraico quer dizer "peludo", também cognominado Edom - o ruivo. Muitos críticos encontram analogia entre Esaú - Jacó e Caim - Abel, relacionando-os a uma luta entre o pastoreio e a agricultura. Esaú era filho de Isaque e Rebeca, irmão gêmeo de Jacó, a quem vendeu seu direito de primogênito por um prato de lentilhas. Os satanistas acreditam que Caim foi fruto de uma relação sexual de Satã, através da serpente, com Eva, sendo assim Caim filho dele.
"Cali": (Veja "Kali").
"Ch'iang Shih": Vampiro chinês.
"Chamos": membro do conselho de príncipes do Inferno, demônio da bajulação. Citado por Milton, no Paraíso Perdido, como o terrível horror das crianças de Maabo, região situada na costa sudeste do Mar Morto, Ásia Menor, que faz parte dos planaltos que se estendem à leste do rio Jordão, a chamada Transjordânia. No Antigo Testamento, Moab, personagem bíblica, do hebraico Moabi, "nascido do próprio pai", eis que era filho de Ló, pela união incestuosa deste com sua filha mais velha. É também tido com a divindade semítica dos moabitas e talvez dos amonitas.
"Chax": duque do Inferno, mentiroso e ladrão.
"Chemosh": deus nacional de Moabites, mais tarde um demônio.
"Cimeries": monta um cavalo negro e rege a África.
"Chorozon": poderoso demônio argelino que abriu as portas do Inferno com palavras de encantamento. Exorcizado por Aleister Crowley no deserto argelino, sendo que alguns ocultistas afirmam que este foi possuído pelos demônios pelo resto da sua vida.
"Coulobre": diabo na forma de dragão que, na Provence (França), andava devorando as pessoas. Em Cavaillon, cidade francesa, foi ele derrotado por São Verard, por meio de água benta. Nicolau Mignard, pintor francês cognominado Mignard D'Avignon (1606-1668), retratou a batalha. D'Avignon foi encarregado de trabalhar na decoração das Tulherias, antiga residência dos soberanos da França em Paris.
"Coyote": demônio do índio americano.
"Cumba": Um demônio principado sobre a África.
"Dagon": demônio filisteu vingativo do mar.
"Damballa": deusa serpente do Vodu.
"Dearg-Dues": Vampiro irlandês.
"Demogorgon": nome grego para demônio; diz-se que não seria conhecido pelos mortais.
"Diabolus": (grego) "fluindo para baixo".
"Dibbuk" ou "Dibuk": demônio particularmente mau que perseguia os acadêmicos e procurava descansar dentro de uma pessoa. Na Idade Média, uma das maiores superstições entre os judeus do leste europeu.
"Djim" ou "Djin": do árabe "ginn". Na tradição e folclore árabes, entidade de poderes superiores aos humanos e inferiores aos dos anjos; gênio, espírito, demônio.
"Drácula" ou "Drakul": nome romeno para demônio. O vampiro romeno.
"Efialtes": demônio masculino íncubo que vem pela noite copular com uma mulher, perturbando-lhe o sono e causando-lhe pesadelos.
"Ekiminus": Vampiro assírio. Espíritos malígnos invisíveis e capazes de possuir humanos.
"Emma-O": regente japonês do inferno.
"Empusa": demônio da "Meia-Noite" surgindo com os mais variados disfarces. Costuma surgir como uma bela mulher, com o pé esquerdo feito de bronze, outras vezes com o casco de mula. Na Rússia, era temido porque aparecia à "Meia-Noite" na época da colheita, como uma viúva, e costumava quebrar os braços e as pernas dos trabalhadores. Tinha a sensualidade dos vampiros pela carne humana. Enviado à Terra pelas divindades infernais para atacar os viajantes, sugando suas vítimas.
"Eurônimo" ou "Euronymous": príncipe grego da Morte. No Inferno, tem um corpo horrível, coberto de pêlos de raposa. Usa longos dentes, alimenta-se de carniça putrefata, de corpos mortos, sendo adorado no Templo de Delfos, cidade da antiga Grécia, onde Apolo tinha um Templo, ditando oráculos através da boca da Pítia. Delfos foi tomada pelos gauleses em 279 a.C.
"Fenriz": filho de Loki, descrito como um lobo.
"Goles": Vampiro turco.
"Goliardo": diz-se de, ou indivíduo dado à, gula e vida desregrada ou devassa, de hábitos demoníacos como os do gigante bíblico Golias, que personificava o demônio.
"Gorgo": diminutivo de Demogorgon, nome grego para demônio.
"Haborym": Sinônimo grego para Satã. Duque do Inferno com três cabeças, uma de gato, outra de homem e a terceira de cobra. Demônio do fogo e também dos holocaustos. Senta-se todo enrolado, como uma serpente, segurando uma tocha.
"Hecate": deusa grega do mundo subterrâneo e feitiçaria.
"Hel": deusa teutônica da morte. Uma deusa pagã da tortura e da punição.
"Iblis": o diabo do Islã. De acordo com o Livro Sagrado de Yezidi, o livro das revelações e o livro Negro, Iblis é uma falange de arcanjos. Corresponde ao príncipe das trevas, sendo certo que o Inferno é mencionado como o Reino de Íblis. Ele se condenou por seu exclusivo amor à idéia da divindade. Deus o teria perdoado, confiando-lhe o governo do mundo e a supervisão das almas.
"Ifrite": Na tradição popular árabe, demônio ou diabo.
"Íncubo" ou "Inccubus": anjo do Paraíso que foi expulso e se transformou em demônio, procurando continuamente mulheres para saciar-se, enquanto elas dormem. Na França, são chamados "Follet", de "Alp" na Alemanha, de "Follette" na Itália, e no Brasil, de duendes. A sua fêmea é denominada Súcubo. O número deles é tão elevado que se torna difícil destruí-los, no dizer de Santo Agostinho (De Civitate Dei - XV, 23). Muitos afirmam que o íncubo é um anjo que atrai as mulheres em sua queda para o Inferno. Muitas mulheres foram possuídas por belos homens, corpos mortos temporariamente reanimados pelos íncubos. Durante a Idade Média, muitos sintomas em razão da menopausa eram imputados aos íncubos. Diziam que Huno e Platão nasceram da união de um humano e um íncubo, bem como o famoso sábio Merlin, fruto de um íncubo e a filha do rei da Inglaterra. Foi Merlin conselheiro de quatro reis ingleses, incluindo-se o rei Artur, fundador da Távola Redonda, e cognominado O Mágico. A fada Viviana encerrou-o num círculo mágico de onde não pode mais sair. Dizem que a abadessa de Cordoue tinha um íncubo, com a forma de animal, como seu amante. São vampiros da Europa Medieval.
"Ishtar": deusa babilônica da fertilidade.
"Izmaichia": Um demônio principado sobre a Europa e meio oeste.
"Jahi": demônio fêmea da religião de Zoroastro que foi beijada por Ahriman, introduzindo assim a menstruação no mundo. Ahriman representa o principie do mal, e o seu oposto, Ormuzd, o principie do bem, que deve acabar por vencer.
"Jin": demônio entre os árabes pagãos, representando uma das forças contrárias à natureza. Espírito ou demônio menor que um anjo. A forma plural do nome é "jinn"; a forma feminina, "inniyah". Formados de fogo ou ar, os "jinn" podem adotar tanto forma humana quanto animal. Para os muçulmanos, são entes sobrenaturais que podem ser bons ou maus. O rei Salomão possuía um anel de magia que o protegia desse demônio.
"Jurupari": entidade sobrenatural dos índios sul-americanos, versão ameríndia da divindade legisladora encontrada em todas as sociedades primitivas. Geograficamente, o Jurupari é o mito mais difundido no Brasil. Sua origem situa-se, provavelmente, no período da passagem do matriarcado para a organização patriarcal ocorrida nas sociedades tribais brasileiras. Segundo a lenda, Jurupari foi concebido de mulher virgem fecundada pelo sumo da cucura (planta da família das moráceas, entre elas, o figo, a jaca e a fruta-pão). O filho desta gravidez foi enviado à terra com a missão de reformar os costumes e procurar a mulher perfeita para ser esposa do Sol. Não pode deixar a Terra enquanto não encontrá-la. Jurupari tirou o poder das mulheres e o entregou aos homens. Instituiu festas para os iniciados, ou seja, homens que atravessaram o rito da puberdade e se tornaram guerreiros. As mulheres não podem participar das festas pois, se conhecerem os segredos dos homens, Jurupari as castiga com a morte. Nas festas de Jurupari, que ainda ocorrem em muitas populações indígenas ou entre seus remanescentes, os homens dançam e tocam um instrumento de sopro chamado "trombeta de Jurupari". O mito está ligado também à idéia de íncubo (demônio masculino que violenta mulheres à noite) porque Jurupari aparece aos homens nos pesadelos. A catequese jesuítica identificou-o com o diabo.
"Kali" ou "Cali": (Hindu) filha de Shiva; alta sacerdotisa de Thuggees. Deusa indiana de magia negra. Nome dos seus seguidores: dakinis.
"Kalpas": Vampiro japonês.
"Kasdeya": nome do quinto Satã, que ensina a destruição aos homens. Na magia, é representado por uma caveira de um jovem.
"Kobal": diretor de diversões da corte do Inferno. Padroeiro dos comediantes. Durante séculos foi considerado suspeito para a Igreja. Demônio que sentia imenso prazer em matar. Na Alemanha, é "Kobald", espírito familiar, considerado o guarda dos metais preciosos.
"Kracelonico": Um demônio principado sobre a Europa.
"Krikoin": na religião dos esquimós, é o demônio do mal, que persegue os cães que ficam ao lado de fora das casas, nas noites frias.
"Krion": Um demônio principado sobre a América Central.
"Krivopijac": Vampiro búlgaro.
"Kruonos": Um demônio que ataca igrejas que praticam batalha espiritual.
"Krutofor": Um demônio que ataca igrejas que praticam batalha espiritual.
"Kubera": é o rei dos demônios maus para os hindus, sendo também considerado o deus da riqueza.
"Lâmias": Vampiras gregas. "Gênios femininos que atacavam os jovens sugando-lhes o sangue" (Dicionário de mitologia greco-romana. São Paulo: Abril Cultural, 1973).
"Leviathan" ou "Leviatã": (Hebreu) Demônio das águas. Um dos maiores demônios, e o maior responsável pela atuação maligna no Brasil (um país com 12% da água doce do mundo e um dos maiores litorais). No livro de Isaías 27:1, Leviathan é descrito como a serpente veloz e o dragão do mar. Leviathan é um dos quatro príncipes coroados do Inferno. Dos quatro pontos cardeais representa o Oeste. Dos quatro elementos, representa o elemento água.
"Lilith": demônio feminino mencionado no folclore judaico. Várias são as lendas sobre ela, sendo considerada a personificação das paixões desregradas. A mais antiga tradição popular judaica dá como sendo ela a primeira mulher de Adão. Não conseguindo lhe dar um filho, Deus decidiu criar Eva para ser sua companheira. Foi ela quem ensinou a Adão a felação e outras práticas que a moral qualifica de antinaturais. É, a mãe dos espíritos do mal, Lelin, Sehedin e Roudin. É associada com a praga e o flagelo do meio dia (Salmo 91, Salmo 56). Tida ainda, com um dos sete demônios da Cabala hebraica, representado pela figura de uma mulher nua, cujo corpo termina em cauda de serpente. Pela crença dos antigos persas, alguns a dão como filha de Samuel e esposa de Ashmedai ou Esmadfewa, um dos sete espíritos demoníacos.
"Loki": Demônio teutônico. Demônio do fogo, gênio do mal. Na mitologia escandinava é comparado ao próprio Diabo.
"Lucifer": (Veja "Satã"). (Romano) "estrela da manhã". O anjo decaído, expulso do céu, que deu origem ao mal [Ezequiel 28:11-19 e Isaías 12:14-20]. Não era "o responsável pelo louvor no céu" e muito menos "maestro da orquestra de anjos", isso não existe na Bíblia, é mais uma mentira plantada pelo próprio Lucifer e seus adeptos, e disseminada de forma irresponsável e vergonhosa até por cristãos. Lucifer é um dos quatro príncipes coroados do Inferno. Dos quatro pontos cardeais representa o Leste. Dos quatro elementos, representa o elemento ar.
"Maggor": Um demônio principado sobre a Ásia.
"Mamon" ou "Mammon": demônio aramaico da avareza, riquezas e iniqüidades. Foi ele quem ensinou os homens a cavar a terra à procura de tesouros ocultos, no dizer de Milton. Palavra aramaica que significa "riqueza". Cristo nos adverte que não podemos servir a Deus e a Mamon (Mateus 6: 24): "ninguém pode servir a dois senhores porque ou há de aborrecer um e amar outro, ou há de acomodar-se a este e desprezar aquele. Não podemos servir a Deus e às riquezas (Mamon)". Vide também Evangelho de Lucas 16:13.
"Mandrakes": demônios pequenos, sem pêlos, grosseiros. Uma espécie dos conhecidos Capetas.
"Mania": deusa etrusca do inferno.
"Manitó" ou "Manitô": Gênio tutelar, ou demônio, entre índios americanos.
"Mantus": deus etrusco do inferno.
"Marduk": deus da cidade de Babilônia.
"Mastema": sinônimo hebreu para Satan.
"Mefistófeles" ou "Mephistopheles": (Grego) querm evita luz, Faustus. Pérfido, maldoso, sarcástico. Nome popular do diabo, segundo Goethe. Personagem do drama Fausto de Goethe (1749-1832), é um demônio que veio à Terra para satisfazer paixões de Fausto. Julga o mundo com ironia desdenhosa. Seu nome é empregado com sinônimo de homem de caráter perverso, verdadeiramente diabólico. A história de Fausto é a história do homem que vendeu sua alma ao Diabo em troca de bens terrestres. O drama divide-se em duas partes, onde o genial poeta imortalizou suas concepções da natureza e do homem.
"Melek Taus": demônio yesidi.
"Metzli": deusa azteca da noite.
"Mezu": no folclore japonês, o demônio com cabeça de cavalo, que dá assistência a Kongo, xerife dos Infernos.
"Mictian": deus azteca da morte.
"Midgard": filho de Loki, descrito como uma serpente.
"Milcom": demônio amonita.
"Molegue": príncipe da "Terra das Lágrimas", no Inferno. Recolhe, com alegria, as lágrimas das mães. É um demônio monstruoso, gotejando o sangue das criancinhas e as lágrimas de suas mães. Apresenta-se com cabeça de bezerro, coroa real, braços esticados para receber suas vítimas humanas. Os amonitas, membros de tribo à leste do Jordão, descendentes de Amon, que derrotaram os gigantes de Zomzomins e ocuparam a região, costumavam adorá-lo, sacrificando crianças em seu louvor para obterem boas colheitas e vitória nas guerras. Milton e Flaubert a ele fazem referência.
"Moloch": demônio fenicio e canaanita.
"Mormo": (Grego) rei dos Ghouls, consorte de Hecate.
"Mulli": primeiro mordomo da casa dos príncipes infernais.
"Mulos": (Veja "Vlokoslaks").
"Murmur": demônio da música, conde do Inferno, surgindo como um abutre, de pernas abertas, figurando um soldado gigantesco. Também denominado Murmúrio.
"Naamah": demônio feminino grego da sedução.
"Nasu": na religião de Zoroastro, representa o demônio feminino que se alimenta de corpos que acabaram de morrer ou já se encontram em estado de putrefação. Surgem com se fossem borboletas. Sua residência é o Inferno, no monte Elbroug.
"Nergal": deus babilônico do Hades. Demônio sumeriano das regiões infernais. Pode ser igualado ao deus grego Plutão, que governava o submundo. Nergal, com o Satã bíblico, habitava originariamente os céus. Considerados por muitos como demônio de segunda classe. Era chefe de polícia e espião de Belzebu. Esposo de Ereshkigal que, no panteão sumero-arcadiano, é considerada a senhora do grande lugar, rainha do mundo dos mortos, reinando em seu palácio, guardando a fonte da vida. Os demônios do mal e da morte são seus descendentes.
"Nihasa": demônio do índio americano.
"Nija": deus polaco do mundo subterrâneo.
"Nimorup": Um dos demônios que S. L. MaGregor Mathers usou para atacar Aleister Crowley, no início do século passado. Espécie de anão de grande cabeça, longas orelhas e lábios a escorrer baba, de um verde bronzeado.
"Nominon": Um dos demônios que S. L. MaGregor Mathers usou para atacar Aleister Crowley, no início do século passado. Uma espécie de grande e esponjosa medusa com uma mancha esverdeada e luminosa, como se se tratasse de uma obscena confusão.
"Nosferatu": Vampiro romeno.
"Nuton": originário da lenda belga, vivendo sempre em grutas, perto de águas correntes. Muito brincalhão, torna-se violento, todavia, se atacado.
"Nybras": propagandista dos prazeres da corte infernal. Supervisor dos sonhos, visões, êxtase. Demônio inferior, tido como falso profeta e charlatão.
"Nysroch": chefe da casa do príncipe infernal. De segunda classe; preside os prazeres da mesa.

"Orgeuil": (Nenhuma informação. Se você souber, envie por e-mail).
"Orias": conde do Inferno. Perito em Astrologia. Na metamorfose, carrega sempre uma serpente em cada mão.
"Orthon": demônio familiar do conde de Corasse e do conde de Foix. Invisível, sabe tudo o que acontece no mundo. Quando aparece, costuma mostrar-se como uma porca.
"O-Yama": nome japonês para Satã.
"Pan" ou "Pã": deus grego da luxuria, depois relegado ao demonismo.
"Pazuzu": demônio assírio, rei dos espíritos maus do ar, filho de Hanpa. Há no museu do Louvre (França) uma estátua de bronze, do século VII, representando Pazuzu, com forma humana, duas asas e dois chifres.
"Perséfone": deusa do Inferno, filha de Júpiter e Ceres, mulher de Plutão. É a mãe das fúrias.
"Pluto": deus grego do mundo subterrâneo.
"Proserpine": rainha grega do mundo subterrâneo.
"Prusias": um dos três demônios a serviço de Satanáquia, grande general das legiões de Satã.
"Pwcca": nome gales para Satã.
"Raastapack": Um demônio principado sobre a Oceania.
"Rakshasa": A feiticeira vampira indiana.
"Ravana": demônio rakchasa, do épico Ramayana, soberano do Ceilão que raptou Sita, esposa de Rama. Ramayana é um poema sânscrito, ao mesmo tempo religioso e épico, em 50.000 versos e sete partes. Celebra a genealogia de Rama, a sua juventude, a luta contra Ravana, raptor de Sita, sua vida e ascensão para o céu. Rama é uma das encarnações de Vichnu na mitologia hindu e deus da Índia, casado com a deusa Sita.
"Raymon": demônio poderoso encarregado das cerimônias infernais. Aparece na forma de um homem vigoroso, mas com rosto de mulher, coroado com jóias e montando um dromedário.
"Rimmon": demônio sírio adorado em Damasco. Embaixador do Inferno na Rússia czarista. Demônio menor, chefe dos médicos, acreditando-se que era capaz de curar a lepra.
"Saarecai": demônio menor que habita os buracos da casa.
"Sabazios": demônio frigio, identificado com Dyonisus, adorado como serpente.
"Sardon": conselheiro do Inferno, sacrificando as criancinhas nos Sabás (rituais satânicos). Deu origem à expressão "risadas sardônicas".
"Saitan": equivalente enoquiano de Satã.
"Sammael" ou "Samael": (Hebreu) "Veneno de Deus". Principe dos demônios, líder dos anjos que foram expulsos do céu, chefe das forças de Sitra Achra e marido de Lilith. Samael tem pele escura e chifres. É identificado com Satã e a inclinação para o mal, e é o principal acusador de Israel no céu, onde se opõe Miguel, o anjo guardião de Israel. Foi Samael quem enviou a serpente para seduzir Eva no jardim do Éden. Ele é ativo à noite e tenta os homens ao pecado. Quando pecam, eles aumentam o poder de Samael e permitem-lhe ganhar controle temporário sobre a Sechiná, trazendo calamidade ao mundo. Como ele simboliza tudo que é mau e impuro, seu mero nome, que significa "veneno de Deus", é evitado, e a ele se refere eufemisticamente ou de forma abreviada. A tradição cabalística o associa ao Leviathan. No Shabat e nas festas ele não tem poder sobre o mundo.
"Samnu": demônio da Ásia Central.
Satã: (Hebreu) adversário, opositor, acusador. Na tradição judaica mais primitiva, um dos anjos de Jeová, advogado ou representante dos homens junto a este, e que posteriormente, sob a influência do problema do mal e das soluções de tipo dualista dadas a esse problema, passou a significar o mau, o acusador, o tentador, o demônio. Satã veio a ser considerado a personificação da malignidade, e conhecido por vários nomes diferentes, o mais importante dos quais é Samael. Como inclinação para o mal, ele tenta o homem ao pecado, pode aparecer sob muitas formas diferentes. É mais ativo em tempos de perigo, e as pessoas que falam coisas malignas estão "abrindo suas bocas a Satã", dando-lhe oportunidade de realizar aquela mesma malignidade. Alugmas orações da liturgia visam a manter Satã afastado do homem, e o toque do Shofar em Rosh ha-Shaná tem o efeito de confundí-lo, para que não lembre a Deus os pecados de Israel. Ele não tem poder no Iom Kipur, quando os judeus se dedicam à oração e ao arrependimento. Satã é um dos quatro príncipes coroados do Inferno. Dos quatro pontos cardeais representa o Sul. Dos quatro elementos, representa o elemento fogo.
"Sedit": demônio do índio americano.
"Seirim": demônio cabeludo na forma de bode, que dança nas ruínas da Babilônia, comandado por Azazar.
"Sekhmet": deusa egípcia da vingança.
"Set": demônio egípcio.
"Shabrini": demônio dos antigos judeus que costumava cegar os homens.
"Shaitan": nome árabe para Satã.
"Shedim": demônio destruidor. Dizem ser descendente da serpente, outros dizem ser de Adão, depois da queda, e outros de Deus, que deixou os inacabados, incompletos, por causa do dia do descanso, ou seja, do Sábado. Para poder localizá-los, devem ser espalhadas cinzas pelo chão, para que esses demônios deixem seus rastros, dependendo, todavia, de uma formula mágica a ser proferida para que possam ser vistos. Suas garras são de galo e seu chefe é o demônio Asmodeus.
"Shiva": o destruidor. Deus indiano.
"Sinfiris": Um demônio que tem sede de sangue.
"Strigolius": Vampiro romano.
"Súcubos" ou "Succubus": demônio fêmea, em oposição aos Íncubos, tentando os homens durante o sono, nada os detém até conseguirem copular com eles. Costumam visitar os solitários, monges e pastores, aproveitando-se de seus jejuns e abstinências. Reanimam cadáveres que depois de uma noite de amor, voltam ao estado putrefato. Muitas vezes, dizem, tomam a forma da pessoa amada. Esta é uma raça menos conhecida de vampiras européias. A maneira mais comum de se alimentarem é tendo relações sexuais com suas vítimas, deixando-as exaustas e depois alimentando-se da energia dispersada no ato sexual. Elas podem entrar numa casa sem serem convidadas e tomar a aparência de qualquer pessoa. Geralmente visitarão suas vítimas mais de uma vez. A vítima de uma Succubus interpretará as visitas como sonhos. A versão masculina de um Succubus é um Íncubus. São vampiras da Europa Medieval.
"Supay": deus inca do mundo subterrâneo.
"T'an-mo": contraparte chinesa para demônio, cobiça, desejo.
"Tânatos": demônio masculino que personifica a morte, irmão de
Hipnos (sono) e de Nix (noite). Freud, em seus estudos, desenvolveu o conceito no qual Tânatos é uma das forças que governam o subconsciente profundo. A outra força é Eros (o amor).
"Tarasgua" ou "Tarascon": metade monstro da terra, metade do amor, foi vencido por Santa Marta, que o prendeu em seu cinto de virgindade. Apresentava cabeça de leão, com seis pés, patas de urso e rabo de serpente.
"Tchort": nome russo para Satã, "deus negro".
"Tezcatlipoca": nome azteca do inferno.
"Thamuz": embaixador do Inferno na Espanha, sendo inventor da artilharia, da Inquisição e de suas punições. Era considerado o inspirador das grandes paixões. Era deus sumeriano que mais tarde foi relegado ao demonismo.
"Thoth": deus egípcio da magia.
"Tunrida": demônio feminino escandinavo.
"Typhon": personificação grega de Satan.
"Ukobach": demônio inferior e responsável pelo óleo das caldeiras infernais. É o inventor da frigideira e dos fogos de artifício, aparecendo sempre com o corpo em chamas.
"Uphir": demônio químico, conhecedor de ervas medicinais e, responsável pela saúde dos outros demônios.
"Upiertzi": Vampiro polonês.
"Vekum": demônio que seduziu os filhos dos anjos sagrados e persuadiu-os a virem à Terra e ter relações sexuais com os mortais, conforme o livro de Enoque.
"Vetis": trabalha para Satã e é especialista na corrupção das almas de pessoas santas.
"Viesczy": Vampiro russo.
"Vlokoslaks" ou "Mulos": Vampiro sérvio.
"Xaphan": demônio menor que, por ocasião da rebelião dos anjos, deu a sugestão para se atear fogo no céu. É o que acende o fogo no Inferno.
"Xesbeth": demônio das mentiras, dos prodígios imaginários, dos contos maravilhosos.
"Yaotzin": deus azteca do inferno.
"Yemaye": Um demônio principado sobre a América do Sul.
"Yen-lo-Wang": regente chinês do Inferno.
"Zaebos": demônio com cabeça humana e corpo de crocodilo.
"Zagam": demônio das decepções e dos desenganos. Consegue transformar cobre em ouro, chumbo em prata, sangue em óleo, água em vinho. Tem asas e cabeça de boi.
"Zagamzaim": diabo disfarçado de eunuco, descrito por Vitor Hugo.
"Zancor": Um demônio principado sobre a América.
"Zepar": grão-duque do império infernal que tenta levar os homens à pederastia.





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psichos: MECANICA QUANTICA E ESPIRITUALIDADE.


De: *Cavaleiro_da_Estrela*
Entrevista com o físico Amit Goswami
Transcrição completa da entrevista
concedida pelo físico Amit Goswami
ao programa "Roda Viva" da TV Cultura.
O Roda Viva entrevista o físico nuclear indiano AMIT GOSWAMI.
Considerado um importante cientista da atualidade ele tem instigado os meios acadêmicos com sua busca de uma ponte entre a ciência e a espiritualidade.
Amit Goswami vive nos Estados Unidos. É PHD em física quântica e
professor titular de física da Universidade de Oregon. Há mais de quinze
anos está envolvido em estudos que buscam construir o ponto de união entre a física quântica e a espiritualidade. Já foi rotulado de místico, pela
comunidade científica, e acabou acalmando os críticos através de várias
publicações técnicas a respeito de suas idéias. Em seu livro O UNIVERSO
AUTOCONSCIENTE - publicado no Brasil - ele procura demonstrar que o
Universo é matematicamente inconsistente sem a existência de um conjunto
superior - no caso, DEUS. E diz que, se esses estudos se desenvolverem,
logo no início do terceiro milênio Deus será objeto de ciência e não
mais de religião.
A bancada de entrevistadores será formada por Mário Sérgio Cortella,
filósofo e dir.em educação, prof. do Depto. Teologia e ciências religião
da Puc SP; Cláudio Renato Weber Abramo, jornalista e mestre em
filosofia da ciência; Pierre Weil, educador e reitor da Universidade
Holísitica Internacional de Brasília; Rose Marie Muraro, escritora e editora;
Leonor Lia Beatriz Diskin Pawlowicz, jornalista e Pres.da Assoc. Palas
Athena; Joel Sales Giglio, psiquiatra, ex chefe do Depto.de Psic. Médica e
psquiatria da Unicamp, analista junguiano da Assoc. Junguiana do Brasil
e membro da International Assossiation for Analitical Psychology;
Carlos Ziller Camenietzki, físico, dr. em filosofia e pesquisador do Museu
de Astronomia do Min. da Ciência e Tecnologia.
Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite. Inicialmente eu
gostaria que o senhor dissesse aos telespectadores da TV Cultura, que ao
longo do século XX os cientistas estiveram ligados muito mais ao materialismo do que à religiosidade. A impressão que eu tenho é que nessa virada para o século XXI, essas coisas estão mudando. O senhor poderia nos explicar o porque dessa aproximação entre a ciência e a espiritualidade?
Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de uma visão
materialista para uma visão espiritualista, foi quase totalmente devida ao
advento da Física Quântica. Ao mesmo tempo, houve algumas mudanças em Psicologia transpessoal, em Biologia evolucionista, e em medicina. Mas acho que é correto dizer que a revolução que a Física Quântica causou na
Física, na virada do século, seria baseada nessas transições contínuas,
não apenas movimento contínuo, mas também descontínuo. Não localidade.
Não apenas transferência local de informações, mas transferência
não-local de informações. E, finalmente, o conceito de causalidade
descendente.
É um conceito interessante, pois os físicos sempre acreditaram que a
causalidade subia a partir da base: partículas elementares, átomos, para
moléculas, para células, para cérebro. E o cérebro é tudo. O cérebro
nos dá consciência, inteligência, todas essas coisas. Mas descobrimos, na
Física Quântica que a consciência é necessária, o observador é
necessário. É o observador que converte as ondas de possibilidades, os
objetos quânticos, em eventos e objetos reais. Essa idéia de que a consciência é um produto do cérebro nos cria paradoxos. Em vez disso, cresceu a idéia de que é a consciência que também é causal. Assim, cresceu a idéia da causalidade descendente. Eu diria que a revolução que a Física
Quântica trouxe, com três conceitos revolucionários, movimento descontínuo, interconectividade não-localizada e, finalmente, somando-se ao conceito de causalidade ascendente da ciência newtoniana normal, o conceito de causalidade descendente, a consciência escolhendo entre as
possibilidades, o evento real. Esses são os três conceitos revolucionários.
Então, se houver causalidade descendente, se pudermos identificar essa
causalidade descendente como algo que está acima da visão materialista do
mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos como Deus, se quiser, a consciência, interage com o mundo: através da escolha das
possibilidades quânticas.



Rose Marie Muraro: O que mais me espanta na Física é o problema da
medição quântica de Heisemberg, que voce, realmente, acha que deve ter um observador olhando e que modifica a realidade, por exemplo, transforma a onda em partícula. Eu gostaria de saber... isso aí houve uma grande briga de Einstein com Niels Bohr. Eu gostaria de saber, em escala cósmica, onde não há observadores, se há um observador supremo, na sua opinião, e se ele cria matéria ou como se faz esse fenômeno?
Amit Goswami: Essa é a questão fundamental, Rose Marie, porque.. qual é
o papel do observador? É a pergunta que abre a integração entre Física
e espiritualidade. Na Física Quântica, por sete décadas, tentou-se
negar o observador. De alguma forma, achava-se que a Física deveria ser
objetiva. Se dessem um papel ao observador, a Física não seria mais
objetiva. A famosa disputa entre Böhr e Einstein, a que se refere essa
disputa, basicamente, sempre terminava com Bohr ganhando a discussão,
mostrando que não há fenômeno no mundo a menos que ele seja registrado. Bohr não usou a consciência.. mas atualmente, vem crescendo o consenso, muito lentamente, de que a Física Quântica não está completa, a menos que
concordemos que nenhum fenômeno é um fenômeno, a menos que seja registrado por um observador, na consciência de um observador. E isso se tornou a base da nova ciência. É a ciência que, aos poucos, mas com certeza, vem integrando os conceitos científicos e espirituais.
Cláudio Abramo: Em sua fala inicial, o senhor mencionou, deu como fato,
que teria crescido a idéia de que haveria uma causalidade no sentido
inverso àqueles do tradicional que se considera, e daí saltou para a
afirmação de que isso abriria a porta para a entrada de Deus. A minha
pergunta se divide em duas. Em primeiro lugar, essa idéia cresceu aonde?
Quem, além do senhor, defende esse tipo de visão de mundo? E... dois, o
porque Deus entrou aí nessa equação?
Amit Goswami: Na Física Quântica há um movimento contínuo. A Física
Quântica prevê isso. Não há dúvida que a Matemática Quântica é muito
capaz, muito competente, e ela prevê o desenvolvimento de ondas de
possibilidades, a matéria é retratada como ondas de possibilidades. O modo
como elas se espalham é totalmente previsto pela Física Quântica. Mas agora temos probabilidades de possibilidades. Nenhum evento real é previsto pela Física Quântica. Para conectar a Física Quântica a observações reais, embora não vejamos possibilidades e probabilidades, na verdade vemos realidades. Esse é o problema das medições quânticas. E luta-se com esse problema há décadas, como eu já disse, mas nenhuma solução materialista, uma solução mantida dentro da primazia da matéria foi bem sucedida.
Por outro lado, se considerarmos que é a consciência que escolhe entre
as possibilidades, teremos uma resposta, mas a resposta não é
matemática. Teremos de sair da matemática. Não existe Matemática Quântica para este evento de mudança de possibilidades em eventos reais, que os físicos chamam de 'colapso da onda de possibilidade em realidade'. É essa descontinuidade do colapso que nos obriga a buscar uma resposta fora da Física. O que é interessante é que se postularmos que a consciência, o
observador, causa o colapso da onda de possibilidades, escolhendo a
realidade que está ocorrendo, podemos fazer a pergunta: qual é a natureza da consciência? E encontraremos uma resposta surpreendente. Essa
consciência que escolhe e causa o colapso da onda de possibilidades não é a
consciência individual do observador. Em vez disso, é uma consciência
cósmica. O observador não causa o colapso em um estado de consciência
normal, mas em um estado de consciência anormal, no qual ele é parte da
consciência cósmica. Isso é muito interessante. O que é a consciência
cósmica diante do conceito de Deus, do qual os místicos e teólogos falam?
Mário Cortella: Uma questão para o doutor Amit que é a seguinte: o
senhor é originado de uma cultura, que é a cultura da Índia, onde o
hinduísmo, como religião, tem uma profusão de deuses ou de divindades, ou de deidades. Alguns chegam a falar em 300 milhões de deidades dentro da
religião hindu. De outro lado, seu pai foi um guru brâmane, o senhor tem
um irmão que é filósofo. Esta mescla de situações induziu no senhor uma
compreensão em relação a um ponto de chegada, na religião, partindo da
Física, ou o senhor já partiu da religião e, por isso, chegou até a
Física e supõe que a Física Quântica é uma das formas de praticar
teologia?
Amit Goswami: Obrigado pela pergunta, porque costumam me perguntar se minha formação como indiano hindu afeta o modo como pratico a Física. Na verdade, fui materialista por um bom tempo. Fui físico materialista dos
14 anos de idade até cerca de 45 anos. O materialismo foi importante
para mim. Eu trabalhei com ele, filosofei nele, cresci nele. Eu obtive
sucesso em Física dentro da Física materialista. Mas quando comecei a
trabalhar no problema da medição quântica, eu realmente tentei resolvê-lo
dentro do materialismo. Enquanto todos nós trabalhávamos, falei com
muitos físicos que trabalhavam no problema (este é o problema mais
estudado da Física, um dos mais estudados). E todos tentávamos resolver este paradoxo: se a consciência é um fenômeno cerebral, obedece à Física
Quântica, como a observação consciente de um evento pode causar o colapso da onda de possibilidades levando ao evento real que estamos vendo? A consciência em si é uma possibilidade. Possibilidade não pode causar um colapso na possibilidade. Assim, eu tive de abandonar esse pensamento materialista. Embora fosse interessante, em minha vida pessoal eu sentia necessidade de mudar. Alguns consideraram uma transição de meia-idade, e os dois problemas, crescimento na vida pessoal e o problema da medição quântica, se confundiram, e eu comecei a ver a consciência não apenas como um problema físico, mas também como um problema pessoal. O que é que deixa alguém feliz? Qual é a natureza da consciência, da qual as pessoas falam quando se pensa além do materialismo? Então, comecei a
meditar e a me aproximar de alguns místicos, e isso ajudou. E um dia, quando falava com um místico, e ele me dava a tradicional visão mística do
mundo, que eu já ouvira muitas vezes antes, mas, de algum modo, essa
conversa causou uma nova impressão em mim. Eu pude ver, eu realmente vi além do pensamento, tive a percepção de que a consciência é a base do ser, e essa percepção soluciona o problema da medição quântica. Não só isso: pode ser usada como base para a ciência. Normalmente, os cientistas
presumem que a ciência deve ser objetiva, etc, mas eu vi, naquele momento, que a ciência deve ser objetiva até um certo ponto. Eu chamo de
objetividade fraca, mas isso pode ser alcançado nessa nova Metafísica.
Consciência é a base de todos os seres. Então, para mim, foi o contrário, eu
fui da Física para a espiritualidade, sob o aspecto da Física. Porque
minha formação espiritual, embora em retrospecto, eu possa dizer que foi
saudável, deve ter sido, como Freud diria, no subconsciente. Mas
conscientemente foi o oposto. Eu vim de uma questão muito inquietante, de
como resolver um problema físico, um problema do mundo, pois esse é o
problema mais importante do século XX. E a partir disso, esse salto
conceitual, esse salto quântico perceptivo me fez reconhecer que o modo como espiritualistas vêem a consciência é o modo certo de ver a consciência.
E esse modo de ver a consciência resolve o problema da medição
quântica. Ele nos dá a base para uma nova ciência.



Carlos Ziller: Eu gostaria de fazer uma pergunta, dando um passo mais
atrás no sentido da própria Física clássica. Porque nós sabemos, hoje em
dia, que os fundadores da Física clássica, Newton, Déscartes e outros
grandes cientistas do século XVII, para eles, para os projetos
científicos que propunham, Deus era uma parte constitutiva inseparável do
mundo que eles imaginavam, seja como sendo quem garantia a eficácia,
eficiência, o funcionamento das leis do mundo, seja como alguém que operava os próprios fenômenos naturais. Bom, isso foi sendo afastado, expulso do mundo da ciência ao longo do século XVIII, século XIX, ou século XX, talvez, até os anos 50 tenha sido o ápice dessa questão, os cientistas, os físicos, sobretudo, não gostavam totalmente nada de falar sobre esse assunto. Deus era um problema. Talvez o seu estudo e a sua reflexão esteja tentando recolocar no seu próprio lugar, pelo menos foi assim que eu interpretei, algumas idéias do próprio século XVII, dos fundadores da ciência moderna. Eu gostaria de saber se essa aproximação do Deus doNewton, o que garantia que as leis naturais funcionavam, se esse Deus tem algum paralelo com a consciência, supra-consciência que o senhor propõe como sendo o princípio a partir do qual os fenômenos do mundo, a realidade estaria constituída?
Amit Goswami: É uma pergunta muito boa. Os conceitos da Física
clássica, no início, não separavam Deus, como disse, mas então, aos poucos, descobriu-se que Deus não era necessário. Depois que Deus estabeleceu o movimento do mundo, ele passou a ser guardião de seu jardim, e isso é o que a maioria dos físicos clássicos pode fazer. Mas na Física Quântica, há o problema da medição. Como as possibilidades tornam-se eventos reais, temos espaço para uma consciência, e ela deve ser uma consciência cósmica. Há uma semelhança com o modo como Deus é retratado, pelo menos na subespiritualidade tradicional, não na mente popular. A mente popular considera Deus um imperador, um super-humano sentado no céu. Essa imagem de Deus não é científica, e espero que esteja claro que não estamosfalando em Deus dessa forma, mas Deus nessa consciência mais cósmica, nessa forma mais estrutural. Esse tipo de Deus está retornando porque, se voce se recorda, o debate entre teólogos e cientistas sempre foi: Deus é o guardião ou Deus intervém? Teólogos afirmam que Deus intervém nos seres biológicos. E então surgiu Darwin. Foi um grande golpe nos teólogos, porque antes, apesar de Newton, os teólogos podiam citar o exemplo da Biologia, cujo propósito é muito óbvio, pelo menos, óbvio para a maioria. Mas a teoria de Darwin foi um golpe porque se dizia que a evolução ocorria... mas ela era natural? Darwin disse que ela era natural.
Oportunidade e necessidade. Não há necessidade de Deus na evolução e não há
necessidade de Deus na biologia. Então, no século XX, surgiu o
behaviorismo e a idéia de que temos livre-arbítrio subjetivo. Essa idéia
também
foi superada, porque experimentos mostraram que somos muito
condicionados, não há livre-arbítrio. Contra tudo isso, vejam só, a Física
Quântica também cresceu ao mesmo tempo que o behaviorismo, e a Física
Quântica
tem uma coisa peculiar: o princípio da incerteza. O mundo não está
determinado como imaginamos. Deus não é o guardião. O princípio da
incerteza levou à onda de possibilidades, depois o colapso da onda de
possibilidades para a introdução da idéia do colapso da consciência.
Paradoxalmente, fomos criados contra essa idéia, mas nos anos 90, eu, Henry
Stab,
Fred Allan Wolf, Nick Herbert, todos mostramos que esse paradoxo pode
ser resolvido. Não há paradoxo se presumirmos que a consciência que
causa o colapso da onda de possibilidades em eventos reais é uma
consciência cósmica. E o evento do colapso em si nos dá a separação
matéria-objeto do mundo. Assim, não só resolvemos o problema da medição
quântica
como também demos uma nova resposta de como a consciência de um torna-se
várias. Como ela se divide em matérias e objetos, para poder ver a si
mesma. E essa idéia de que o mundo é um jogo da consciência, um jogo de
Deus, que é uma idéia muito mística, voltou à tona. Então, podemos
voltar à biologia. Deus intervém na biologia? Deus intervém na vida das
pessoas? Essas perguntas continuam tendo respostas muito positivas. Vi, em
um jornal sobre Biologia evolucionista, que há muitos furos conhecidos
na teoria darwiniana. Esses furos são chamados sinais de pontuação. A
teoria da evolução de Darwin explica alguns estágios homeostáticos da
evolução, ou seja, como as espécies adaptam-se a mudanças ambientais. Mas
não explica como uma espécie torna-se outra. Essa especiação, mudança
de uma espécie em outra, é uma nova mudança na evolução, não está na
teoria de Darwin. Experimentalmente, isso é demonstrado em lacunas de
fósseis. Não temos uma continuidade de fósseis mostrando como um réptil
tornou-se um pássaro. A idéia é que sejam sinais de pontuação, estágios
muito rápidos de evolução. Eu sugiro que isto seja um salto quântico, um
salto quântico na evolução. Nesse salto quântico, a consciência
interveio, não de um modo subjetivo, de um modo caprichoso, mas de um modo muito objetivo.. muito objetivo, e essas idéias objetivas ficam claras
com o trabalho de Rupert Sheldrake e outros, o modo como isso pode ser
objetivo. Mas, sem dúvida alguma, há uma intervenção da causalidade
descendente. Não se pode explicar a Biologia evolucionista só com a
causalidade ascendente. Essa é a coisa mais interessante, a partir do
pensamento original dos físicos de que Deus deve ser o guardião, pois tudo pode ser explicado e tudo é determinado, que não precisamos de Deus.
Agora, estamos fechando o círculo, e vemos que não só precisamos de Deus: há movimentos descontínuos no mundo para os quais não existe explicação
matemática ou lógica. Ainda assim, é totalmente objetivo, não é arbitrário.
Deus age de forma objetiva, bem definida. A consciência cósmica não é
subjetiva, não é a consciência individual que afeta o mundo. Isso ocorre
de forma cósmica, podemos discutir objetivamente. A ciência detém seu
poder, sua objetividade e, ainda assim, temos agora a descontinuidade,
temos a interconectividade e podemos falar sobre vários assuntos dos
quais os místicos tradicionalmente falam.



Pierre Weil: Durante essa discussão eu me coloquei como educador do
ponto de vista do telespectador, e estou um pouco com medo de que alguns
já desligaram o aparelho diante do alto nível científico do debate, que
é necessário e indispensável. Eu queria ressaltar a importância da sua
presença aqui em termos mais simples. Para o telespectador... tem
telespectadores que acreditam em Deus, acreditam em espiritualidade e tem
outros que não acreditam em Deus, não acreditam... são os materialistas
versus os espiritualistas. Entre os dois têm os que não sabem ou os que
nem se interessem para isto. Nestas três categorias, a sua presença
aqui tem uma importância muito grande. Ela tem uma importância porque
nesse século que passou, nós estivemos assistindo a três grandes
movimentos: o primeiro movimento, em que muitos espiritualistas, muitas
pessoas que acreditavam em Deus, abalados pelas "provas", pelas evidências da ciência, largaram a religião e só acreditaram na matéria. E nisso foram
até muitos sacerdotes de várias religiões. Largaram a batina, largaram a
sua fé e se transformaram em protagonistas do materialismo. Estamos
assistindo, atualmente, a um movimento contrário. Eu tenho, por exemplo,
dois amigos meus. Um, Matew, grande biólogo francês, largou a biologia e
hoje ele é monge budista tibetano. O outro era astrofísico, colega seu,
largou a astrofísica e hoje ele é rabino. Então estamos assistindo a um
movimento contrário. A sua presença aqui apresenta uma terceira saída,
e que me parece a mais conveniente e a mais razoável, a mais holística,
que é a minha também. A sua, como Física Quântica, fez com que, vindo
do materialismo, não caísse no extremo do espiritualismo, mas integrou
os dois. Eu fiz isso também como psicólogo, através da psicologia
transpessoal... o senhor através da Física Quântica, eu, através da
Psicologia Transpessoal... e nos encontramos muito bem e nos abraçamos o
tempo todo. A minha pergunta é uma pergunta pessoal: poderia contar para os
telespectadores, em termos mais simples, o que fez com que Amit Goswami
ficasse no meio do caminho e fizesse um encontro dentro dele, da razão
da Física, da razão materialista, e do outro lado, da Intuição? Falou
nos seus amigos místicos, mas pela minha experiência eu sei que a
segurança pela qual eu falo, não é apenas racional, ela é baseada numa
experiência chamada interior, chamada subjetiva, chame como quiser, de luz,
e de saber mais ou menos como que é esse mundo espiritual. Qual é a sua
experiência que fez com que unisse, na sua pessoa, o lado masculino,
racional, e o lado feminino, intuitivo, sentimental? O que aconteceu com a
sua pessoa? Eu acho que isso nos vai reconciliar com os telespectadores.
Amit Goswami: Sim, obrigado. Esta é a questão fundamental. Às vezes, eu
digo que todos nós, todas as pessoas, espectadores, cientistas, o
orador, todos aqui, todos nós temos dois lados. Um é semelhante a Newton,
que quer entender tudo em termos de objetividades, ciências e matemática,
e o outro é William Blake, que é místico e ouve diretamente,
intuitivamente, e desenvolve seu retrato do mundo baseado nessa percepção
intuitiva. O que ocorre nessa integração, o que ocorreu por um tempo, mesmo
antes de essa integração começar, é que começamos a entender a natureza
da criatividade. E a falsa idéia de que cientistas só trabalham com
idéias racionais e matemáticas, está, aos poucos, caindo. Einstein disse
isso muito claramente: "Não descobri a Teoria da Relatividade apenas com
o pensamento racional". As pessoas não levam a sério tais declarações.
Mas Einstein falou sério. Ele sabia que a criatividade era importante.
Agora, quase cem anos de pesquisas sobre criatividade estão mostrando
que os cientistas também dependem da intuição. Eles também dependem de
visões criativas para desenvolver sua ciência. Nem tudo é racional,
matemático; nem tudo é pensamento racional. Voce perguntou sobre minha
experiência pessoal. Eu já compartilhei a experiência fundamental pessoal
que tive quando troquei... nem devo dizer que troquei, eu tive uma
percepção. Não posso descrevê-la em termos de espaço-tempo. Eu estava fora
do espaço-tempo, experimentando diretamente a consciência como a base do
ser. É esse tipo de experiência que dá a base para ficarmos
convencidos, para termos certeza de que a realidade é algo mais do que o
espaço-tempo no mundo em movimento faz parecer. Este é o escopo fundamental para o ponto de encontro dos cientistas e espiritualistas. Porque os espiritualistas ouviram esse chamado, essa intuição, muito antes. Os
cientistas também a ouviram. Mas por eles sempre expressarem suas percepções em termos de lógica, em termos de razão, isso ocorre mais tarde. Eles esquecem a origem de seu trabalho, a origem de sua percepção. Já para os
espiritualistas, a percepção leva à transformação do modo de vida. Assim,
eles nunca esquecem que foi a intuição que trouxe a felicidade, foi ela
que os fez quem são. Essa é a diferença. Cientistas usam a intuição
para desenvolver sistemas que estão fora deles, o que chamo de
criatividade externa. E isso torna-se uma camuflagem dos verdadeiros
mecanismos do mundo para eles. Enquanto espiritualistas mantêm-se com a percepção, mudam suas vidas, e incidentalmente, mudam o mundo externo. Mas eles sabem que aquela percepção que tiveram é a coisa fundamental que gere o mundo. Para eles, a consciência é cósmica, isto é algo determinado. Para os cientistas, a mesma descoberta é possível, mas eles ignoram o chamado e prestam mais atenção ao que ocorre no cenário externo. Acho que, se todos nós compartilharmos isso, o mundo poderá mudar. Agradeço pela
pergunta. Estou disposto a compartilhar: escrevi um livro sobre
criatividade, no qual conto minhas histórias pessoais. Em todos os meus
livros conto minhas histórias pessoais. É importante compartilharmos nossas
histórias pessoais, e acabar com o mito de que os cientistas são apenas
pensadores racionais. Eles também têm percepções que vão muito além do
pensamento racional.
Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, o senhor falou muito em Deus durante
a primeira parte deste programa, e aqui no ocidente, quando se fala em
Deus, se imagina que exista o seu contraponto. E aqui no ocidente se dá
uma série de nomes a ele. Eu gostaria de saber como é que o senhor
explica essa... se o senhor concebe a existência desse contraponto, dessas
outras forças que não são necessariamente Deus.
Amit Goswami: Essa questão de Deus contra o Mal é interessante. Segundo
a visão da Física Quântica, existem as forças da criatividade e as
forças do condicionamento. Não falamos muito sobre isso, mas eu defendo a
idéia que a Física Quântica nos dá, de que é a consciência cósmica que
escolhe entre as possibilidades para trazer à realidade o evento real
que ocorre. A questão é: então temos de entrar nesse estado incomum de
consciência, no qual somos cósmicos, no qual escolhemos e, então... como
entrar nessa consciência individual na qual somos uma pessoa? Na qual
temos personalidade e caráter? Ao trabalharmos com a matemática disso,
descobrimos que essa condição ocorre porque todas as nossas experiências
aparecem após serem refletidas no espelho da nossa memória, muitas
vezes. É essa memória que causa o condicionamento. Uma propensão a agir do
modo como já agi antes. Uma propensão para responder a estímulos do
modo como já respondi antes. Todas as pessoas sabem disso. Elas passam a
manhã no cabeleireiro e o marido volta para casa e diz: "O que há para o
almoço?", sem notar o novo penteado da esposa, o que é muito irritante,
tenho certeza. Mas esse condicionamento é o que nos torna indivíduos.
Então, a questão é que, na Física Quântica, vemos claramente o papel da
consciência cósmica, que eu chamo de "ser quântico", no qual há
criatividade, há forças criativas. E então perdemos essa criatividade,
ficamos condicionados. E o condicionamento nos faz parecidos com máquinas.
Assim, o mal maior que a nova ciência nos traz é o condicionamento. Pois é
ele que nos faz esquecer a divindade que temos, o poder criativo que
temos, a força criativa que realmente representa o que buscamos quando
invocamos Deus. Mas isso também está incompleto. Essa questão pode ser
estudada mais a fundo e há um escopo maior, trazendo idéias como emoções
negativas e positivas. Assim, teremos uma exposição maior do Bem contra
o Mal. Mas, de fato, a consciência cósmica inclui tudo. Esse é o
conceito esotérico, não tanto exotérico, mas esotérico, por trás de todas as
religiões, de que há apenas Deus, e que o Bem e o Mal são uma divisão,
uma necessidade da criação, mas não é fundamental, ou seja, o diabo não
é igual a Deus; o diabo é uma criação subsequente. É útil pensarmos em
termos de Bem e Mal mas, às vezes, é preciso transcender isso, é
preciso perceber que Deus é tudo. Esse é o cenário que a Física Quântica
defende.



Joel Giglio: Doutro Amit, eu sou psiquiatra, analista Junguiano,
formado pela Associação Junguiana do Brasil, e tenho muitas perguntas a
fazer ao senhor. Mas em vista do tempo e dos objetivos desse programa, vou me centrar numa delas. Eu pensei muito, quando li seu livro, em questões
que ainda são incógnitas à nossa prática psicoterápica. A questão do
'insight'... O 'insight' nós não sabemos, em psicoterapia, quando ele vai
acontecer, como vai acontecer. Ele simplesmente aparece e quase que do
nada, embora a gente intua que o 'insight' vá aparecer. A questão da
criatividade... a questão da sincronicidade... mas eu gostaria de fazer
uma questão sobre os arquétipos. O senhor menciona no seu livro, idéias
de arquétipos de objetos mentais. Cita Platão e cita Jung, que é o
criador da psicologia analítica, setor da psicologia onde eu me situo. A
questão que tem me perturbado muito é: os arquétipos evoluem, embora eles
estejam fora do eixo espaço-tempo? Alguns autores dizem que está
havendo uma evolução dos arquétipos. Quem fala isso, por exemplo, é
Sheldrake, que o senhor mencionou há pouco e que não é psicólogo, é biólogo, mas que tem uma visão diferente dentro do campo da biologia. Como é que a
teoria da Física Quântica explicaria, supondo que os arquétipos evoluem,
a evolução dos próprios pensamentos arquetípicos, por exemplo, a
evolução do arquétipo de Deus, se é que ele está evoluindo ou não. Essa
questão... e muitos outros arquétipos, nós supomos que estejam evoluindo sem
anularem os arquétipos anteriores.
Amit Goswami: Obrigado pela pergunta. Sou um grande seguidor de Jung.
Acho que Jung foi dos precursores da integração que está ocorrendo
agora. Nos meus primeiros textos, eu citava muito a afirmação de Jung de
que, um dia, a Física Nuclear e a Psicologia se unirão. E acho que Jung
ficaria satisfeito com esta conversa e, em geral, com a integração da
Física e da Psicologia transpessoal que vemos hoje. Isto posto, acredito
no conceito de arquétipo de Jung, e acho que o modo como Jung o
apresentou, e Platão o apresentou, de que são aspectos eternos da
consciência, contextos eternos da consciência... a consciência tem um corpo
contextual no qual os arquétipos são definidos e, então, eles governam o
movimento do nosso pensamento. Acho que é um conceito muito poderoso. Mas, ao mesmo tempo, na Física Quântica, existe a idéia de que todos os corpos de consciência, tudo o que pertence à consciência, inconsciência, são
possibilidades. E por causa disso, por tudo ser possibilidade, surge a
questão: alguém pode ir além de arquétipos fixos e considerar arquétipos
evolucionistas? Não se pode descartar o que Rupert tenta dizer. Houve
uma idéia semelhante, de Brian Josephson, um físico que publicou um
trabalho na Physical Review Letters, revista de grande prestígio, dizendo
que as leis da Física podem estar evoluindo. Da mesma forma, outras
pessoas, cientistas muito sérios, sugeriram que, talvez, forças
gravitacionais mudem com o tempo. Essa idéia de arquétipos fixos é uma idéia
muito importante. Eu a apóio totalmente. Mas também vejo que na Física
Quântica há espaço para a evolução dos arquétipos. Não devemos descartar
totalmente idéias que dizem que arquétipos evoluíram. Ainda seremos capazes
de determinar isso experimentalmente. Obrigado pela pergunta.
Lia Diskin: O senhor manifesta certo interesse pelas questões éticas,
grande parte do final de sua obra se dedica a essa questão. O senhor nos
disse que há necessidade da participação da ambiguidade para dar
garantias de criatividade no campo ético. Entretanto, no mesmo contexto, nos
fala imediatamente das linhas e instruções éticas numa obra monumental
da tradição indiana que se chama "Bhagavad Gitâ". E a "Bhagavad Gitâ"
se inicia pelo pressuposto da instrução do mestre para um discípulo, de
que ele deve agir, de que ele deve entrar no combate, que ele deve
assumir sua parte de ação, porque pertence a uma casta, a uma tradição de
guerreiros, em que há ação da própria. Como fica o livre-arbítrio, como
fica a ambiguidade como necessidade da criatividade dentro de um
contexto de que existe um pressuposto, obviamente não-ambíguo e
não-escolhível, que não pôde escolher? O que fazer... mas se está cominado a
fazer, está cominado a agir? Como será isso, Professor?

Amit Goswami: Acho que essa também é uma pergunta muito difícil, muito
sutil. Realmente, se considerarmos a ética compulsória, não parece
haver escolha. Mas a ética não é tão definida: é muito ambígua. Lembro de
uma história que o grande filósofo Jean-Paul Sartre contava. Suponha que
voce vá em uma expedição de natação, ou melhor, de barco, e o barco
afunde. Voce está com um amigo, voce sabe nadar, mas ele não. Mas voce não
é muito forte. Se tentar salvá-lo, os dois podem morrer. Voce tem uma
boa chance de se salvar, mas ama seu amigo e seu dever ético com ele
está muito claro. O que fazer? Casos assim mostram claramente que há
ambiguidade mesmo em decisões éticas, em decisões morais. Na Física
Quântica, é muito claro que devemos esperar, e esperar pela intuição, ver se
há um salto quântico, uma resposta criativa como voce a chama, se uma
resposta criativa irá surgir. E é essa resposta criativa que é a resposta
correta para solucionar essa ambigüidade em questões éticas. Quando a
moralidade ou a ética são apresentadas como um conjunto de regras, e as
pessoas seguem essas regras, elas perdem essa parte ambígua e, por causa
disso, as regras perdem o sentido. Passa a ser um conjunto de regras
inútil, sem vida. Mas, se considerarmos a ética com vida, e reconhecermos
que temos um papel a desempenhar em todas as situações éticas, temos um
papel a desempenhar em termos de irmos para dentro de nós, como as
pessoas criativas fazem, combatendo isso, combatendo a ambiguidade. Então,
o salto quântico da percepção virá e vai-nos permitir tomar a ação
correta. É nisso que a Física Quântica está nos ajudando, é nessa conclusão
que ela está nos ajudando. E acho que Sartre também buscava essa
resposta porque a ética fixa é uma coisa impossível de se seguir.



Cláudio Abramo: Eu vou, infelizmente, ter que me estender ligeiramente
na minha pergunta. Ela é precedida de uma declaração... Vou fazer uma
interpretação do que foi declarado até agora, que eu acho que deve ser
útil para os telespectadores. Não estou fazendo isso para me expor, mas
para esclarecer o que me parece ser algumas questões importantes nesse
debate para o telespectador. O entrevistado faz menção a fenômenos
inexplicados, a fenômenos desviantes, entre diversas disciplinas. Começa
com a Física, passa pela Biologia, faz referência a problemas seculares
com respeito à consciência humana, ao livre-arbítrio, ao modo como
raciocinamos, ao modo como chegamos a conclusões, menciona casos como, por exemplo, Einstein declarando, como tantos outros cientistas, que não
sabe muito bem como chegou a uma conclusão. Poincaré, antes dele, havia
escrito muito sobre isso... Poincaré era uma matemático, o último grande
matemático universalista francês... ele morreu no começo desse século
(XX). Bom, esse tipo de anedota é completamente comum na ciência. Não há
nenhuma originalidade nisso. Esse gênero de anedota, repito, fenômenos
inexplicados que são característicos da ciência... a ciência quanto
mais sabe, menos sabe... quanto mais a ciência sabe, quanto mais fenômenos
são explicados, mais avenidas de desconhecimento se abrem. Um cientista
diz "não sei" o tempo todo. Um não-cientista explica tudo, porque
sempre tem uma resposta do tipo "todo abrangente" como é esta resposta. O
fato de se ter isso, para os telespectadores entenderem, o fato de se
formular uma pseudo-explicação a respeito de como o universo funciona não
dá a essa explicação, foros de verdade. Simplesmente declarar coisas
não confere verdade ao que se declara. Agora, no que o senhor declara
existe uma característica que eu acho bastante preocupante, ou pelo menos
intrigante, vinda de alguém conhecido aqui como Físico, como o senhor
declarou... o senhor foi.. o senhor foi Físico. O senhor diz, em
primeiro lugar, que aquilo que seria essa intervenção de uma consciência
cósmica, não é matematizável, quer dizer, isto não é introdutível dentro da
teoria física na forma como a teoria física aceita as suas idéias. Não
existe outra maneira de introduzir na Física idéias senão a matemática.
Não existe.. não é possível, não é Física... se é não-matematizável,
não é Física. Muito bem, então esta idéia de consciência cósmica não é
Física, quer dizer, certamente nenhum Físico aceitará isso. Em segundo
lugar, ela também, já que se está falando de alguma coisa que existe no
mundo, que é uma consciência cósmica que se reflete na consciência das
pessoas e faz as pessoas fazerem saltos quânticos... o senhor não vai
usar esse termo, mas saltos quânticos em direção à solução de
problemas... onde é que estão as evidências empíricas disso? Onde estão as
experiências que levam a esse tipo de conclusão? Porque ou a gente pode ter
conhecimento do mundo que seja muito estruturado, como no caso da Física,
ou conhecimento do mundo pouco estruturado. Não existe uma teoria, não
existe um conjunto de idéias muito organizado por trás, mas sabemos
empiricamente que são verdadeiras, ou parecem verdadeiras. Onde é que
estão as evidências empíricas e onde está o raciocínio, eu diria, desculpe
a palavra, científico, que o leva a declarar que existiria uma
consciência cósmica que estaria governando tudo e resolvendo todos os
problemas aqui, da Biologia, da Psicologia?...
O senhor afirma que estas suas idéias explicariam o problema da biologia evolucionista dos 'gaps' na criação de espécies, por exemplo. O senhor não acha ambicioso demais e, repito, onde é que estão as evidências empíricas disso?
Amit Goswami: Boa pergunta. Pergunta muito boa. Precisamos sempre fazer esta pergunta: onde está a evidência? Falarei da evidência mais tarde.
Antes, responderei à pergunta: a Física é matemática? Ela deve ser
totalmente matemática? Essa é uma crença que cresceu gradualmente na
Física, por causa do sucesso da matemática para expressar a Física. Há duas
coisas que devemos lembrar. Primeiro: não há motivo para a Física ser
matemática. Às vezes os filósofos levantam essa questão. Nancy Cartwright
escreveu um livro: Why do laws of Physics lie. Ela estava argumentando
que não há provas dentro da filosofia materialista de que a Matemática
deve governar as leis da Física. De onde vem a Matemática? Pessoas como
Richard Feynman, grande físico, Eugene Bigner, todos estudaram a
questão. E não há resposta dentro da filosofia materialista. Platão tem uma
resposta: a matemática molda a Física porque surgiu antes da Física, faz
parte do mundo arquetípico que discutimos. Assim, o idealismo de Platão
é fundamental para entender o papel da Matemática na Física, em
primeiro lugar. A Física em si precisa de algo além da matéria, ou seja, da
matemática e de arquétipos para ser uma ciência consistente. É preciso se
lembrar disso. O segundo aspecto da questão é o mais importante. Na
Física Quântica, procuramos insistentemente uma forma matemática de
encerrar a Mecânica Quântica. Uma forma matemática para entender a medição quântica. Não fomos capazes. Niels Bohr demonstrou para Erwin
Schrödinger, há muito tempo, quando a Mecânica Quântica estava sendo
desenvolvida.
Schrödinger achou que tinha obtido a continuidade e Bohr provou o
contrário e o convenceu disso. E Schrödinger disse: "Se eu soubesse que essa
descontinuidade, saltos quânticos, iriam permanecer, eu nunca teria
descoberto a Mecânica Quântica". Bohr disse: "Estamos felizes que tenha
descoberto". Essas descontinuidades vão continuar existindo, não há
explicação matemática, e por não haver explicação matemática, portanto, há
espaço para o livre-arbítrio. O livre-arbítrio, Deus, consciência,
colapso, tudo isso entrou para a Física porque atingimos o conhecimento, a
sabedoria, de que existe o princípio da incerteza, existem a
probabilidade e possibilidades. E por existirem probabilidade e
possibilidades, deve haver um agente que causa o colapso das possibilidades em eventos reais. E esse agente não pode ser matemático porque, se for, não poderá haver livre-arbítrio: seria determinista. Mas não é determinista. O
princípio da incerteza é fundamental. Assim, nós chegamos à conclusão, após décadas de lutas nós conseguimos...
Cláudio Abramo: Quem é "nós"?
Amit Goswami: "Nós" quer dizer que há um consenso entre cientistas...
Cláudio Abramo: Há um consenso a respeito de suas idéias?
Amit Goswami: Não a respeito de minhas idéias. Esqueça as minhas
idéias. Mas há um consenso de que não há solução matemática para o problema da medição quântica. Nisso, chegamos a um consenso. E por não haver uma solução matemática para isso, e por haver uma solução consistente em termos de consciência causando colapso de possibilidades quânticas em realidade, podemos falar sobre essas idéias publicamente. Quanto à segunda pergunta: Há evidência empírica? Acontece que os dois aspectos fundamentais da nova física, a consciência causa o colapso da possibilidade em realidade, e o segundo, que essa consciência é uma consciência cósmica, os dois aspectos foram confirmados por dados empíricos. Antes, darei os dados para o segundo, porque é o mais simples para o espectador. O primeiro é um pouco difícil. Talvez possamos incluir os dois. O primeiro experimento é muito importante porque já foi aplicado. Em 1993 e 1994, o neurofisiologista mexicano Jacobo Greenberg Silberman, ele e seus colaboradores fizeram um experimento, no qual havia dois observadores meditando por 20 minutos, com o propósito de terem comunicação direta.
Comunicação direta no estilo de não-localidade. Sinais não-locais ocorrendo
entre eles, e ainda assim eles teriam comunicação. Certo, eles meditaram
juntos. Pediu-se que mantivessem o estado meditativo durante o resto do
experimento. Mas então, um deles é levado para outro recinto. Eles
ficam em câmaras de Faraday, onde não é possível a comunicação
eletromagnética. Os cérebros deles são monitorados. Uma das pessoas vê uma série de 'flashes' brilhantes, o cérebro dele responde com atividade elétrica, obtém-se o potencial de resposta muito claro, picos muito claros, fases muito claras. O cérebro da outra pessoa mostra atividade, a partir da
qual obtém-se um potencial de transferência que é muito semelhante em
força e 70% idêntico em fases ao potencial de resposta da primeira
pessoa. O mais interessante é que, se voce pegar duas outras pessoas, duas
pessoas que não meditaram juntas, ou pessoas que não tinham a intenção de
se comunicar, para elas, não há potencial de transferência. Mas para
pessoas que meditam juntas, invariavelmente, muitas vezes, um em cada
quatro casos, obtemos o fenômeno de potencial de transferência. E Peter
Fenwick, na Inglaterra, há dois anos, confirmou isso, repetindo o
experimento. Assim, temos evidência empírica. Se tivéssemos tempo, e voce
tivesse paciência, eu poderia lhe dar inúmeros dados. Outro dado que é
muito interessante: considere o caso de geradores de números aleatórios.
Eles são realmente aparelhos quânticos, pois eles pegam eventos
radiativos, que são aleatórios, e os convertem em seqüências de números,
seqüências de zeros e uns. Em uma longa cadeia, deve haver número igual de zeros e uns. É o que se espera da sequência aleatória. Helmut Schmidt, um físico que pesquisa parapsicologia, tenta há quase 20 anos, fazer com
que médiuns influenciem os geradores de números aleatórios para gerarem
sequências não-aleatórias, mais zeros que uns. E ao longo dos anos ele
conseguiu boas evidências de que, até certo ponto, os médiuns conseguem
fazer isso. Um resultado com um grande desvio. Isso ainda não tem nada
a ver com Física Quântica, mas recentemente, em um trabalho publicado
em 1993, Schmidt retratou uma modificação revolucionária desses dados. O
que ele fez, recentemente, é que o gerador de números aleatórios, os
dados do gerador de números, a sequência, é armazenada num computador,
ela é impressa, mas ninguém olha. Os dados impressos são fechados num
envelope e enviados para um observador independente. Três meses depois, o
observador, sem abrir o envelope, escolhe o que quer ver, mais zeros ou
mais uns. Tudo segue um critério. Então ele liga para o pesquisador, o
pesquisador diz ao médium para olhar os dados, e pede a ele para mudar
os resultados, influenciá-los, se puder. E o médium tenta produzir mais
zeros, se esse for o desejo do observador. E então, o observador abre o
envelope e verifica se o médium conseguiu. E a incrível conclusão é (é
um resultado sério, não é fácil contestá-lo) que o médium, em 4 de cada
5 tentativas, consegue mudar os números aleatórios gerados pelo
aparelho, mesmo após três meses. Este mito de que o pensamento causa o
colapso de si mesmo, que o colapso é objetivo, sem que o observador consciente as veja, é apenas um mito. Nada acontece, tudo é uma possibilidade até que o observador consciente veja. Numa experiência controlada, as pessoas intervieram. As pessoas viram, sem contar a ninguém, viram os dados, a impressão. Nesses casos, o médium não influenciou os dados. Está claro que a consciência exerce um efeito, exatamente como Bohr suspeitava, como Newman suspeitava. Agora estamos fazendo teorias mais completas e experimentos mais completos baseados nessas teorias. Henry Stab colaborou com todas essas idéias que apresentei, consciência causando o colapso de funções quânticas em eventos reais. Ele participou do experimento com Schmidt. Então, estamos vendo uma mudança revolucionária na Física, não menos revolucionária do que a acontecida com Copérnico. Claro que haverá reações, como a que apresentou, e temos de ser muito pacientes, calmos, e trabalharmos juntos para superar essas tendências contrárias.
Mas temos a certeza de que existe algo que todos devemos olhar. Isso é
revolucionário, é novo e pode mudar, como já discutimos, as
dificuldades com valores que a sociedade vem enfrentando. Não vamos nos
preocupar em como pode ser, mas vamos olhar os dados, olhar a teoria e perguntar: pode ser? Se pode, que oportunidade fantástica temos para integrar todos esses movimentos díspares de consciência que nos separaram por tanto tempo.



Heródoto Barbeiro: Ele é autor também do livro "O Universo
Autoconsciente - Como a consciência cria o mundo material". Dr. Goswami,
dentro dessas explicações que o senhor nos deu até agora, como fica a questão da reencarnação e da preservação dessa consciência dos seres humanos?
Amit Goswami: A questão da reencarnação, provavelmente, é a pergunta
mais radical que pode ser feita. E é impressionante que a Física Quântica
nos permita dar uma resposta afirmativa. Eu mesmo fiquei tão surpreso
quanto qualquer um, com isto.. No início, quando me perguntavam isso, eu
me recusava a discutir. Mas então, eu acordei de um sonho, e,
basicamente, o sonho me dizia... eu ouvi isso no sonho: "O Livro Tibetano
dos Mortos está certo e seu trabalho é provar". Após acordar desse sonho, eu
passei a encarar reencarnação com seriedade. Basicamente, o problema
com a reencarnação é este: o corpo físico morre, e o que resta? Se a
consciência é a base do ser, vem a idéia de que o que resta é a
consciência. É a primeira pista. A segunda pista é que tudo é possibilidade,
no modo quântico de ver as coisas. Então, não é irrelevante dizer que as
possibilidades podem viver. Algumas possibilidades morrem com o corpo
material e o cérebro, mas pode haver outras possibilidades, outras
possibilidades que se modificam ao longo da nossa vida, e essas modificações das probabilidades das possibilidades podem formar uma confluência que possa viver mais tarde na vida de outra pessoa. É essa idéia que pude desenvolver de forma mais completa, num livro que será lançado no ano que vem, e fico feliz em dizer que podemos lidar com essa questão. A
vantagem de se fazerem essas perguntas é que podemos ver imediatamente a
utilidade das novas ciências que virão. Porque são essas coisas que
preocupam as pessoas. As pessoas são fundamentalmente incomodadas por
perguntas como "o que acontecerá quando eu morrer?". E se a nova Física
puder responder essas perguntas, a despeito da importância da Psicologia
transpessoal, e da Psicologia junguiana, em que a nova ciência ajuda, e
também da medicina alternativa, que nem discutimos ainda, acho que
tocaremos o coração das pessoas quando pudermos dizer: "Finalmente, a
Ciência pode ajudar a entender essa pergunta". Até agora, apenas o padre, o
teólogo pode dar qualquer resposta para a pessoa. E se pudermos dizer a
ela: "Faz sentido fazer essa pergunta, e voce pode fazer algo para ajudar
voce com o que acontecerá após a morte". Não seria um progresso
maravilhoso na ciência?
Joel Giglio: Professor Amit, eu vou fazer uma pergunta baseado no
trabalho de um ex-orientando de tese de doutoramento que eu orientei na
Universidade de Campinas, e que fez a primeira tese, pelo menos na Unicamp, e talvez em qualquer universidade estadual ou federal do Brasil, sobre parapsicologia. Ele fez uma tese sobre clarividência e eu não vou,
naturalmente, falar da metodologia do trabalho que seria bastante extensa,
mas resumir pelo menos os resultados principais. Várias pessoas, vários
sujeitos tentavam adivinhar as cartas de um baralho de símbolos
geométricos, baralho de Zener muito usado em pesquisa e parapsicologia, e
tentava adivinhar as cartas de um baralho Tarô, que é baseado em imagens
arquetípicas, o Rei, a Rainha, etc. Nos resultados que foram feitos
seguindo uma metodologia tradicional, estatística, as pessoas acertaram, no
baralho de Zener, um pouquinho acima do que era esperado ao acaso e 10%
acima no baralho de Tarô, comparando com o de Zener. A explicação dada
pelo meu orientando foi dentro da teoria da Psicologia Analítica, em
relação aos arquétipos emergentes que, de uma certa forma, estariam
mobilizados mais no baralho de Tarô do que simplesmente no baralho de
símbolos geométricos. Mas essa explicação, embora nos satisfaça um pouco,
ainda deixa muito a desejar. Eu perguntaria se o senhor teria alguma
explicação a mais baseada na Teoria Quântica sobre essa maior adivinhação
das cartas do baralho do Tarô, que são símbolos arquetípicos em relação
ao baralho comum de Zener , que são cinco símbolos geométricos,
quadrado, cículo, etc.?



Amit Goswami: Sim. Obrigado pela pergunta. Na verdade, somente no
Brasil alguém pensaria em fazer um experimento tão brilhante. Tenho visitado o Brasil nos últimos 5 anos e o futuro parece promissor. Eu fico
entusiasmado com a mente do brasileiro. Qual é a diferença entre o
experimento original de adivinhação de cartas e as cartas de Tarô? A idéia
que proponho, acho que voce pensa da mesma forma, é que quando o objeto que usamos na telepatia é significativo, ele é um objeto melhor. Os
cientistas, os parapsicólogos anteriores preocupavam-se demais com a
objetividade e ignoravam esse aspecto. Agora, nos novos experimentos
parapsicológicos, espero usarmos cada vez mais objetos significativos na
transferência telepática. E voce tem razão, a explicação completa tem de
usar a palavra "telepatia", tem de usar a transferência não-local de
informações, neste caso, transferência não-local de informações
significativas, arquetípicas. E esse é o motivo para os melhores resultados. Mas a não-localidade, a não-localidade quântica, tem de ser evocada para se ter uma explicação completa do que ocorreu. Obrigado.
Mario Cortella: Doutor Amit, eu juntei algumas questões nisso que eu
não vou tratar delas como perguntas, porque eu acho que na sua obra, pelo
menos no que eu pude ler, há um aprofundamento disso e uma leitura mais
detalhada ofereceria mais questões. Por exemplo, no campo da
psicanálise essa idéia de que o universo é quando é percebido e até
interferido, será que não seria uma postura um pouco ego-narcísica da nossa parte, um pouco antropocêntrica em relação ao próprio universo que dificulta a idéia de um cosmo, invertendo Dostoievsky. Dostoievsky disse que se Deus não existe, tudo é permitido. Nessa compreensão, parece que se Deus existe, aí é que tudo é permitido, porque existe aí uma probabilidade
que pode ser interferida. E uma outra questão, que eu acho que está na
sua obra mas acho que vale aprofundamento, é o ateísmo metodológico,
sendo que foi tão caro para a ciência para poder buscar explicações, mas
ele não é mais necessário. Mais aí a questão de fundo: eu tenho lido, não
sei se é verdade, que a Física Quântica mostra que hoje o tempo é uma
ilusão. Alguns têm dito que não se fala mais em universo, mas em
multiverso, porque haveria vários universos paralelos. Isso traria um
problema: a possibilidade de viajar no tempo. A maior explicação que achei
até hoje contra a viagem no tempo, foi do Físico inglês, Stephen Hawking,
que usou um argumento lógico. Ele disse: "É impossível viajar no tempo
porque se um dia for possível isso, os homens do futuro já teriam
voltado". Mas a Física Quântica ao falar em universos paralelos levanta a
possibilidade de se ter o tempo como uma mera ilusão humana. Isso me
coloca a seguinte pergunta aí para o senhor: será que nós chegaremos, com a
Física Quântica, a voltar à origem do cosmos e, aí sim, encontrar o
princípio explicativo?
Amit Goswami: Bem, suas duas colocações são muito boas, e a pergunta é
extremamente fascinante. A primeira coisa que quero dizer é que 'não
dizemos que tudo é possível' apenas por termos incluído aí a consciência
em nossas teorias, porque ainda estamos concordando totalmente com a
Física Quântica que a causalidade ascendente molda a forma das
possibilidades, a partir da qual a consciência escolhe. Tanto a causalidade
descendente, quanto a ascendente têm papel fundamental na nova Física, na
nova Ciência. Essa é uma das virtudes que temos. A nova Ciência absorve a
velha Ciência nos limites do princípio da correspondência, no limite de
que poderíamos falar apenas em termos de probabilidades para um grande
número de coisas e eventos. A velha Ciência não desaparece. Não
poderia. É solidamente baseada em dados experimentais. A nova Ciência
expande a velha Ciência em arenas com as quais a velha Ciência não pode lidar.
Como eventos singulares de criação, criatividade. Esse é o primeiro
ponto. Sobre voltar no tempo, há experimentos quânticos. O mais famoso é o
experimento de Le Choice, mas é muito longo para explicar, e muito
complicado para os espectadores realmente apreciarem. Embora, se alguém
estiver interessado nele, há livros sobre ele. Leiam, por favor, é
fascinante. Há algo acontecendo. Essa idéia de voltar no tempo é real na
Física Quântica. Podemos ser afetados por coisas no futuro, assim como somos afetados por coisas no passado. Na Física Quântica, o tempo é
não-linear. Isto posto, claro que experimentos recentes são tão
impressionantes, tão surpreendentes, que muitos físicos convencionais, conservadores, procuram formas de viajar no tempo. Mas acho que o consenso é que a viagem no tempo envolve muito mais do que esta observação da Mecânica Quântica. Não podemos mais descartá-la, mas ela envolve muito mais pois ainda temos sérios problemas de como trazer os efeitos quânticos aos macrocorpos. Pois os efeitos quânticos são muito destacados apenas em objetos microscópicos, e não tão destacados em macro-objetos. A situação da medição é uma exceção. Mas normalmente descobrimos apenas raios 'laser', supercondutores, poucas coisas, poucos macro-objetos em que os efeitos quânticos persistem. Então temos de resolver esse problema de como macrocorpos podem ser transportados pelo tempo, e isso levará um tempo. Se a consciência voltar a essa equação, e ela precisa voltar, em algum ponto, então, outra dimensão de pensamento se abrirá e isso pode nos dar novas respostas, novas visões sobre isso. Mas é muito prematuro falar sobre isso, acho.



Rose Marie: Eu sou muito interessada em história da tecnologia, porque
eu acho que através da tecnologia é que os sistemas econômicos se
desenvolvem, que cresce uma dominação de potências hegemônicas. Isso vai
muito na linha da pergunta do Cláudio Abramo. Eu sei que o senhor está
trabalhando na construção do primeiro computador quântico. Eu quero
perguntar uma coisa: o computador quântico dá saltos quânticos, ele cria?
Qual a diferença dele do computador determinístico?
Amit Goswami: Essa é uma pergunta muito interessante. O que é um
computador quântico? Um computador quântico em vez de usar um algoritmo específico, usa um algoritmo ambíguo. No computador quântico é usada a superposição de possibilidades e, dessa forma, espera-se que seja muito mais rápido que o computador convencional. Desde que o computador quântico opere apenas nesse nível, eu não espero que ele seja uma novidade tão grande, a não ser o fato de ele ser mais rápido. É isso que interessa aos
cientistas da computação. Mas eu tenho um interesse diferente nesse
computador. Se o computador for construído, por ter um processador
quântico, por processar superpondo possibilidades...
Rose Marie: É tão realista.
Amit Goswami: Isso mesmo. Assim como o ser humano faz. O cérebro
humano, de forma semelhante, processa de forma quântica as possibilidades, em vez de trabalhar diretamente, de maneira algoritmica, sem ambiguidade.
Então, alguém pode fazer um computador que tenha todos os outros
aspectos da medição quântica? A situação da medição quântica envolve um
mecanismo que chamo de hierarquia embaraçada. É um pouco difícil de
entender, mas um exemplo é a frase: "Eu sou mentiroso". Se pensar nela, verá que a relação hierárquica entre sujeito e predicado é recíproca. "Eu"
qualifica mentiroso, e vice-versa. Um qualifica o outro. É o que chamo de
hierarquia embaraçada. A medição quântica no cérebro é assim. A questão
intrigante para mim é que: suponha que no futuro encontremos um
computador com hierarquia embaraçada. O interessante é que a hierarquia
embaraçada dá margem à auto-referência. Então, este computador quântico terá auto-referência? A consciência cooperará na criação de um aparelho
feito por humanos, que não seguiu uma evolução, mas desenvolvido pela
inteligência humana? A consciência cooperará? A consciência cósmica
cooperará e o tornará um ser consciente? Eu não sei a resposta. Mas esta
será uma verificação fundamental, uma das mais fantásticas, das idéias que
discutimos hoje. Acho que essa pesquisa deve ser encorajada. Obrigado
pela pergunta.
Lia Diskin: Tentando fazer uma síntese dentro das idéias da biologia,
dentro das idéias da psicologia e, logicamente, de toda a Física que o
senhor coloca, o que hoje sabemos é que apenas 2% de nosso cérebro
utiliza vias neuro-cerebrais para entrada e saída de informação. E é a
partir disso, que nós construímos o que chamamos "os objetos ideais e
universais" que constituem a ciência. 98% restante pertence a um universo
interno, nebuloso, no qual existe a fantasia, a ilusão, logicamente a
irracionalidade e também a probabilidade. Até que ponto podemos dizer que é possível um verdadeiro diálogo com essa disparidade de porcentagens?
Até que ponto podemos dizer que é possível uma cientificação das idéias,
de Deus, ou das idéias internas, humanas, divinizadas, como queira
chamá-las?
Amit Goswami: Em outras palavras, deixe-me ver se entendi a pergunta,
há muitas coisas que são fantasias e há muitas coisas que envolvem Deus.
É possível transformar esses aspectos fantasiosos em científicos? É uma
pergunta interessante. Claro, na criatividade, transformamos fantasias,
transformamos algumas fantasias em algo científico. Porque algumas
delas são fantasias criativas. Em outras palavras, a imaginação, a parte
mental de nossas vidas, a parte interna de nossa vida, é fundamental no
que fazemos no mundo externo. Na nova Ciência, por estarmos igualmente
envolvidos com o mundo externo e o interno, pelo fato de a subjetividade
ter voltado à ciência, estamos validando o conceito de que, talvez,
devamos levar algumas de nossas fantasias a sério. Porque a idéia
contrária também pode ser positiva, ou seja, de que tudo é uma fantasia.
Fantasia da mente, fantasia da consciência. Porque a consciência é a base do
ser, e o que pensávamos ser material e real, e o que pensávamos ser
fantasia e irreal, esta distinção não é muito clara, agora. São todas
possibilidades da consciência. Portanto, é a consciência que as valida, que
escolhe entre elas, que lhes dá substancialidade.

Então, qual delas
será substancial depende totalmente da escolha, do contexto no qual a
consciência as vê. Isso vai revolucionar a sociedade, como voce antecipou
com sua pergunta. Em outras palavras, vamos levar nosso mundo interno
muito mais a sério. Eu costumo dizer às pessoas que, se elas estudarem
seus sonhos, o preconceito que costumamos ter é de que o sonho não é
contínuo, portanto, de que adianta estudá-los? Há evidências de que os
sonhos são contínuos, mas é preciso olhá-los sob o ponto de vista
significativo. Alguns ficariam felizes com essa descoberta científica, de
que os sonhos dão um relatório sobre a parte significativa das nossas vidas.
Então, há outros aspectos da vida com os quais a ciência materialista
não pode lidar e com os quais podemos lidar agora por colocar a
consciência de volta, por exemplo, o pensamento. E, quando fazemos isso,
nossa vida interna adquire uma enorme importância. Sim, a vida interna lida
com o pensamento, a beleza, os arquétipos, de uma forma diferente que a
vida externa, materialista, pode. E, focalizando na vida interna, não só
podemos nos transformar, essa é a parte mística, mas também podemos ter
enormes visões sobre o que criar, como criar, sobre nossas artes, sobre
nossa música, até sobre a ciência.



Pierre Weil: Eu queria primeiro felicitar esse programa, Roda Viva,
pelas iniciativas que está tomando. Eu quero dizer que é a primeira vez
que eu vejo na televisão, problemas tratados no nível que merecem, na
altitude que merecem, problemas como a parapsicologia, a psicologia
transpessoal. Isso é feito graças a uma mudança de paradigma. E eu queria
realçar de novo para o público telespectador que o que estamos tratando
aqui tem uma influência muito grande sobre a destruição da vida no
planeta e a grande crise de violência que está assolando atualmente o mundo, não é só o Brasil. Eu queria, já que estamos no fim do programa, deixar a oportunidade a Amit Goswami, que nós convidamos na nossa Universidade da Paz em Brasília, justamente porque ele representa um novo paradigma, como que o antigo paradigma é responsável pela violência atual do mundo, antiga visão que está responsável pela destruição da vida no planeta, e como o novo paradigma pode nos ajudar a nos tirar dessa crise, além de medidas policiais e de mudança de lei que são necessárias, mas são
absolutamente insuficientes?
Amit Goswami: Obrigado. Acho muito importante dizer que, sem reconhecer
a consciência e sem reconhecer o valor da nossa vida interna, sem
reconhecer o valor da transformação, nunca mudaremos a violência na
sociedade. Então, é muito importante ver que apenas pensando em
não-violência, apenas falando dela, não deixaremos a violência. É preciso passar por todo o processo criativo. A nova Ciência, o novo paradigma, é
extremamente importante porque sempre enfatiza a criatividade. Na velha
Ciência, o determinismo e behaviorismo, essa idéia de que o condicionamento
prevalece, nos cegou tanto quanto à transformação, nos cegou tanto que
desistimos. Basicamente, os valores não eram necessários. Steve Weinberg
disse que não há significado no universo, não há valores se o consenso é
o julgamento dos cientistas materialistas, e isso ocorre dentro da
sociedade, e o behaviorismo diz: "Não podemos fazer nada. Somos seres
comportamentais, somos condicionados". E a nova Ciência diz: "Não. Também há forças criativas dentro de nós. Basta aprender a agir a partir desse
estado de consciência não-ordinário no qual voce tem escolhas". E o meu
novo lema, em vez do cartesiano "eu penso, logo existo", e pensamento é
uma condição behaviorista, meu novo lema é: "escolho, logo existo". Se
é "escolho, logo existo", posso escolher a não-violência. Mas tenho de
aprender como escolher, e isso exige criatividade. Essa é, realmente...
a nova confiança do novo paradigma: em vez de escolher a metade
condicionada do mundo, vamos dividir o mundo em condicionamento e
criatividade. Forças do Bem e do Mal, das quais falamos antes. Podemos ser
muito otimistas. Se essa mudança para o novo paradigma vier logo, talvez
possamos realmente lidar com a violência de uma forma realmente prática, em
vez de apenas verbalmente, como fazemos.
Carlos Ziller: Quando eu estava fazendo a minha leitura dos seus
trabalhos, percebi um sentimento que eu compartilho, de um incômodo profundo com relação a algumas conclusões que emergem de determinados meios científicos. Vou dar só um exemplo, acho que o telespectador vai se
lembrar, certamente. Há algum tempo atrás apareceu um resultado de um
laboratório do EUA que falava da descoberta do gene da homossexualidade.
Mais recentemente falou-se no gene da obesidade, e há toda uma série de
conclusões desse tipo que não deixam de produzir, nos homens de bom senso,
uma certa surpresa, e, contudo, mesmo em homens que são materialistas e
bem convencidos, que não aceitam, rejeitam esse determinismo radical
que emerge de alguns ambientes científicos, sobretudo norte-americanos.
Há um materialismo que convive muito bem com o livre-arbítrio. Há um
realismo filosófico que convive muito bem, sem muito inconveniente, com
paradoxos, com contradições. Isso não é, digamos, o todo, do que se
poderia chamar de "atividade científica". Por fim, eu gostaria de fazer uma
pergunta, e é a questão mais importante que eu teria a colocar, que
emerge também de uma sensação que eu tive ao ler "O universo
auto-consciente". Eu tive a sensação de retornar ao passado, aí sim uma
viagem ao passado. Eu vi ali, arrumados, organizados de uma forma muito particular por voce, idéias e proposições que eu já havia conhecido em leituras,
por exemplo, da obra do cardeal Nicolau de Cusa , grande pensador do
século XV, que propôs que o universo era resultado de uma contração de
Deus, e essa contração, enfim, não é o caso aqui de eu explanar essa
filosofia. Mas esse tipo de pensamento, produziu, interagiu com concepções
científicas do século XVI, do século XVII, com concepções que propunham
que a divindade organizasse, ou enfim, propunha uma visão bastante
parecida com essa, um projeto científico bastante parecido com esse que
voce está propondo nesse seu livro. A humanidade passou por um processo
muito longo, muito duro, para conseguir, digamos, não eliminar Deus da
Ciência, mas pelo menos reduzir um pouco seu papel, esse processo foi
longo e lento. Para concluir, como o senhor acredita poder convencer os
cientistas desse seu projeto, depois de tanto esforço para conseguir
criar uma noção de objetividade, de realidade, de realismo, com todos os
exageros em alguns momentos, mas convencer esses homens depois de tanto
esforço? O senhor imagina conseguir isso usando que gênero de recursos?
Amit Goswami: Eu acredito que as idéias se verificarão por si mesmas,
serão confirmadas nos laboratórios e serão úteis. A ciência tem dois
critérios fundamentais. Por isso Galileu é chamado de pai da ciência
moderna, pois ele enunciou claramente esses dois critérios. Um é que a
ciência deve ser verificável. Ela deve ser verificada experimentalmente. E a
segunda idéia é que a ciência deve ser útil. No aspecto da verificação,
já apresentei alguns experimentos a voces, pois o tempo é curto, não
entrarei em outros experimentos, mas digo que há um número enorme de
experimentos sendo realizados, graças à Parapsicologia e interessados em
Parapsicologia. Mas também em Biologia, e a Medicina é uma grande área de
verificação experimental de algumas de nossas idéias. Mas a questão da
utilidade é a mais importante. Deepak Chopra ficou famoso por um livro
que escreveu, chamado Cura Quântica, lançado há 10 anos. Ele começou a
revolucionar a Medicina, de certa forma, pois há um fenômeno chamado
"efeito placebo" para o qual os cientistas não têm explicação. E esse
trabalho, que é muito semelhante à minha forma de pensar, e eu tenho lido
trabalhos citando a conexão entre as nossas idéias... Mas veja as
implicações disso. Se, de fato, houver cura quântica, se houver Medicina
mental, o efeito da mente sobre a cura, então as pessoas serão de fato
ajudadas, não apenas no campo da Psicologia, mas no campo da verdadeira
saúde física. A saúde física real, que importa para muito mais pessoas do
que a saúde mental, ainda não estamos esclarecidos o bastante para
levar a saúde mental tão a sério. Mas todos se preocupam com a saúde
física, levam muito a sério. É a aplicação da nova Ciência a essas áreas,
especialmente na área da saúde, que vai trazer a revolução de que Deus é
importante, a consciência é importante, a criatividade é importante,
observar o livre-arbítrio e responsabilidade é importante, que temos um
paradigma científico que pode unir todas essas coisas, trazê-las para
junto da velha ciência e ter formas objetivas de proceder e prever. Será
uma ciência previsível, poderá ser verificada e também será útil. Isso é
o que mudará a percepção do público. A percepção dos cientistas,
também. Obrigado.
Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, muito obrigado por vir.
Amit Goswami: Muito obrigado. Foi um prazer estar aqui.

Amor tenet omnia.
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