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O Culto às Deusas na Escandinávia Viking




por Johnni Langer



Sobre o autor [i]

A questão das deidades femininas sempre despertou atenção dos especialistas em história das religiões. Durante o século XIX, alguns mitólogos procuraram demonstrar uma suposta antiguidade de um culto de caráter feminino, que teria produzido algumas estruturas sociais como o direito, a exemplo de Johann Bachofen, que posteriormente influenciou James Frazer em seu clássico O ramo dourado e o psicanalista Eric Neumann já em meados do século XX, entre outros.[ii] A teoria sobre cultos primordiais às deusas ganhou grande notoriedade a partir dos anos 1960, com o impulso do movimento feminista e, mais recentemente, vem ganhando novo fôlego com os adeptos do neo-paganismo. Livros, sites e filmes exploram a idéia de uma única divindade feminina que teria originado os grandes cultos da humanidade ou as grandes formas religiosas e até sociais em um passado distante.[iii] Neste contexto também temos as pesquisas acadêmicas sobre o mito da deusa mãe, sendo algumas das publicações mais recentes os livros La grande déesse du Nord[iv], do francês Régis Boyer, e Roles of the Northern Goddess,[v] da britânica Hilda Davidson, as duas obras tratando especificamente do culto da grande divindade feminina na Europa do Norte.

A grande deusa do Norte

Régis Boyer[vi] utilizou como metodologia básica de investigação, as teorias da arqueóloga Marija Gimbutas, que renovou os estudos sobre a deusa mãe nos anos 1970-1980.[vii] A idéia básica seria de que todas as grandes religiões do mundo tiveram inicialmente um culto a uma divindade feminina, estruturadora de bondade, sabedoria e poder, sendo posteriormente relegada a um segundo plano por entidades masculinas.[viii] Mas, ao contrário do que a literatura esotérica contemporânea apregoa, esta supremacia inicial da deusa não se refletia necessariamente na sociedade humana – o matriarcado (ou ginecocracia), tão valorizado por alguns neo-paganistas e feministas – não foi a primeira forma de governo, e aliás, nunca foi comprovado na História.[ix] É dentro desta perspectiva que Régis Boyer elaborou seu trabalho, procurando descobrir como o culto às deusas refletia aspectos da mentalidade e da sociedade nórdica, mas sem necessariamente cair em fantasias típicas do imaginário popular e da “literatura esotérica da Nova Era”.

O primeiro capítulo, Ambiguïté et diversité fondamentales de la grande déesse, apresenta algumas considerações de ordem teórica sobre as religiões de origem indo-européia e o papel das deusas, especialmente a hierogamia e a discussão de alguns aspectos da teoria de Georges Dumézil sobre tripartição. Em seguida, Boyer traça os elementos gerais sobre o papel das deusas na Escandinávia Viking, principalmente os aspectos relacionados com a fertilidade e os ritos de fecundidade. Também apresenta as mais importantes divindades femininas e suas relações com o panteão mitológico nórdico.

O capítulo II, Une approche nord-germanique: des groupes de divinités au collectif, aprofunda o estudo sobre as entidades sobrenaturais femininas: as Nornas (muito semelhantes as Parcas dos Gregos), Dísir[x], Valkyrjor[xi] e Vanes. As Dises são entidades tutelares, protetoras de um clã ou de uma família, enquanto as Valquírias foram seres relacionados ao deus Óðinn[xii], descritas como guerreiras, fatídicas e escatológicas, e que foram popularizadas pela ópera alemã do Oitocentos. Os Vanes constituem um dos dois grupos de deuses maiores do panteão germânico-nórdico, destacando-se a deusa Freyja, relacionada ao amor, ao sexo e a fertilidade.

O último capítulo, Visages de la grande déesse, é onde Boyer detalha a sua teoria principal: na realidade, as três grandes entidades femininas adoradas pelos Vikings – Freyja (“a dama”), Frigg (“a bem amada”) e Skaði foram manifestações diferenciadas de uma mesma deusa, que originalmente compunha o panteão da Escandinávia pré-histórica.[xiii] Freyja teria recebido os valores mais sexuais e mágicos da divindade primordial, enquanto Frigg herdou os aspectos mais familiares, sendo o símbolo da esposa por excelência, mas também sendo a senhora do destino. Skaði representava os aspectos de sazonalidade da natureza, o renascimento e renovação das estações do ano.[xiv] Desta maneira, Boyer foi influenciado pela teoria da tripartição do mitólogo Georges Dumézil, ao adotar este esquema em seu livro: Freyja (fertilidade), Skaði (guerra), Frigg (soberania).

Na conclusão, Permanence d’une image et d’un theme, o autor analisa uma importante fonte literária do medievo nórdico, buscando comprovar sua teoria, a Saga de Njáll. Por meio de personagens femininas da narrativa, ele identifica manifestações das três facetas da divindade escandinava primordial: Hallgerdr, filha de Höskuldr, uma loira alta e sensual, encarna Freyja; Bergthóra, filha de Skarphedinn, senhora da fazenda, assume o papel de Frigg; Hildigunnr, filha de Starkadr, feroz e destemida, personifica Skaði. Com isto, percebemos o cruzamento entre literatura e religião, uma importante abordagem a ser melhor explorada pelos investigadores acadêmicos.[xv]

As funções das deusas nórdicas

Por sua vez, a obra de Hilda Roderick Davidson[xvi], Roles of the Northern Goddess, procura seguir as teorias de Marija Gimbutas num âmbito mais arqueológico e relacionado aos vestígios de cultura material. Em todo livro, encontramos larga referência a estatuetas, estátuas, moedas, figuras de tapeçaria, imagens em alto e baixo relevo, decorações de painéis, estelas, frisos de edificações, etc, num eficiente exemplo de análise iconográfica atrelada ao estudo da religiosidade e mitologia. Do mesmo modo que Régis Boyer, mas de um modo mais detalhado e profundo, Hilda Davidson procura relacionar as manifestações das entidades femininas com valores sociais, especialmente nos aspectos cotidianos.[xvii] Utilizando o tradicional modelo comparativo com outras mitologias e tradições religiosas, destacando os indo-europeus, Davidson cria um quadro bem complexo dos papéis das deusas na vida dos antigos escandinavos.

A primeira parte, Mistress of the animals, examina as influências das divindades caçadoras e sua aproximação com animais sagrados. Não se restringindo apenas as fontes nórdicas, Davidson debruçou-se sobre uma ampla variedade de tradições folclóricas e sagradas, especialmente dos eslavos e do mundo clássico. Passando pelo Kalevala, Beowulf (ambas são fontes da Antiguidade Tardia) até chegar ao folclore oitocentista (como o caso dos irmãos Grimm), a autora examina a imagem das deusas como protetoras de florestas, do gado e dos animais, propiciadora da caça. Enfim, toda uma série de imagens relacionadas às regiões selvagens, herdeiras de um mundo ainda não completamente dominado pelo homem.

Os aspectos de favorecimento ao mundo agrícola por parte das deusas são vistos no capítulo seguinte, Mistress of the grain. Neste momento, já percebemos a existência de conflitos refletidos nos mitos, como na narrativa da deusa Gefjón, que após dormir com o rei Gylfi, ganhou certa porção de terra da Suécia, posteriormente separada do continente e originando a ilha de Sjaelland. Para Davidson, isto poderia refletir uma rivalidade existente entre os marinheiros e os fazendeiros da Escandinávia. Típicas do paganismo nórdico, com uma religiosidade não centralizada, ahistórica, sem hierarquias, castas sacerdotais ou livros sagrados, os conflitos podiam tanto ser de ordem social quando de gênero, reflexos de variações de cultos.[xviii] Por sua vez, enquanto deusas da fertilidade, Freyja e Frigg tanto podiam ser invocadas para partos como para uma colheita melhor.

Refletindo diretamente as funções e particularidades da mulher dentro da sociedade nórdica[xix], as deusas também atuavam como protetoras da tecelagem. Neste capítulo, Mistress of distaff and loom, Davidson analisa o famoso tapete de Oseberg, encontrado em um sítio funerário da Noruega (dentro de uma embarcação), e considerado uma dos mais importantes vestígios sobre a vida na época dos Vikings. Segundo a autora, a cena estampada no tapete representa o enterro de uma grande rainha que teria sido sacerdotisa da deusa Freyja ou Frigg, por causa da imensa quantidade de símbolos de fertilidade encontrados no funeral. O navio representa a passagem para a vida em outro mundo para os nórdicos, e também era o símbolo dos deuses Vanes, enquanto que a tecelagem simbolizaria o destino individual. Juntos, navio e tecelagem são um poderoso tributo para as entidades femininas que determinavam o destino das classes mais influentes da sociedade.

Outros aspectos da interferência religiosa das deusas no cotidiano são os referentes à vida doméstica, que Davidson explora em dois capítulos (Mistress of the household e Mistress of life and death). Passando pelo trabalho de parto, o uso medicinal de ervas até o preparativo de funerais, as entidades sobrenaturais eram as guardiãs do lar, figuras poderosas que atestam uma independência de culto na Escandinávia até o século VII d.C., somente relegadas a um segundo plano com a eminente chegada do culto a Óðinn e os Ases durante a Era Viking (séc. VIII a XI d.C.). Um momento muito interessante do livro é a recuperação extremamente exaustiva da autora em informações históricas sobre a associação entre ervas e as deusas, atestando uma grande permanência folclórica do paganismo nas sociedades cristianizadas até nossos dias. Outra situação em que as deusas refletem diretamente padrões sociais, é referente ao choro e ao luto, muito comum nas fontes mitológicas, associadas diretamente a lamentação feminina em funerais – um comportamento previsível em sociedades guerreiras, onde esta situação era considerada um sinal de fraqueza para os homens.

Hilda Davidson conclui seu livro com observações muito importantes para os estudiosos da religiosidade. Para ela, o mundo nórdico não conheceu templos poderosos ou cultos públicos importantes para deidades femininas. Os rituais e a adoração às deusas foram estendidos apenas para os limites da família e da casa, aparecendo vários aspectos destas entidades no trabalho feminino. As deusas nórdicas se concentravam em facetas particulares da vida e da atividade doméstica, associadas a uma área limitada da fazenda e do rebanho. Em geral, elas eram vistas como poderes sustentadores da vida, do mundo natural e das comunidades, encorajando a sexualidade e o casamento, mantendo uma continuidade entre os ancestrais e a família. As representações das deusas como figuras totalmente benignas e defensoras das mulheres não tem suporte nas fontes, pois elas também foram interpretadas com aspectos terríveis: figuras destrutivas, cruéis, implacáveis, associadas com o crescimento e cura, mas também com as forças indomadas da natureza e com aspectos selvagens do comportamento humano.

Conclusão: a presença do Eterno Feminino

A temática da inclusão de personagens femininos na história das religiões é algo ainda a ser amplamente explorado. Seja utilizando a teoria do arquétipo da Grande Mãe – a perspectiva de que imagens comuns a humanidade sobrevivem desde a pré-história até os tempos atuais no inconsciente coletivo[xx] - como no caso de Régis Boyer, ou ainda, o referencial de que as deusas são reflexos de estruturas sociais originadas pelos indo-europeus e que se estendem a várias tradições mítico-religiosas da Europa, a exemplo do livro de Hilda Davidson, o estudo dos antigos mitos e ritos ainda continua a fascinar o Ocidente. As duas obras não possuem interesse apenas para os pesquisadores de história da religião, mas a todos os interessados em desvendar as facetas do Eterno Feminino, ou seja, as características que tornaram as deusas tão importantes em várias culturas, nos levando a compreender melhor o papel das mulheres e do feminino nas sociedades ao longo da História.

Referências bibliográficas

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DAVIDSON, Hilda. Roles of the Northern Goddess. London/New York: Routledge, 1998.

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DETIENNE, Marcel. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992.

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http://www.arts.usyd.edu.au/departs/medieval/saga/pdf/0000-all.pdf

LANGER, Johnni. Morte, sacrifício e renascimento: uma interpretação iconográfica da estela Viking de Hammar I. Revista Mirabilia n. 3, 2003. www.revistamirabilia.com

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SAMUELS, Andrew et alli. Dicionário crítico de análise Junguiana. Rio de Janeiro: Imago, 1988.

SIMEK, Rudolf.  Rich and powerful: the image of the female deity in migration Age Scandinavia. In: In: BARNES, Geraldine & ROSS, Margaret Clunies (ed.). Old Norse Myths, Literature and Society (Proceedings of the 11th International Saga Conference). Sydney: Centre for Medieval Studies, 2000.

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[i] Prof. Dr. Johnni Langer: Pós-doutorando em História pela USP, Bolsista da FAPESP. E-mail: johnnilanger@yahoo.com.br

[ii] Para grande parte dos mitólogos da primeira metade do Oitocentos, teria existido originalmente um ser supremo, sendo a humanidade monoteísta em sua origem. Com o desenvolvimento da civilização, houve um declínio moral, sobre o qual surgiu um culto à grande deusa mãe, a chamada ‘pequena cultura do direito materno’. Temos então a feminização da figura paterna do ser supremo, entendido como uma degradação moral da humanidade. Conf. DETIENNE, 1992: 41. Sobre pesquisas arqueológicas atualizadas sobre o culto da deusa mãe ver: LYNN, Roller E. Em busca da deusa-mãe: o culto anatoliano de Cibele. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.

[iii] Um dos mais famosos romances fantástico-esotéricos da atualidade, As Brumas de Avalon, 1982, de Marion Zimmer Bradley, enfoca justamente neste referencial, onde temos a personagem Viviane, que numa passagem explica para Igraine que ambas e Morgana representam as três faces da Grande Deusa. Em uma publicação de grande sucesso nos anos 1970 e 1980, traduzida em várias línguas, a coleção Man, myth and magic (1970, de Richard Cavendish, traduzido no Brasil por Homem, mito e magia, publicada pela Editora Três, São Paulo, sem data), o verbete A deusa-mãe também foi elaborado neste referencial esotérico: uma antiga divindade que encarnaria os atributos benéficos e maléficos do homem, características que desaparecerem devido ao caráter racionalista e machista do mundo civilizado. Originado na região da Ásia Menor, seu culto teria sido difundido para o Mediterrâneo e toda a Europa, chegando até a Índia, mas sobrevivendo após o cristianismo devido a metamorfoses simbólicas. Psicologicamente o culto da deusa-mãe representaria uma necessidade humana de proteção e segurança, e nos tempos modernos seus símbolos poderiam sobreviver através da veneração da terra e da natureza (p. 120-123). Essa idéia de compaixão original da deusa (Mãe-Terra), sobrevivendo através de seu santuário (corpo) também pode ser percebida nas idéias do mitólogo norte-americano Joseph Campbell, pelo qual a idéia da preservação da natureza seria a conservação do princípio espiritual originário da Grande Deusa (Campbell, 1990: 192). Para o historiador Carlo Ginzburg, as teorias da Grande Deusa ou Deusa Mãe são abstrações que unificam de modo arbitrário cultos de natureza diferenciada ou então são teorias generalizantes inspiradas em uma psicologia etnocêntrica, conf. Ginzburg, 2001: 121, 217.

[iv] BOYER, Régis. La grande déesse du Nord. Paris: Berg International, 1995, 218 p.

[v] DAVIDSON, Hilda. Roles of the Northern Goddess. London/New York: Routledge, 1998, 211 p.

[vi] Régis Boyer é um dos maiores especialistas do mundo em história e cultura escandinava. É professor da Universidade de Paris-Sorbonne (Paris IV) e diretor do Institut d’Études Scandinaves. Destacamos principalmente suas obras: Yggdrasill: La religion des anciens scandinavies. Paris: Payot, 1981; Le Christ des barbares, le monde nordique (IX-XII siècle). Paris: Les Éditions Du Cerf, 1987; Héros et dieux du nord. Paris: Flammarion, 1997. Para uma perspectiva bio-bibliográfica de Régis Boyer consultar a apresentação do artigo Óðinn: guia iconográfico. Brathair 4 (1), 2004. www.brathair.com

[vii] Especialmente com as obras The Goddesses and Gods of Old Europe, 6500-3500 B.C.: Myths, and Cult Images. University of California Press, 1982; The language of the Goddess. London: Thames and Hudson, 1989. Foi organizada uma antologia bibliográfica em homenagem pela sua morte ocorrida em 1994: From the Realm of the Ancestors: An Anthology in Honor of Marija Gimbutas, 1997.

[viii] A idéia do matriarcado foi composta primeiramente pelo mitólogo Johann Jakob Bachofen, Das Mutterecht, de 1861, que influenciou diversos intelectuais do século XIX e início do XX. Obras traduzidas: El matriarcado: una investigación sobre la ginecocracia en el mundo antiguo según su naturaleza religiosa y jurídica. Madrid: Akal, 1987; Mitología arcaica y derecho materno. Barcelona: Anthropos, 1988.

[ix] Na realidade, as obras de Marija Gimbutas tiveram um grande sucesso na Europa e especialmente nos Estados Unidos, mas foram muito mal interpretadas. A pesquisadora nunca defendeu a existência do matriarcado: “I call matristic, not matriarchal, because matriarchal always arouses ideas of dominance and is compared with the patriarchal. But it was a balanced society, it was not that women really so powerful that they usurped eveything that was masculine” GIMBUTAS, Marija. Learning the language of the Goddess. www.levity.com/mavericks/gim-int.htm As teorias de Gimbutas também foram contestadas por alguns arqueólogos contemporâneos, mas suas idéias básicas ainda encontram subsistência acadêmica, como na sistematização realizada por Kristina Berggren e James Harrod: Understanding Marija Gimbutas. Journal of Prehistoric Religions n. 10, 70-73, 1996. Em tradução ao português, existe a contribuição de Gimbutas na obra coletiva organizada por CAMPBELL, Joseph (org.). Todos os nomes da deusa. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 1997.

[x] Dísir (sing. Dís): entidades femininas (irmã, donzela, deusa), tutelares e relacionadas ao contexto familiar. Conf. BOYER, Régis.  Héros et dieux du nord. Paris: Flammarion, 1997, p. 41.

[xi] Valkyrja: “aquela que escolhe os mortos”, seres odínicos, protetores de heróis e relacionadas ao destino individual. Conf. LANGER, Johnni. Guerreiras de Óðinn: as valkyrjor na mitologia Viking. Brathair  4 (1), 2004. www.brathair.com

[xii] Óðinn: “fúria”, a principal divindade do panteão germano-nórdico. Conf. BOYER, op. cit., 1997, 115.

[xiii] Para Boyer, um indício direto desta teoria seria a de que o deus Óðinn foi relacionado na mitologia com estas três deusas, razão para acreditar que foram originalmente a mesma criatura divina. Conf. BOYER, op. cit. 1995: 186.

[xiv] Boyer sintetiza as características destas três divindades com as seguintes narrativas poéticas: “Freyja, confusa claridade das manhãs dos amantes ou a vertigem crepuscular dos abraços; Frigg, calor solar dos amores realizados; Skaði, iluminação das alterações de estações, a sucessão do amanhecer e da noite, a oposição da vida e da morte”. BOYER, op. cit. 1995: 195.

[xv] Uma pertinente análise de fontes literárias, arqueológicas e iconográficas em geral sobre representações de deusas entre os Vikings foi realizada por SIMEK, 2000.

[xvi] Hilda Roderick Ellis Davidson - professora do Royal Holloway College e Birkbeck College, ambos em Londres, e vice-presidente do London Folklore Society. Publicou diversas obras sobre mitologia e religião da Escandinávia Viking, entre as quais: Gods and myths of Northern Europe (1964), The lost beliefs of Northern Europe (1991).

[xvii] Durante a década de 1990 foram publicados diversos estudos acadêmicos sobre divindades femininas, pelo qual percebemos uma grande tendência para futuras pesquisas em fontes sobre a religiosidade pré-cristã da Europa: SAX, W. Mountain goddess (1991); NEILS, J. Goddess and Polis (1992); GREEN, Miranda. Celtic goddess (1995); NÄSSTRÖM, B. Freyja: the great goddess of the North (1995); Ó CÁTHÁIN, S. The festival of Brigit: celtic godess and holy woman, (1995); SPAETH, B. The roman goddess Ceres (1996); BILLINGTON, S. & GREEN, Miranda (eds.) The concept of goddess (1996).

[xviii] Sobre a questão das rivalidade e conflitos internos do paganismo escandinavo, consultar: DUBOIS, Thomas. Nordic religions in the Viking Age. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1999; LANGER, Johnni. Morte, sacrifício e renascimento: uma interpretação iconográfica da estela Viking de Hammar I. Revista Mirabilia n. 3, 2003. www.revistamirabilia.com; LANGER, Johnni.  Midvinterblot: o sacrifício humano na cultura Viking e no imaginário contemporâneo. Brathair 4 (2), 2005. www.brathair.com

[xix] Na sociedade escandinava, a mulher tinha que cuidar das crianças pequenas, preparar e cozinhar o alimento, limpar a casa e lavar a roupa. Era a mulher que cuidava dos feridos, doentes e idosos. Quando o homem estava ausente, ela ficava encarregada da autoridade doméstica – seu símbolo era um molho de chaves preso ao cinto. Geralmente eram os pais que escolhiam o marido para as filhas, mas elas não eram obrigadas a casar. Nem a idade ou a falta de virgindade eram empecilhos para o casamento. As mulheres podiam pedir divórcio (entre os motivos, por exemplo, a impotência), ter propriedades e bens legais. As viúvas podiam se tornar poderosas com a herança do marido. Não existem evidências da participação feminina em batalhas como guerreiras (a exemplo do que ocorria com os Celtas), mas as mulheres nórdicas eram integrantes de expedições colonizadoras e podiam participar na defesa armada em casos de ataques. Conf. JESCH, Judith. Women in the Viking Age. London: The Boydell Press, 2003.

[xx] Esta perspectiva é adotada pelos psicanalistas, psicólogos, antropólogos e arqueólogos influenciados pelas teorias de Carl Gustav Jung: “A Grande Mãe é uma designação da imagem geral, formada pela experiência cultural coletiva (...) revela uma plenitude arquetípica, mas também uma polaridade positivo-negativa (...) catônico e agrícola e em sua forma divina, etérea, virginal”. SAMUELS, Andrew et alli. Dicionário crítico de análise Junguiana. Rio de Janeiro: Imago, 1988, p. 85-86. Para Régis Boyer, este arquétipo se manifestou na História com as deusas mesopotâmicas e sumerianas, o símbolo da grande serpente e do dragão, a prostituta sagrada, entre outras. Conf. BOYER, op. cit. 1995: 214.

Apple MacBook Touch, Porque Sonhar não Custa Nada!

an06

MockBook Touch

Na semana que precede a MacWorld, surgem pela web rumores de todos os tipos, além de diversos mock-ups feitos por fãs e entusiastas da Grande Maçã, como o vídeo feito pela Popular Mechanics, que tem boas idéias mas um design sofrível.

A expectativa é alta, já que a grande estrela do keynote de Steve Jobs na MacWorld do ano passado foi a apresentação do iPhone, e superar isto é quase impossível. Por mais que Steve nos traga o tão esperado iPhone 3G, simplesmente não vai ser uma revolução a altura do lançamento original. O que poderia superar o iPhone? Quem sabe o MacBook Touch!

MockBook Touch

Apesar de ter sido feito inspirado em patentes requeridas pela Apple, o mock-up do MacBook Touch, mostrado acima, seria uma verdadeira surpresa, e se tornaria um produto imbatível.

Um MacBook tablet com tela multi-touch, com uma docking station com drive óptico com HD externo! É, como eu disse no título do post, não custa nada sonhar, não é mesmo?

Via Gizmodo.

Clique abaixo para ver outra imagem.

MockBook Touch

Quem escreve?

nick

nick
Nick é autor e editor do Digital Drops e é usuário de Mac a um bom tempo. Depois de tanto usar produtos da Apple resolveu montar um blog e compartilhar o seu amor pelos produtos do Pomar.

Foto secreta de MacBook Pro mostra telinha no touchpad


Odeio rumores e odeio sites de rumores. Melhor dizendo, odeio rumores estúpidos e sites de rumores imbecis. Mas eu odeio principalmente pessoas inúteis que tentam fabricá-los e falham miseravelmente. Como esse MacBook Pro, um Photochop grosseiro feito por alguém que realmente não tem a mínima noção de perspectiva. Mas – ainda que essa óbvia farsa tenha múltiplas falhas de perspectiva e clone stamp – o fato é que, se eles fizessem um de verdade, eu compraria. [Nowhereelse via Engadget]

o relato acima é de um outro site, indignado com a fotomontagem...

mas a verdade é que parece que realmente este será o futuro do macbook...comportar um ipod no seu TOUCH pad...

isso mesmo, o touch pad multitok e cheio de efeitos especiais...hoje já lí sobre a esperiencia de uso "disso", como se pode passar horas brincando com essa coisinha singela e maravilhosa que dará um fim nos outros notes convencionais...

mais uma vez a aplee revoluciona e tudo mundo terá de correr atrás...

eu mesmo nunca tinha pensado nisso...só estava me importando em enterrar os notes, em troca de celulares que projetam sua tela na parede (isso também fica para outro dia)...aí os caras fazem algo simples, enfiam um ipod touch no note e deixam a gente apaixonado de novo...

ASGARDH, num mundo de fantasia...


muitos se perguntam por que o ASGARDH fala de um mundo de fantasia...
eu respondo de maneira simples...
eu nasci em uma época onde possuir uma simples calculadora era um privilégio de uma pequena elite...
os telefones custavam algo em torno de 10.000,00 reais em dinheiro de hoje...
não existiam celulares e os radios eram a pilha...
eu nunca me esqueci de onde eu vim...
eu nunca me esqueci que sonhava com mundos irreais e mitológicos, povoados de seres mágicos e de equipamentos com tecnologias alienigenas...
lia sobre mitologia de todos os mundos do nosso mundo...
lia sobre psicologia...e colecionava livros e histórias em quadrinhos...
nos meus interesses, nunca diferenciei uma frase de heisenberg de uma pesquisa cientifica do batman...

sonhava em possuir computadores, que no meu tempo tinham visores verdes e nem sonhavam com as cores...
hoje...ando em carros com formatos de naves espaciais, me comunico com as pessoas em aparelhos desprovidos de tecla que respondem ao toque dos dedos ou a um comando vocal...
navego numa rede que me passa informações continuas do mundo todo...nos meus bolsos carrego um poder de informação que equivale ao acumulo de informação que a população inteira da paris da idade média poderia acumular numa vida...
vejo filmes e jogo jogos de mil cores diferentes...muitas veses em mundos on-line alternativos que me possibilitam uma segunda vida...onde posso ser o que eu quizer...
por isso, vivo num mundo de fantasia...

por isso amo meu mundo e tento jogar a maior quantidade possível de pessoas dentro desse mundo de fantasia que nem walt disney poderia sonhar...

análize de navegadores, part II



fizemos um grande discurso em post anterior exaltando o crescimento do google chrome, diante do firefox e do internet explorer....acho que isso irritou o pessoal, pois houve uma inversão gigantesca na posição geral de navegadores acessando o ASGARDH...
INTERNET EXPLORER: 73,97%
FIREFOX: 17,98%
CHROME: 5,95%
OPERA: 1,00%
SAFARI: 0,77%
GOOGLEBOT: 0,16%
KONQUEROR: 0,05%
MOZILLA: 0,05%
PLAYSTATION 3: 0,05%
SAMSUNG SGH I617: 0,02%


não consigo saber ainda qual porcentagem disso vem de dispositivos móveis (principalmente no caso do opera e do safari), mas é interesante ter uma ideia do trafego web no mundo de hoje....
a cada dez usuários, três não usam o internet explorer e isso surpreende muito...pois o mesmo já vem instalado na maioria das maquinas vendidas no mundo.
acreditamos ainda num crescimento exponencial do chrome (nos computadores desktop e nos notes) e do safari e opera (nos celulares e smarts)...
existem notícias da entrada da intel, acer e dell no mercado de smarts...mas isso fica para outro dia...

Angelina Jolie por David Lachapelle (fotografo)

                                                           Angelina Jolie per David Lachapelle
para mim, Audrey Hepburn foi a mulher mais linda da história do cinema...mas vendo la Jolie eu tenho séria dúvidas...
A foto de Angelina Jolie, sensual, quase que erótica, com olhos fechados e os lábios carnudos abertos, quase em êxtase, denominada de Primavera Ardente integra a mostra “Heaven To Hell: Belezas e Desastres”, do americano David LaChapelle, considerado o Fellini da Fotografia



                                                                  Audrey Hepburn in tree moment´s




                                                    ultima cena in "favela" per David Lachapelle

                obs...agora eu sei...Audrey foi feita para ver e sonhar...La Jolie para beijar...

Paulo Francis in Heaven



http://www.infolink.com.br/~paulofrancis/pf4g92.htm
Cinema em 1992
* Versão 01- dez98 *

(OESP, 05/01/92) - Nova York - Restos a pagar. Amigos com filhos adolescentes me contam que os pimpolhos foram ver JFK, de Oliver Stone, e fizeram grupos de discussão sobre o filme, de que gostaram muito. O New York Times, em editorial, diz que Jim Garrison (Kevin Costner) foi uma figura malévola, mas que gente de uma certa idade recebe suas informações de imagens, apenas, e está condenada às trevas do desconhecimento. Tom Wicker, o colunista liberal do New York Times, defensor de todas as causas politicamente corretas que assim fossem classificadas, foi o repórter que cobriu JFK em Dallas, 1963, e está horrorizado com a mendicidade de Oliver Stone. Wicker vai se aposentar. Escrever livros. Só a solidão criadora consola deste mundo cada vez mais chulo, árido e vulgar. A força da imagem e a mentira da imagem. Domingo Benavides não identificou conclusivamente Harvey Lee Oswald como assassino do policial Tippit, diz Oliver Stone, e mostra uma foto de Benavides. Fui conferir. Benavides identificou Oswald como assassino de Tippit, mas não quis jurar que era ele. Um homem honesto. Sim, mas duas outras pessoas, a sra. Markhan e o sr. Coggins, presentes ao local do crime, identificaram Harvey Lee Oswald. Adolescentes que não eram um brilho no olhar de seus pais quando Kennedy foi assassinado não têm fonte de referência com que possam contrastar o sensacionalismo de Oliver Stone. Como disse, semana passada, seria preciso que o vice-presidente Lyndon Johnson, todo o Pentágono, toda a CIA, todo o FBI, toda a política de Dallas, Robert e Ted Kennedy, irmãos de John F. Kennedy, estivessem envolvidos na conspiração para jogar a culpa em Harvey Lee Oswald. E num país em que um segredo dura no máximo algumas semanas (ver Watergate, ver Irã-Contras), em 29 anos, um silêncio opressivo cai sobre os supostos autores reais do crime, se não foi Oswald. Ninguém intelectualmente respeitável defendeu o filme. Stone responde que é gente do establishment e que está, ainda que por omissão, na conspiração de silêncio contra JFK. É a síntese perfeita da filosofia da esquerda de botequim que ele representa.

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Watchmen ultraviolento não valoriza a ambiguidade dos quadrinhos


Não há filme mais esperado na história por leitores de quadrinhos que “Watchmen”. Nem mais temido. A HQ foi escolhida pela revista “Time” um dos 100 romances mais importantes do Século 20. Mas para os iniciados, é muito mais que isso. Porque é uma paixão. Porque é muita história para duas horas. Porque é infilmável.

O filme se intitula “baseado na mais aclamada graphic novel de todos os tempos.” Verdade e mentira. Verdade porque “Watchmen”, de 1986/7, mudou completamente a maneira como quadrinhos são criados, comercializados, compreendidos, percebidos pelo grande público. Nada foi igual depois.

E, mais importante para gerações de leitores de HQ, fez os leitores adultos de gibis de super-herói se sentirem tratados como adultos. Nada de crash, pow e bang!

Mas “Watchmen” não é uma graphic novel, um romance composto por imagens sequenciais e texto. É um gibi. Foi pensado e publicado como gibi, uma minissérie de 12 revistas, as histórias depois reunidas numa edição única. Os personagens são super-heróis, tem poderes e uniformes bizarros, brigam à toa etc.

Os criadores na época não eram nada aclamados. O roteirista Alan Moore e o desenhista Dave Gibbons eram dois criadores ingleses que lutavam para pagar as contas. Vinham de alguns anos de experiência na HQ inglesa comercial, principalmente histórias de ficção-científica na revista “2000 AD”.

Gibbons nunca mais superaria seu trabalho em “Watchmen”. Porque Moore é o cérebro da dupla. Depois faria mais e melhor. Ama quadrinhos mais que qualquer outra forma de expressão - às vezes sugere que a considera superior às outras. E conhece e adora a história, as convenções e as revoluções da HQ.

Mas não é nerd, não é otaku, não é fechado. É onívoro, ambicioso, intelectualizado, politizado, leitor voraz, rocker e carismático.

Louco também. Moore é mago. Sério. Adora um deus serpente chamado Glyphon. Promove rituais em sua homenagem, alguns públicos, com música e dança. Ermitão, não sai de sua cidade, Northampton, mas lá é figura fácil no pub da esquina. Aliás, nem tem passaporte.

Espírito livre, abriu mão da grana e cobranças de Hollywood em favor de seus desenhistas e co-criadores. Já foram adaptados para o cinema suas HQs “A Liga dos Cavaleiros Extraordinários”, “Do Inferno”, “V de Vingança”. Ele não viu nenhum. Não gosta de cinema.

Recentemente, abandonou de vez as grandes editoras. Sua última provocação, o pornográfico “Lost Girls”, e logo a próxima encarnação da Liga dos Cavaleiros Extraordinários, saem pela nanica Top Shelf.

Tive o prazer de publicá-lo duas vezes. Na Conrad lançamos seu único romance, “A Voz do Fogo”. Na Pixel, o Monstro do Pântano e sua despedida dos quadrinhos comerciais, no selo America’s Best Comics, incluindo meu favorito, Promethea. Tem muita coisa dele publicada aqui, pela Devir, Panini, Via Lettera. Recomendo tudo.

“Watchmen” combina incrível ambição criativa com seu amor pelos chavões dos gibis de super-herói. Nasceu em 1985 como proposta de reinvenção de um grupo de heróis de segunda categoria, cujos direitos tinham sido recentemente comprados pela DC.

Criados de encomenda para a editora Charlton nos anos 60, esses personagens nunca fizeram grande sucesso, mas tinham lá seus cultores. Dick Giordano, editor da linha da Charlton, era no final dos 80 influente na DC.

Eles são Capitão Átomo, Questão, Besouro Azul, Nightshade, Pacificador e Peter Cannon, Thunderbolt. Moore propôs colocá-los num cenário realista e tentar responder :“o que aconteceria na política e na cultura do mundo se realmente existissem super-heróis?”.

A DC vetou. Tinha planos para os personagens (que hoje ainda dão as caras nos gibis da editora). Moore criou então outros personagens novos, com basicamente os mesmos poderes e perfis psicológicos - respectivamente Dr. Manhattan, Rorschach, Coruja, Espectral e Comediante e Ozymandias.

É fascinante acompanhar o processo de transformação dos heróis da Charlton nos Watchmen. E desconcertante descobrir o nível de detalhamento dos roteiros de Alan Moore. O livro “Watching the Watchmen”, publicado aqui em edição primorosa pela Aleph, é obrigatório não só para fãs de Watchmen, mas para qualquer um interessado em criação.

Watchmen funciona muito bem justamente porque é um grande gibizão. O argumento é bem direto. Em um mundo muito similar ao nosso, mas modificado pela presença de seres superpoderosos (onde, por exemplo, a atuação do onipotente Dr. Manhattan fez os EUA vencerem a Guerra do Vietnã), alguém está assassinando heróis aposentados. Quem será? E o que isso tem a ver com a ameaça crescente de guerra nuclear?

Essa história é contada usando diagramação simplíssima - quase sempre os famosos nove painéis por página, consagrados na HQ americana nos anos 40. Os desenhos são muito tradicionais.

A experimentação fica por conta da maneira de contar a história - repleta de flashbacks, citações circulares, referências visuais, variações de cor, textura - e da ambiguidade moral dos personagens e do próprio contexto político onde eles atuam. Em Watchmen, você nunca pode ter muita certeza de quem está fazendo a coisa certa. Permite leituras diversas. Permite leituras repetidas. Não conheço ninguém que tenha lido Watchmen só uma vez.

O diretor da adaptação, Zack Snyder, prometeu aos fãs: o filme seria a graphic novel filmada - “meu objetivo é que quem assistir saia e vá correndo comprar o original, nada mais que isso.” Euforia geral.

Snyder é especialista em homenagens. Seus filmes são muito respeitosos com as obras que os inpiraram. A refilmagem “Madrugada dos Mortos” fica devendo ao original de George Romero no quesito sátira, mas só. “300” é tão truculento e estilizado quanto a graphic novel de Frank Miller.

Superficialmente, o filme é fiel mesmo. Talvez seja pouco atraente para quem não leu o original. Mas as duas horas e quarenta passam rápido, o que não é pouca coisa, e estão recheadas de pequenos prazeres para os iniciados. Frases e mais frases foram tiradas diretamente do texto original de Moore. Enquadrações de câmera decalcadas da arte de Gibbons. Personagens e cenários secundários e terciários da HQ estão lá, nem que por um instante.

A aparente fidelidade cega oculta uma traição profunda. Porque a ambiguidade está no coração de Watchmen. Mas não no filme.
Como a melhor cultura pop, a obra de Moore e Gibbons comenta o presente - no caso, 1986, quando foi escrita. Era um planeta dominado pelo convervadorismo político e de costumes, que vivia os estertores e aguçamento da Guerra Fria, sob Thatcher na Inglaterra e Reagan nos EUA.

Mesmo assim, a história não oferece respostas fáceis. Não é um mero ataque aos direitistas. Liberais frouxos são igualmente despedaçados por Moore - o psiquiatra que trata Rorschach é inesquecível. O desfecho da aventura é o triunfo chocante da “real politik”. Mas não é essa, ainda, a palavra final de Moore, como revela a última página da HQ.

E “Watchmen”, o filme? Para começar, nada tem a ver com a Terra em 2009 (o que talvez fosse esperar muito de Snyder: dar um update histórico mantendo a coesão conceitual).

Esteticamente, o filme é sombrio, chuvoso, urbano. Os heróis ganharam perfumes modernex - o caso mais gritante é do Coruja, um gordo impotente e desajeitado na HQ, que virou um Batman. As cenas de combate são minuciosamente coreografadas, modelito “Matrix” (e “300”). Violento paca - sangue jorrando, fraturas expostas de roldão. Tem cenas de sexo, bundas de fora, e o pinto do Dr. Manhattan brilhando azulzinho. O conjunto tem a pinta de “O Cavaleiro das Trevas”, produzido pela mesma Warner, e fenômeno de bilheteria.

A abordagem é equivocada. A história de Moore e Gibbons não é um drama policial. É ficção-científica. Como as melhores do gênero, utiliza uma variedade de gêneros - do realismo psicológico à comédia de costumes, do terror à space opera até, sim, o policial “hard-boiled” à Mickey Spillane.

A história ganhou um vilão muito bem definido, que tem contornos de vilão desde sua primeira aparição, logo no primeiro ato. Enfraquece a trama e telegrafa o final. Parece imposição do estúdio após testes com audiência

E ganhou também um herói muito claro: Rorschach. A chave para entender “Watchmen”, o filme, está na seleção de Rorschach para conduzir a trama - que nos quadrinhos era polifônica, com espaço para a investigação profunda de cada um dos personagens principais.

Rorschach abomina a ambiguidade. Não tem dúvidas de que está fazendo a coisa certa, sempre. É linha dura. Culpado tem que pagar, bandido tem que morrer. Nada mais importa. Conchavos, “nem na face do Apocalipse”.

É baseado no Questão, criação de Steve Ditko, seguidor ortodoxo da filosofia objetivista da escritora Ayn Rand. Rand, muito influente nos círculos intelectuais e políticos americanos, defendia a liberdade e reponsabilidade invididuais como valor máximo - é egoísmo contra o altruísmo. Abominava meias-verdades.

Nos EUA, é um dos ícones do movimento libertário. No Brasil seria considerada “de direita” . Não era, mas certamente não era “de esquerda”.

A máscara de Rorschach traz as manchas do teste de personalidade que batiza o herói, ou talvez anti-herói. É preto no branco. Cada um enxerga ali o que quiser. E que se responsabilize por isso e aja de acordo com sua visão. Matizes de cinza estão proibidas.

A obra de Snyder é na verdade “Rorschach, o Filme”: um drama policial sexy e violento, que se passa num inferno urbano, onde o mal tem face e nenhuma ambiguidade é possível. Merece ser assistido, talvez mais de uma vez. Merece ser assistido do lado de alguém que nunca tenha lido o gibi.

Mas não é o meu Watchmen. Este é imortal. Vive para sempre nas páginas amareladas que comprei e li em 1988 e que mudaram minha vida.

WATCHMEN - CRITICA E RESUMO



crítica:
eu lí Watchmen com certeza há mais de uma década atrás...foi justamente na época em que o Cavaleiro da Trevas, de Frank Miller impos um novo padrão às histórias em quadrinhos...
pelo ângulo do gênero, Watchmen, foi a segunda série de quadrinhos mais importante da era moderna das HQ`s, atrás do Cavaleiro das Trevas...
para mim, Watchmen redefiniu muitas coisas em minha vida...sempre fui uma pessoa entre a magia (vibração feminina) e a ciencia (vibração masculina)...
o encanto que senti, ao ler o capitulo específico sobre o DR. Manhatan, foi algo ainda não superado...iqualado apenas no Batman do Reino do Amanhã, outra série portentosa.

                                                           silk, sem a roupa de silk


Fisica teórica em gibis foi algo maravilhoso para mim...não inédito, pois a ciencia era muito abordada nos gibis do Electron, Ray Palmer...(no Brasil acho que o nome do heroi era Átomo). Com Ray Palmer, aprendi sobre a Teoria da Incerteza, de Werner Heisenberg...
Watchmen também mostra outras coisas...durante a leitura você sente o som de jazz, a nostalgia...Aprendi a escrever memorandos profissionalmente lendo os memorando de Adrian Veidt, no fundo meu personagem favorito, visto que o DR. Manhatan não é humano. Mas a Silk do gibi era fraquinha e chatinha...
                                                         a nossa silk é loira viu....mas é linda e tem tamanho para ser a mulher maravilha se quiser

Resumindo...filosofia, fisica teórica, música, quadrinhos antigos, história, religião, política....tudo isso é Watchmen...por isso não se acreditava que se pudesse filmar algo assim...
filmaram...ví ontem...imagens lindas....algo como um filme de ficção científica dos anos cincoenta...
a música, soberba no início, cai demais para o final...isso atrapalha demais o filme...
muito foi cortado...para quem não leu o "gibi" acho que fica complicado demais e algumas vezes sem sentido...
mas me emocionou ver as 2 Silk e Ozzie...Não percam...depois leiam o "gibi" e vejam o filme novamente...o final dos dois é diferente...
e a Silk II do filme dá de goleada no gibi...já o Dr. Manhatan ficou muito esquisitinho...não ficou legal...


RESUMO GERAL:





 O FIM DOS SUPER-HERÓIS QUE TODO MUNDO CONHECE… 

ESSA É A PREMISSA DE WATCHMEN, ADAPTAÇÃO DA HQ CRIADA POR ALAN MOORE E DAVE GIBBONS QUE CHEGA HOJE, 06/03, ÀS TELAS DE CINEMA COM A MISSÃO DE QUESTIONAR O CONCEITO DO SUPER-HERÓI CONVENCIONAL AO MOSTRAR UM GRUPO DE ‘VIGILANTES MASCARADOS’ QUE LUTAM CONTRA O CRIME, MAS QUE TBÉM SÃO PESSOAS COMUNS.

CONTINUE LENDO E DESCUBRA PORQUE WATCHMEN É CONSIDERADA POR MUITOS UM MARCO NA HISTÓRIA DAS HQS. CONHEÇA A HISTÓRIA, OS PERSONAGENS E TBÉM CONFIRA AS FOTOS OFICIAIS!

Como seria uma história de super-heróis no mundo real?

Era justamente essa a intenção de Alan Moore quando começou a criar o que hoje é considerada a ‘bíblia’ dos quadrinhos, WATCHMEN. Junto a Dave Gibbons, Moore procurou retrarar de forma mais madura e verdadeiramente possível, os super-heróis como indivíduos reais, cheias de problemas, traumas e crises, que enfrentam problemas éticos e psicológicos, lutando contra neuroses, defeitos e vaidades.

Ao misturar uma trama repleta de drama, crime e aventura, com temas e referências relacionados à filosofia, ética, moral, cultura popular e de massas, história, artes e ciência,WATCHMEN questiona o conceito de “super-herói” comum nos quadrinhos populares, e a partir daí, manifestar-se sobre questões diversas. Percebe-se, inclusive, que ao longo da história (e até os próprios personagens) evita-se utilizar-se da expressão “super-herói”, preferindo termos como “aventureiros fantasiados” ou “vigilantes mascarados”.

WATCHMEN é considerada um marco importante na evolução dos quadrinhos nos Estados Unidos justamente por introduzir uma abordagem mais madura e menos comercial, superficial, como eram as história de heróis já famosas na época. Esse novo formato foi o que atraiu o interesse do público adulto para o formato, até então considerado infanto-juvenil e ainda ajudou a popularizar o formato conhecido como ‘graphic novel’.

Sucesso de crítica e de público, faturou os Prêmios Kirby e Eisner, além de uma honraria especial no tradicional Prémio Hugo, voltado à literatura e é até o momento a única graphic novel a conseguir tal feito.WATCHMEN também é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time desde 1923.

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“O que queríamos fazer é mostrar essas pessoas com suas falhas e tudo o mais. Mostrar que mesmo o pior deles tinha algo de bom, e que mesmo os melhores possuíam seu lado negro”

Alan Moore

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Em 1985, a DC Comics adquiriu a linha de personagens da Charlton Comics. Durante este período, Alan Moore tinha a intenção de fazer uma série estrelada por esses personagens, mas fazendo algumas modificações e tal. O roteiro de mistério envolvia um assassinato e Moore acreditava que não tinha importância quais personagens ele acabasse usando enquanto os leitores os reconhecessem. O projeto foi intitulado “Who Killed the Peacemaker” e foi enviado ao editor da DC, Dick Giordano. Este, apesar de ter gostado da história, tinha outros planos para os personagens da Charlton. Então, ele convencer Alan Moore a retrabalhar o projeto com personagens inéditos. A princípio, Moore achou que isso ia atrapalhar sua intenção, mas depois, uma mexida aqui, outra ali, novos nomes e visuais e ops, surgiuWATCHMEN.

O desenhista Dave Gibbons, que já tinha trabalhado anteriormente com Alan Moore, ficou sabendo da nova história que ele preparava e pediu pra participar. Moore mandou um esboço geral da história e passada algumas negociações, Gibbons foi aceito e trouxe consigo John Higgins. Len Wein entrou para a equipe como editor, enquanto Giordano permaneceu como supervisor.

Originalmente, Moore e Gibbons tinham roteiro para apenas seis edições. Pra compensar, inseriram entre a história, aspectos sobre os personagens principais. Gibbons teve liberdade pra desenvolver o estilo visual deWATCHMEN, inserindo detalhes que Moore admitiu só perceber mais tarde. Segundo eles: foi feito para ser lido e compreendido totalmente somente após diversas leituras. Hum…

WATCHMEN foi publicada originalmente em doze edições mensais pela DC Comics entre os anos de 1986 e 1987. Aqui no Brasil, a Editora Abril fez uma junção, e publicou a minissérie em seis edições (o que causou a ira de mts fãs, que perderam seis capas) de 1988 a 1989.

Apesar de ter mais de 20 anos, ainda hoje trata de temas atuais e traz uma grande dose de crítica social, encoberta por simbolismos. Outra coisa interessante é que a mesma ação é contada sob diversos pontos de vista. Numa ação com vários super-heróis, cada um recorda a ação com níveis de detalhamento e perspectivas distintas e a somatória disso tudo, aliado à percepção única do leitor, vai, aos poucos permitindo o entendimento do que realmente se passou. Por isso o lance de ler várias vezes pra entender tudo direitinho…

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A responsabilidade moral é um tema de destaque, e o títuloWATCHMEN refere-se à frase em latim “Quis custodiet ipsos custodes” ou “Who watches the watchmen?“, que em português seria: “Quem vigia os vigilantes?“.

## A HISTÓRIA

A trama é ambientada nos Estados Unidos, em 1985, em uma realidade alternativa na qual heróis mascarados são presenças comuns. Richard Nixon teria conduzido os EUA à vitória na Guerra do Vietnã e em decorrência deste fato, teria permanecido no poder por um longo período. Esta vitória, inclusive, seria devido a ajuda do personagem conhecido como Dr. Manhattan, um indivíduo dotado de poderes especiais, os quais o levam a possuir vasto controle sobre a matéria e a energia, elevando-o a um estado de semi-deus. Foi o primeiro da ‘nova era’ de super-heróis mais sofisticados que durou do começo dos anos 60 até a promulgação da Lei Keene em 1977.

A Lei Keene surgiu quando a polícia entrou em greve, e para evitar o caos, os aventureiros mascarados assumem o lugar da polícia e acabam por fazer um serviço bem melhor. Ameaçado, e até humilhado, o governo cria a Lei, para controlar esses heróis, exigindo que todos os se registrassem no governo. Com isso, a maioria dos vigilantes resolveu se aposentar, alguns revelaram suas identidades secretas para faturar com a atenção da mídia (caso de Adrian Veidt, o Ozymandias). Outros, como o Comediante e o Dr. Manhattan, continuaram a trabalhar sob a supervisão e o controle do governo e teve uns, como Rorschach, que passou a operar como um herói renegado e fora-da-lei, sendo freqüentemente perseguido pela polícia.

A trama principal de WATCHMEN abre com a investigação do assassinato de Edward Blake, logo revelado como sendo a identidade civil do vigilante mascarado conhecido como O Comediante. Tal assassinato chama a atenção de Rorschach, o qual passará toda a primeira metade da trama entrando em contato com seus antigos companheiros em busca de pistas, considerando praticamente todos como possíveis suspeitos.

Rorschach suspeita basicamente que o evento da morte de Blake estaria relacionado a um possível rancor de criminosos presos pelos heróis no passado, tese que ganha força à medida que outros ex-combatentes do crime e o próprio Rorschach são duramente atingidos por um aparentemente planejado ataque sistemático à suas integridade físicas e credibilidade.

Após o funeral de Blake, Dr. Manhattan é acusado de ter causado câncer em alguns companheiros de trabalho e até na namorada. Daí, ele resolve ir embora da Terra e vai viver em Marte. Como o Dr. Manhattan era a grande força dos EUA, a ausência dele gera uma bagunça na política mundial que culmina na invasão do Afeganistão pela URSS, que pretende lucrar com a visível fraqueza dos americanos no momento. Quando Adrian Veidt, o ex-Ozymandias, escapa por pouco de ser morto, as idéias paranóicas de Rorschach parecem se confirmar. Porém, quem acaba sendo indiciado e preso pela tentativa de homicídio é o próprio Rorschach. Agora, o casal Laurie Dreiberg resolvem voltar a antiga profissão para ajudar Rorschach a se libertar e descobrir quem está por trás de toda a história.

Eu poderia até dizer como isso tudo termina, mas aí vai perder a graça. Até porque, tão dizendo que talvez o final seja diferente dos quadrinhos.

## PERSONAGENS PRINCIPAIS

Como os planos de Alan Moore de utilizar os heróis da Charlton Comics não tinham sido aprovadas, ele então, criou novos  personagens inspirados em alguns outros já conhecidos.

 COMEDIANTE [Edward Morgan Blake]

Começou sua carreira de aventureiro mascarado em 1939, ‘limpando’ as docas de Nova York. Entrou para os Minutemen, mas foi expulso um ano depois por tentar estuprar Sally Júpiter. Em 1941 ele trocou seu uniforme amarelo por um mais pesado e forte, e se tornou um herói de guerra no Pacífico. Ele estava na 1ª reunião dos Combatentes do Crime em 1966; em algum momento ele começou a trabalhar para o governo, lutando no Vietnã (onde ele ganhou a cicatriz no rosto em 1971) e continuando na ativa mesmo depois da aprovação da Lei Keene.

Características: um homem que reconhece o horror presente nas relações humanas e se refugia no humor. Sua ironia é, em vários momentos, um reflexo amargo da percepção desse horror.

[Adaptado do Pacificador, com elementos inspirados em Nick Fury]

+ Habilidades: Força olímpica, perito em lutas e no uso de armamentos.

• Dr. MANHATTAN [Jon Osterman]

Após ser trancado acidentalmente em uma câmara de testes durante um experimento de física nuclear, o físico Jon Osterman foi completamente desintegrado. Mas, com isso, ele adquiriu vastos poderes, o primeiro dos quais a restituição do próprio corpo e ficou todo azul. Depois do acidente, Jon também teve sua capacidade emocional afetada, tornando-se quase incapaz de experimentar sentimentos. Passou a trabalhar para o governo americano realizando grandes feitos, dentre eles: ajudou os EUA a vencerem a Guerra do Vietnã e criou o carro elétrico. Trabalhou com alguns vigilantes mascarados e continuou na ativa mesmo depois da Lei Keene ser aprovada. Namorou e morou com Laurie Juspeczyk até 1985, quando ela o deixou. Depois de ser acusado de provocar câncer em antigos companheiros, inclusive seu assistente  Wally Weaver, e tbém na sua ex-namorada Janey Slater, ele deixa a Terra e passa a viver em Marte para colocar os pensamentos em ordem.

Características: vê a vida como apenas mais um fenômeno do cosmo. Incapaz de interagir com outras pessoas. É o único que realmente tem super-poderes.

[Adaptado do Capitão Átomo]

+ Habilidades: regeneração, força super-humana, controle sobre o espaço e o tempo, controle sobre a matéria e a energia, vôo, imortalidade, capacidade de se mover em altíssima velocidade, intangibilidade, teleporte, auto-duplicação, intelecto de gênio e uma quase completa clarividência. (Ufa!)

• OZYMANDIAS [Adrian Veidt]

Considerado o homem mais inteligente do mundo, abriu mão da fortuna deixada pelos pais e tornou-se um combatente do crime. Em 1975 se aposentou, revelando sua identidade ao público e tornando-se uma celebridade adorada por todos, além de ser um mega-empresário multibilionário que se fez por conta própria. Foi o único dos heróis a não sofrer com a rejeição da opinião pública e chega ao extremo para fazer o que considera certo.

Características: dotado de uma mente brilhante, com inteligência muito superior à de um homem comum e é movido por um obscuro senso de dever. Inspira-se em Alexandre, o Grande. Por ter um ego mt grande, costuma subestimar o resto da humanidade, tratando-a como escória.

[Adaptado do Thunderbolt]

+ Habilidade: é capaz de atingir a capacidade máxima de seu corpo e cérebro/mente, o que o leva a envelhecer mais lentamente e a ser um exímio acrobata. Tem força e agilidade extremas, além de grande habilidade de luta.

• CORUJA II [Daniel Dreiberg]

Filho de um banqueiro, após a morte do pai, Dreiberg usou sua imensa herança para projetar e construir uma série de equipamentos que mais tarde usaria para combater o crime. No começo dos anos 60 pediu a Hollis Mason, o primeiro Coruja, o consentimento para usar a identidade de Coruja e os dois se tornaram bons amigos. Como o Coruja, ele se aliou a Rorschach e a outros vigilantes mascarados. Inclusive, seus acessórios tem Corujas como tema. Se aposentou em 1977, imediatamente após a aprovação da Lei Keene. Em 1985 começou a namorar Laurie Juspeczyk e na mesma época voltou à ativa junto com ela, para ajudar Rorschach.

Características: um intelectual rico, solitário e retraído que se baseava mais na tecnologia do que na força bruta. É o mais “normal” do grupo, sem tantos conflitos psicológicos ou problemas, porém é mt sincero ao tratar das falhas do próximo.

[Adaptado do terceiro Besouro Azul (Ted Kord), com elementos do Batman]

+ Habilidades: conhecimento tecnológico, com uso de aparelhos e armamentos de alta tecnologia. Bom lutador com intelecto de gênio.

• RORSCHACH [Walter Joseph Kovacs]

Filho de uma prostituta e de um pai que nunca conheceu, sempre foi um garoto tímido e estranho. Em 1964, após ler uma matéria sobre o assassinato de Kitty Genovese, Kovacs criou uma máscara utilizando um tecido especial criado pelo Dr. Manhattan e assumiu a identidade de Rorschach. Outra inspiração dele foi nos quadrinhos do Super-Homem, que existem na história. Após a aprovação da Lei Keene, continuou agindo na ilegalidade e sendo perseguido pela polícia e governo. Em 1985, com o assassinato do Comediante, passou a investigar e tentar trazer de volta os antigos combatentes.

Características: incapaz de se relacionar plenamente com seu semelhante, projeta na luta contra o mal seu senso de solidariedade e constrói sua própria moral.

[Adaptado do Questão]

+ Habilidades: lutador cruel e perito investigador que possui força atlética e grande esperteza.

• ESPECTRAL II [Laurie Juspeczyk]

Filha de Sally Júpiter, a primeira Espectral, Laurie foi forçada pela mãe a seguir a mesma carreira e começou a atuar aos 16 anos, em 1966, na mesma época da primeira reunião dos Combatentes do Crime. Poucos meses depois ela teve um caso com o Dr. Manhattan (de quem foi assistente), chegaram a morar juntos mas em 1985, ela o deixa. Depois, se envolve com Daniel Dreiberg, o Coruja II. Em 1977, Laurie ficou mais do que satisfeita em se aposentar após a aprovação da Lei Keene.

Características: mulher forçada a viver à sombra do pragmatismo de sua mãe. Nunca chegou a ser uma ‘heroína’ de verdade, servia mais como assistente do Dr. Manhattan.

[Adaptada da Sombra da Noite]

+ Habilidades: força de nível atlético e habilidade de combate.

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Os Minutemen foram a Era de Ouro dos heróis, enquanto os Watchmen são mais contemporâneos. A equipe se durou dez anos (1939-1949). Na foto tem a equipe reunida: Espectral I, Coruja I, Capitão Metrópolis, Mariposa, Silhouette, Comediante, Dollar Bill e Justiceiro Encapuzado.

O primeiro aventureiro mascarado a aparecer nos jornais na história deWATCHMEN foi o Justiceiro Encapuzado, em 1938. Seu nome verdadeiro é desconhecido, provavelmente tenha sido Rolf Müller, um levantador de peso de um circo. Se juntou aos Minutemen em 1939, permanecendo com eles até a separação, dez anos depois. Até sair do grupo, Sally Júpiter se portava como a ‘namorada do Justiceiro Encapuzado’ em público, escondendo que ele na verdade preferia os garotos (!). Supõe-se que tenha sido morto pelo Comediante em meados dos anos 50, como vingança por ele ter impedido o estupro de Sally, que causou sua expulsão do grupo.

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“Foi somente quando nos reunimos que nossos problemas realmente começaram”

Hollis Mason

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CORUJA I (Hollis J. Mason)

Foi o segundo vigilante mascarado da história. Seu pai era mecânico, e ele decidiu ser um policial. Inspirado pelos quadrinhos de Superman e no combate ao crime efetuado pelo vigilante, Justiceiro Encapuzado, decidiu se tornar um herói. Se juntou aos Minutemen em 1939 e permaneceu com eles até o fim. Em 1962 se aposentou, e passou a dirigir uma oficina de carros. Até que o jovem Daniel Dreiberg veio até ele pedir o direito de usar a identidade de Coruja. Impressionado com as idéias e tecnologias de Dreiberg, ele prontamente concorda e se tornam amigos. Na mesma época escreveu sua autobiografia, “Sob o Capuz”, onde contava sua origem, a formação os Minutemen e também podres de vários vigilantes mascarados, entre eles o Comediante.

Características: era alguém com um forte senso de dever, e que ansiava por relações mais ingênuas, onde o bem e o mal estivessem bem definidos.

[Adaptado do primeiro Besouro Azul (Dan Garret), o herói da Charlton mais famoso no Brasil]

+ Habilidades: força de nível atlético, habilidade em combate corpo-a-corpo.

ESPECTRAL I (Sally Juspeczyk, depois mudou o nome para Sally Júpiter)

Se tornou uma combatente do crime em 1939, por sugestão de seu agente, Laurence ‘Larry’ Shexnayder e se tornou membro dos Minutemen. Em 1940, o Comediante foi expulso do grupo por tentar estuprá-la. Aposentou-se em 1947, casando-se com Shexnayder. Em 1949 teve a filha Laurie Juspeczyk, que não era do marido. Depois de se divorciar, começa a treinar a filha para seguir seus passos.

Características: considerada na época uma sex symbol.

[Possui elementos da Canário Negro]