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Quem eram os gregos?



Os povos hoje chamados gregos chamavam a sí mesmos helenos e ao país Helade (Ellas) e se julgavam filhos da deusa Helen (uma espécie de encarnação pronto-europeia do mito sumério-caldeu de Eva/Lilith)...
Nas regiões da atual Grécia e Creta habitava a antiga civilização minóica ou akeia...
Foram os akeus, à nossa visão, uma primeira leva de helenos que invadiu e ocupou a península da atual Grécia "grega" e que invadiu uma das encarnações de Tróia...
O mito da guerra de Tróia é antigo e o autor da principal fonte, a Ilíada é lendário: Homero...
Não existe prova da existência de Homero e a descrição dele é genérica a todo bardo-pregador dessa época entre os akeus...um músico errante cego.
Num mundo pré-escrita e depois com livros que custavam mais que uma fazenda, a função de arquivo da história humana era a tradição de passagem oral pelas gerações....Os bardos decoravam trechos enormes dos cantos épicos antigos...o termo épico demanda o poema, canção que se compromete a falar sobre um feito/história. A canção cantada amplia a capacidade de memorização dos fatos e provavelmente neste cenário dos bardos cegos que carregavam na memória a tradição artístico -histórica da humanidade surgiram a Ilíada (que trata da invasão de Tróia ou Ilion e dos feitos do semi-deus Akiles) e a Odiseia ( que trata da viagem de retorno do herói Odisseus - Ulisses - de Ilion para sua casa em Itaca-Grecia). Estes livros, principalmente a Ilíada, são os mais fundamentais da literatura ocidental, visto que os livros reunidos no Grande Livro por Constantino, a Bíblia, são livros originários do Médio-Oriente...
Livros modernos romanceados, como o "Incêndio de Tróia" de Marion Zimmer Bradley, tratam desse momento antigo, do início da idade do ferro...mas é altamente questionável a teoria de que ainda existiam algumas cidades nas mãos de mulheres, mesmo com placas em louvor de governantes antigas da era de bronze...Acreditamos mais no que ocorreu no Médio Oriente: tão logo a agricultura e as cidades se tornaram viáveis, os homens deram o golpe e tomaram o poder com seus Reis Sacerdotes...Mas a Ilíada deixa vazar muito poder nas mãos femininas, como o demonstrado por Klitemnestra, irmã de Helena (a mais bonita das mulheres)e assassina do rei barbarico Agamenon - seu esposo, provavelmente usurpador do seu trono em Micenas - que fez  de sua filha Ifigênia um sacrifício humano aos Ventos e destruiu Ilion barbaramente, por meios da morte dos homens, estupro das mulheres e incêndio aos prédios....
Todos os mitos de relevo datam dessa época: Akiles - o invulnerável, Heracles - o Hércules, a releitura de Gilgamesh, Odisseus - o Ulisses, Jasão, as Amazonas (que representam a perda do poder sobre as cidades para os homens sapiens), Teseu, O Minotauro, todos os nomes gregos dos Deuses assim como suas histórias menos sombrias (como o prêmio da beleza vencido por Afrodite - a versão grega de Ishtar, Innana - deusa sumeria).
Depois desse período  heróico, ou ao final dele, a região da Grécia foi invadidas por outras hordas de povos com idiomas semelhantes aos akeus: Dorios, jônios, etc...esses geraram Tebas, Athenas e Esparta e brigaram tanto entre sí que depois de destruir as civilizações antigas do Norte da África e Médio Oriente foram dominados pelos romanos e só renasceram quando o "grego" - os romanos chamavam os helenos de "greaci" (os que se juntam, em cidades provavelmente, polis) - Saulo de Tarso (São Paulo) criou o Cristianismo.



Para os estudiosos ocidentais foi a civilização mais fundamental para a formação ocidental, mas questionamos muito isso, os gregos, assim como os romanos, tinham concepções de vida muito orientais: vestes, religião e comportamento social eram mais semelhantes aos povos do Médio Oriente, que aos bárbaros do norte ao final de Roma, ou aos ocidentais de hoje - a jovem civilização ocidental nasceu quando Roma caiu...Os gregos então eram totalmente orientais, mais brutais com as mulheres que os sumérios. As mulheres não participavam em nada da sociedade grega, excetuando as espartanas (que ao final, concentrando todas as terras em suas mãos devem ter perecido nas mãos dos helotas e clientes). A única artista de relevo do sexo feminino foi a Poetiza Safo, que se suicidou de pesar, e na política em nenhum momento houve mulheres de relevo até as sucessoras de Ptolomeu na aurora do Egito pós Alexandre, antes que os árabes "tacassem" fogo nas cidades dos Primeiros Homens...
Os gregos tinham a pele clara, mesmo  para os padrões asiáticos, cabelos até o castanho e estatura baixa em relação aos egípcios ou homens do Norte ou celtas...
Brutais no comportamento, muito mais que os romanos, formaram exércitos só de homens, com armaduras pesadíssimas e lanças em formação fechada. Esses exércitos, quando corretamente formados, jamais foram batidos por outros povos...os romanos nunca venceram de forma real um exército espartano...Esparta acabou de dentro para forma, vitimada por uma sociedade totalmente artificial, preconceituosa e estratificada. Deve ter se afogado no sangue de uma revolta de um mar de helotas oprimidos por séculos a fio por uma elite dórica de invasores violentos e concentradora de terras (os espartanos foram os grecos que mais respeitaram as mulheres).
O desprezo a mulher era tão intenso que para um grego o amor existia apenas de homem para homem, a finalidade das mulheres era reprodutiva ou como curiosidade momentânea. Hera, a deusa das Cidades, foi sujeita aos caprichos de um deus do Céu traidor e infantil (Zeus) e a principal divindade feminina (Athena) foi gerada apenas pelo Seus Rei do Céu, sem participação feminina... E Afrodite, eco da grande mãe, virou a prostituta celestial...
O atraso social dos gregos era imenso, mas lançaram as bases da filosofia, o curriculum universitário que foi usado até o Iluminismo, as artes plásticas, o teatro e as letras. Os romanos equipararam tudo isso e depois só no Iluminismo foram superados.
Trouxeram para o ocidente todos os mitos obscuros que tiravam os sonhos dos homens desde os tempos do dilúvio na Suméria...e até hoje somos assombrados por esses mitos que lêem o futuro dos homens nas estrelas, que avaliam que as mulheres nasceram de partes dos homens, um deus supremo ditador dos céus, tábuas de leis pregando a vingança na mesma medida do crime, etc...
A Grécia estimulou quem perguntou porque as coisas eram assim e também condenou os que perguntaram isso. Foi a civilização mais contraditória de todas e num contexto em que pregava democracia tinha um nível de escravidão intra-muros acima dos romanos...Tal civilização não vence muitos séculos, seu próprio povo a destrói, como os romanos do populos ao abrirem os portões de suas cidades aos reis barbáricos menos sedentos de impostos que seus imperadores fantoches enclausurados nos seus palácios amuralhados no centro das cidades capitais...
Não foram os Bárbaros que criaram a "Idade das Trevas", eles apenas viveram nela depois que os greco-romanos criaram o feudalismo em função do colapso sócio-econômico de sua civilização escravista e totalmente inviável sem a tunga aos outros povos. Os greco-romanos ensinaram os bábaros a massacrar suas esposas, escravizar povos inteiros, não tolerar as outras religiões e a adorar Reis Sacerdotes isolados de seu próprio povo...Assim, o governante que era um entre os tantos, passou a ser "O" e usar a religião para matar seus semelhantes sob as expensas da ultima magistratura ainda em vigor após a queda dos últimos ditadores imperiais: o pontifex máximus, o Papa. Aí colocamos fogo em nossos semelhantes por mil anos...

Kemet, o Grande Rio, Os Primeiros Homens e o Egito Antigo


linda criança do Niger, dádiva dos Primeiros Homens


Itéru - o Nilo (o Grande Rio segundo os antigos habitantes de Kemet) tem origem no lago que hoje chamamos "Vitória", no centro do continente onde surgiu o Homem, tanto nós, quantos os outros Homens...às margens desse rio, o maior rio do mundo (existe uma controvérsia grande com os sul-americanos na comparação com o Amazonas) floresceu o início da humanidade. O Homo-Sapiens surgiu lá mas ao que parece, as primeiras cidades humanas realmente surgiram no Médio Oriente, no " entre rios", o indicativo esta na origem dos animais de porte e gado, dos cereais cultivados, etc...
Ao longo dos 7.000 km aproximados de extensão do Grande Rio surgiu a civilização que rivaliza com os sumérios o professorado do mundo.
Os descendentes diretos dos Primeiros Homens ou os Próprios, chamavam essas terras de Kemet (kmt - a terra negra) que era dádiva do Grande Rio surgido das lágrimas da deusa Iset (Isis - a rainha dos deuses - retratada ficcionalmente como Akasha a "suméria" no romance "a rainha dos condenados", de Anne Rice). Kemet, como o proprio nome diz, foi abençoada com a terra negra de fertilizantes provindos das cheias do Grande Rio. 
Sendo esses povos ao longo do Grande Rio ou o homo-sapiens original ou os primeiros descendentes temos uma visão que se contrapõe a ausência de lógica Hollywoodiana de caucasianos num mundo nascido das primeiras horas dos homens...A improbabilidade vem da inexistência das diferenças fisícas notáveis entre os diversos grupos humanos sem levar em conta o tempo e o espaço...Demoram cerca de 10.000 anos para que o espaço provoque auterações no gênero humano dignas de nota...e as alterações no mundo antigo dependiam do espaço ocupado pelo grupo de humanos...se o homo-sapiens surgiu nessa região que hoje chamamos África, na beira do Nilo possívelmente, como o grupo que ao invés de emigrar, "permaneceu", reproduziu as mesmas mutações que um grupo  que parou ha milhares de kilometros lá no Cáucaso. Diante disso afirmamos que os homo-sapiens de Kemet eram escuros, altos (os caçadores coletores originais tinham em média 1,85 metros, a agricultura e o abandono do nomadismo diminuiu a estatura humana, mas em Kemet foi menos impactante que no Entre Rios (Mesopotâmia) e magros, arriscamos a aparecia dos etíopes, somalis, pessoas do Niger atuais...Os gregos falavam que os egípcios tinham pele escura.
Os nomes, a geografia e as origens da fauna dão indícios de trocas entre essa civilização ao longo do Grande Rio e as Cidades Primordiais do Entre Rios - que sendo os sumérios o povo dos reis civilizados, devem ter passado muito da sua cultura aos descendentes dos primeiros homens.
O Antropomorfismo dos deuses Sumérios, o clima um tanto lúgubre, etc..tudo isso se reflete também na mitologia egípcia (nome que os gregos deram a esses povos ao longo do Grande Rio, que os mesmos gregos chamaram de Nilo). Tudo leva a crer que Kemet teve alguns reis com origem suméria-caldaica...
Esses povos ocuparam as margens do maior rio da Terra, desde lá do Alto, pouco aquém do Grande Lago (Vitória) até Mar, lá emBaixo... Sendo distantes, os líderes eram separados e a simbologia do poder não era a mesma.
Kemet foi até a conquista árabe a região mais rica do ocidente por conta do Grande Rio dadivoso...A abundância de Kemet despertou a cobiça de todos os povos por milhares de anos seguidos e assim como tudo leva a crer que tiveram forte influencia dos Sumérios, exerceu Kemet forte influência nos Helenos, que escreveram e deram todos os nomes que hoje usamos cotidianamente ao nos referir sobre a civilização de antes do nome Egito.
O topo da escala social em Kemet era ocupada pelos sacerdotes que governavam através dos atos executivos de um Pharaó (Par Oh - hebraico - casa alta - palácio) que habitava a montanha amuralhada no centro da cidade, como os Reis Sacerdotes Mesopotâmicos. Abaixo haviam guerreiros,comerciantes e o povo...Não sabemos sobre escravos nesses tempos iniciais, mas o advento da escravatura nasceu com a guerra entre governos concorrentes...escravo é o vencido em batalha, o condenado, o excluído social...
Depois de muito tempo Manés (Meni) juntou pelas armas os povos do Alto do Grande Rio com os povos das terras baixas do rio, na direção do mar do meio, entre as terras (Mediterrâneo). Meni significa "aquele que persevera" e para muitos estudiosos era apenas um epiteto para Narmer, Ka ou o Escorpião II (lembra dos filmes semi-trash sobre o Escorpião Rei e a Múmia?), mas como só conseguimos ler os escritos do antigo Egito depois da expedição de Napoleão contra o Egito já árabe, muita coisa desconhecemos. Meni, ou "Aquele Que Perseverava" supomos ser o líder do Alto do Grande Rio, se foi o Escorpião - segundo desse nome nas dinastias do Alto do Grande Rio, antes da Unificação do Alto e doBaixo - ou Ká ou Narmer, uniu as duas partes de Kemet e iniciou o período histórico de referencia das dinastias, ou a primeira dinastia reinando da Núbia  - Nub - terra do ouro - (entre o Egito Moderno e o Sudão) ou de entre a Núbia e a Região que hoje chamamos Vale dos Reis descendentes dos descendentes do Escorpião Rei.
Esse domínio só foi quebrado pelos assírios do Entre Rios - descendentes dos Caldeus - milhares de anos depois do Escorpião Rei, ou de Ka ou Narmer, seja qual for o homem chamado por "Aquele que Perseverava".
Kemet influenciou fortemente a Grécia. Desenvolveu uma escrita totalmente diferente da escrita cuneiforme do Entre Rios, baseada em idéias, não em sons, tinha caráter cerimonial mas depois foi simplificada e serviu também para a contabilidade do plantio e pecuária. Sua astronomia, medicina e arquitetura foi primorosa e gigantesca. Em termos de monumentalidade só foram superados depois da revolução industrial. Kemet foi o celeiro do mundo ocidental até quando a horda monoteísta de um ramo dos Povos do Livro, seguidores do profeta Mehmet (Maomé) atacou a região do Grande Rio, raspou as pedras ornamentais das Pirâmides dos Sucessores do Rei Escorpião e terminou de "tacar" fogo na Biblioteca de Alexandre (Cesar já tinha queimado uma parte nos tempos de Cleopatra IV).




Em termos sociais, pareciam mais refinados que os sumérios, sem nada do embrutecimento que Zoroastro ensinou aos Povos do Livro. Seu panteão era rico e politeísta, exceto na tentativa de Amenhotep IV (Amenofis IV) - o Akenathon - o filhos de Athon - que tentou impor o deus único celeste (Athon - Rá - o Sol). A esposa de Akenathon, e para alguns co-regente por anos, foi a famosa Nefertiti - "a perfeita surgiu". Após a morte de Amenhotep IV - 0 Akenathon (Nefertiti, mais velha que ele, morreu bem antes), o politeísmo foi restaurado e os sacerdotes tentaram riscar totalmente da história a passagem do rei monoteísta pelo trono. Textos e obras de arte foram violadas para apagar as lembranças... 
Tiveram Rainhas governantes de fato, desde a primeira, a Lendária Maat, que era a deusa da justiça e da verdade (Athena para os gregos) até as históricas Sebekneferu que reinou somente na XII dinastia e parece ser a primeira Pharaó não lendária,  e Hatchepsut somente na XVII dinastia e assim vão espaçadas por séculos e milênios, mas presentes...Entre os Sumérios isso inexistiu, e para os gregos as mulheres trouxeram o mau ao mundo pelas mãos de Pandora e os Romanos só conheceram imperatrizes de fato nos tempos dos bizantinos. A mais célebre mulher governante do mundo antigo foi a descendente do grego Ptolomeu, Cleopatra IV - Cleópatra Thea Filopator - ultimo Pharaó - depois dela Kemet já Egito, pois estava governado por gregos desde os tempos de Alexandre o "Magnus", sai da história como protagonista e só volta no tempo dos sultões mamelucos e estes nada mais tinham a ver com Kemet além da terra comum e o fato de provavelmente o homem moderno sapiens ter surgido a beira do Grande Rio.



Assim rezou Maat, a ultima Pharaó Deusa e primeira Pharaó Humana há quase 6.000 anos atrás, pouco depois dos últimos mamutes serem caçados em algum ponto da Europa ou da Eurásia:


42 Confissões Negativas para Maat (Papiro de Ani)

  • 01. Eu não pequei.
  • 02. Eu não roubei com violência.
  • 03. Eu não furtei.
  • 04. Eu não assassinei homem ou mulher.
  • 05. Eu não furtei grãos.
  • 06. Eu não me apropriei de oferendas.
  • 07. Eu não furtei propriedades do deus.
  • 08. Eu não proferi mentiras.
  • 09. Eu não desviei comida.
  • 10. Eu não proferi palavrões.
  • 11. Eu não cometi adultério, eu não me deitei com homens.
  • 12. Eu não levei alguém ao choro.
  • 13. Eu não senti o inútil remorso.
  • 14. Eu não ataquei homem algum.
  • 15. Eu não sou homem de falsidades.
  • 16. Eu não furtei de terras cultivadas.
  • 17. Eu não fui bisbilhoteiro.
  • 18. Eu não caluniei.
  • 19. Eu não senti raiva sem justa causa.
  • 20. Eu não desmoralizei verbalmente a mulher de homem algum.
  • 21. Eu não desmoralizei verbalmente a mulher de homem algum. (repete a afirmação anterior, mar direcionada a um deus diferente).
  • 22. Eu não me profanei.
  • 23. Eu não dominei alguém pelo terror.
  • 24. Eu não transgredi a lei.
  • 25. Eu não fui irado.
  • 26. Eu não fechei meus ouvidos às palavras verdadeiras.
  • 27. Eu não blasfemei.
  • 28. Eu não sou homem de violência.
  • 29. Eu não sou um agitador de conflitos.
  • 30. Eu não agi ou julguei com pressa injustificada.
  • 31. Eu não pressionei em debates.
  • 32. Eu não multipliquei minhas palavras em discursos.
  • 33. Eu não levei alguém ao erro. Eu não fiz o mal.
  • 34. Eu não fiz feitiçarias ou blasfemei contra o rei.
  • 35. Eu nunca interrompi a corrente de água.
  • 36. Eu nunca levantei minha voz, falei com arrogância ou raiva.
  • 37. Eu nunca amaldiçoei ou blasfemei a deus.
  • 38. Eu não agi com raiva maldosa.
  • 39. Eu não furtei o pão dos deuses.
  • 40. Eu não desviei os bolos khenfu dos espíritos dos mortos.
  • 41. Eu não arranquei o pão de crianças nem tratei com desprezo o deus da minha cidade.
  • 42. Eu não matei o gado pertencente a deus.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça (com spoilers ocasionais)






Batman x Superman me levou a várias conclusões depois que assisti a película:



1 - Foi feito para agradar aos fãs do Batman, o Homem Morcego: 

No filme vemos o mais divertido de todos os Batmans que já ví no cinema até hoje...Divertido no sentido de dar alegria, provocar situações engraçadas sem ser pejorativas para a personagem. Bruce Wayne (quem viu Flash Point, animação da Warner, sabe que na verdade o Batman de Batman x Superman: A Origem da Justiça, na verdade é Thomas Wayne em termos de personalidade e atitudes) é humano sempre, bebe, pratica atos de violência, paquera Diana (Wonder Woman) e em v'rios momentos fica diante do impossível e se vê salvo pela sorte ou por seus próprios erros. Nada daquele Bruce Wayne genial em tempo integral, temos no filme um Batman que planeja, mas que é surpreendido o tempo todo e acaba tendo de improvisar...Batman luta como se estivesse nos games da série clássica para xBox e PlayStation, como em Arkhan Asylum ou Arkhan City, e o Batmovel é o mesmo visto no recente Arkhan Knight.
O visual do Batman é o mais correto que ja ví no cinema, um uniforme veloz corretíssimo, uma replica da armadura usada na HQ "O Cavaleiro das Trevas" - para muitos a mais importante HQ dos tempos modernos - e tem o Alfred!!!
Alfred esta sensacional com Jeremy Irons...ver Alfred ironizar e reprovar os atos de Bruce Wane com um copo de whisky na mão é impagável e clássico.


2 - O protagonista é o Batman: 

Bruce fica com tudo no filme: a princesa, o maior tempo de tela, o vinho, a dança...mas não ficou com o final trágico previsto desde os tempos do Gilgamesh nas histórias dos Heróis, pois Clark (o Homem de Aço), arquétipo modernizado do Hercules-Gilgamesh é um personagem trágico e como tal sofre por isso. A atuação fraquíssima de Henry Cavill como Clark compromete todo o filme, assim como a visão autoral do diretor Zack Snyder. Já o contestado Ben Affleck faz o melhor Batman do cinema até hoje longe (não foi difícil, basta ver os atores anteriores): tomado pela sede de vingança, como nos quadrinhos, esquece de ouvir o alvo e parte para a porrada, só as lembranças dos pais mortos, o amor de seu "pai adotivo" Alfred e o perfume da princesa o tiram do transe da vingança por momentos...


3 - Wonder Woman é fodona...

Quem acompanhou os Novos 52 sabe que Diana, a Wonder Woman foi treinada por Ares e ficou no lugar dele como deusa da guerra. Mas ela esta diferente...assim como Batman é mais Thomas Wayne que Bruce, Wonder Woman é mais Hipólita que Diana. Parece ser imortal e com certeza tem mais de 120 anos de idade, visto que lutou na Grande Guerra européia, não a segunda, a primeira Grande Guerra. Charmosa, séria e acostumada à ficar diante das maiores atrocidades, subverte o arquétipo da princesa ao salvar o príncipe (Batman) do monstro (Apocalipse) com os braceletes de Héstia. E o visual tirou aplausos em várias salas de cinema. Prevemos um grande filme solo para a primeira Heroina Moderna e Gal Gadot, criticada como Affleck, foi a que estava melhor entre a Trindade (como a DC chama seus maiores ícones: Superman, Batman e Wonder Woman).


4 - Montagem Péssima:

O filme esta cheio de furos de roteiro, principalmente quando Lois Lane (Amy Adans) esta em cena...Lois é fódona nos quadrinhos, mas não lê pensamentos nem tem QI level Luthor/Bruce.


5 - Luthor ridículo:

O pior ator do filme longe foi o Jesse Eisenberg (o Luthor). Histriônico, visualmente incorreto e dissonante o tempo todo com o Luthor dos quadrinhos, estava mais para um Coringa mal feito do que para um personagem com QI level 9 que já conseguiu parar Darkside...uma pena, mais irritava que dava medo, estragou o filme em diversas ocasiões.


6 - Filme Divertido e despretencioso:

Se você gosta do Batman e quer se divertir vá de boa...Se gosta do Superman e queria respeito com seu herói esqueça, vai se decepcionar. Na luta, Clark é escrotizado, de uma maneira que nem os quadrinhos tiveram coragem, por Bruce e Diana ignora a existência do Homem de Aço...


mas eu rí muito no filme, me diverti demais, vou comprar o blueray e vou ver mais um monte de vezes...e tenho quase centenas HQs de super heróis estocadas em casa, pois leio Marvel e DC há mais de 40 anos...

Glossário de termos Budistas em Pali

Glossário de termos Budistas em Pali




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Este glossário cobre muitas das palavras em Pali e termos técnicos que você irá encontrar nas traduções do Cânone em Pali (Tipitaka), livros, ensaios e demais textos disponíveis neste site.


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A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | XYZ


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A

abhidhamma: (1) Nos discursos do Cânone em Pali, este termo simplesmente significa "Dhamma mais elevado ou superior." (2) Uma coleção de tratados analíticos baseados em listas de categorias extraídas dos ensinamentos dos discursos, adicionado ao Cânone vários séculos após a morte do Buda.

abhijanati: conhecimento direto, compreensão direta. Compreender através da experiência. Saber por inteiro ou a fundo. O conhecimento dos fenômenos de acordo com o padrão estabelecido pelas Quatro Nobres Verdades. Esse conhecimento é partilhado tanto pelo arahant como pelo sekha. Veja também parijanati.
abhiñña: Os seis tipos de poderes ou conhecimentos supra-humanos resultantes do conhecimentos direto: poderes mágicos, ouvido divino, penetrar as mentes de outros, relembrar vidas passadas, olho divino, extinção de todas as impurezas da mente, sendo que apenas este último é considerado supra-mundano, (lokuttara), enquanto que os demais são mundanos, (lokiya). (veja asava).
acariya: Mestre; mentor. Veja kalyanamitta.
adinava: perigo, desvantagem. O perigo é o contínuo aprisionamento ao ciclo de samsara através por exemplo dos prazerres sensuais.

adhitthana: Determinação; decisão. Uma das dez perfeições (paramis).

ahara: alimento, nutrimento. Os quatro alimentos são comida, contato, volição e consciência. Os alimentos são condições, (paccaya), pois as condições são chamadas de alimentos, (ahara), porque elas nutrem (ou produzem) os seus próprios efeitos. Embora existam outras condições para a existência, apenas estas quatro são chamadas de alimento porque servem como condições especiais para o contínuo da vida. A comida é uma condição importante para o corpo físico, o contato para a sensação, a volição mental para a consciência e a consciência para a mentalidade-materialidade, o organismo psicofísico na sua totalidade. O desejo é denominado a origem do alimento no sentido de que o desejo na existência anterior é a fonte da presente individualidade que depende e consome continuamente os quatro alimentos nesta existência.
ajaan: (Tailandês; também "Ajarn", "Ajahn", etc.). Mestre; mentor. Equivalente ao Pali acariya.
akaliko: Eterno; não condicionado pelo tempo ou estação, atemporal.
akusala: Prejudicial, inábil. São todas as vontades kammicas (kammacetana, s. cetana) e a consciência e fatores mentais a elas associados que são acompanhados pela cobiça/desejo (lobha), raiva/aversão (dosa) ou apenas delusão (moha). Todos esses fenômenos são causas para resultados kammicos desfavoráveis e contêm as sementes para renascimentos desfavoráveis.Veja o seu oposto, kusala.
anagami: Que não retorna. Uma pessoa que abandonou os cinco primeiros grilhões que aprisionam a mente ao ciclo de renascimentos (veja samyojana), e que após a morte irá aparecer em um dos mundos de Brahma denominados as Moradas Puras, para aí alcançar nibbana, nunca mais retornando desse mundo.
anapanasati: Atenção plena na respiração. É uma das práticas de meditação mais importantes para alcançar a concentração (samadhi) e as quatro absorções (jhana). O método é descrito no Anapanasati Sutta (MN 118) e no Satipatthana Sutta (MN 10).
anatta: Não-eu, ausência de um eu, é a última das três características da existência (ti-lakkahana). A doutrina de anatta ensina que nem nos fenômenos corporais nem nos mentais ou quer seja fora deles, pode ser encontrada qualquer coisa que no final da contas possa ser considerada como um eu ou ego, ou outra substância inerente qualquer. Esta é uma doutrina central no Budismo da qual depende toda a estrutura dos ensinamentos. Qualquer um, que não tenha penetrado essa impessoalidade de toda a existência e não compreenda que na realidade apenas existe esse contínuo processo de surgimento e desaparecimento de fenômenos mentais e corporais e de que não existe um eu separado como parte ou fora desse processo, não será capaz de compreender o Budismo.
anicca: Inconstante, instável, impermanente, é a primeira das três características da existência (ti-lakkahana). É a partir da impermanência que, na maioria dos suttas, as outras duas características, sofrimento (dukkha) e não-eu (anatta), são derivadas.
anupadisesa-nibbana: Nibbana sem restar nenhum combustível (a analogia é um fogo que foi extinto cujas brasas estão frias) - o nibbana do arahant após a sua morte.
anupasati: contemplar, ver, observar.

anupubbi-katha: Instrução gradual, treinamento gradual. O método do Buda de ensino do Dhamma que guia os ouvintes progressivamente através de tópicos cada vez mais avançados: generosidade (veja dana), virtude (veja sila), paraísos, desvantagens (dos prazeres sensuais), vantagens da renúncia, e por fim culminando com as quatro nobres verdades.

anusaya: as sete inclinações, tendências latentes ou subjacentes, ou obsessões são: o desejo sensual (kama-raga), aversão (patigha), idéias (dithi), dúvida (vicikiccha), presunção (mana), desejo por ser/existir (bhavaraga), ignorância (avija). Nos comentários as impurezas são identificadas como ocorrendo em três níveis: nível anusaya, no qual elas permanecem como inclinações latentes na mente; nível pariyutthana, onde elas surgem para obcecar e escravizar a mente; e nível vitikkama, onde elas causam as ações corporais e verbais prejudiciais.

appamada: aplicação, zelo, diligência, seriedade, é considerado como a base para todo progresso. O seu oposto é a negligência (pamada).

apaya-bhumi: destino infeliz: os quatro planos ou mundos inferiores de existência no qual alguém pode renascer como resultado de ações inábeis no passado (veja kamma): renascimento no inferno, como um fantasma faminto (veja Peta), como um demônio colérico (veja Asura), ou como um animal comum. Nenhum desses estados é permanente. Compare com sugati.
apaya-mukha: Caminho para um destino infeliz – relações sexuais extra conjugais; entregar-se a substâncias embriagantes; entregar-se ao jogo; associar-se com pessoas más. A realização desses atos prepara o caminho para o renascimento em um dos reinos inferiores. (veja apaya-bhumi).
arahant: Um "digno" ou "puro"; uma pessoa cuja mente está livre de contaminações (veja kilesa), que abandonou todos os dez grilhões que aprisionam a mente ao ciclo de renascimentos (veja samyojana), cujo coração está livre de impurezas (veja asava), e que dessa forma não está destinado a um futuro renascimento. Um título para o Buda e o nível mais alto dos seus Nobre Discípulos.
arammana: objeto. Podem ser de seis tipos: objeto visível, som, aroma, sabor, tangível e objeto mental.
ariya: Nobre, ideal. Também, "Alguém Nobre" (veja ariya-puggala).
ariyadhana: Riqueza Nobre; qualidades que servem como 'capital' na busca pela liberação: convicção (veja saddha), virtude (veja sila), auto-respeito (hiri), respeito pela opinião dos outros (ottapa), erudição, generosidade (veja dana), e sabedoria (veja pañña),.
ariya-puggala: Pessoa nobre. Um indivíduo que realizou pelo menos um dos quatro nobres caminhos transcendentes - ou melhor um caminho com quatro níveis de refinamento - são o caminho para 'entrar na correnteza' (sotapanna), o caminho para 'um retorno somente' (sakadagami), o caminho para 'não retorno' (anagami), e o caminho para arahant. Veja phala. Compare com puthujjana (mundano).
ariya-sacca: Nobre Verdade. A palavra "ariya" (nobre) também pode significar ideal ou padrão, e nesse contexto significa verdade "objetiva" ou "universal". Existem quatro: sofrimento, a origem do sofrimento, a cessação do sofrimento, e o caminho da prática que conduz à cessação do sofrimento.
assada: gratificação, prazer, gozo. A gratificação é a satisfação que é proporcionada para as necessidades psicológicas, por exemplo pelos prazeres sensuais.

asava: Impureza, mácula, úlcera, corrupção. Quatro tipos – desejo sensual, (kamasava), desejo e cobiça pelos cinco elementos do prazer sensual; entendimento incorreto ou idéias incorretas, (ditthasava), os 62 tipos de idéias descritas no Brahmajala Sutta, (DN 1); desejo por ser/existir,(bhavasava),desejo e cobiça pela existência nos planos materiais e imateriais e apego a jhana; ignorância, desconhecimento das quatro nobres verdades (avijjasaava). Uma lista de três qualidades, omitindo o entendimento incorreto, é provavelmente mais antiga e aparece com mais freqüência nos suttas. O agrupamento das quatro qualidades também aparece sob os nomes ‘torrente’ (ogha) e ‘grilhões’ (yoga). Os asava são uma classificação das contaminações consideradas no seu papel de sustentação do ciclo samsárico. Os comentários derivam a palavra a partir da raiz su que significa “fluir”. Existe divergência entre os estudiosos sobre se o fluxo implícito no prefixo a é para fora ou para dentro; por conseguinte alguns o interpretam como “fluxo para dentro” ou “influências”, outros como “fluxo para fora” ou “efluentes”. Um trecho encontrado com freqüência nos suttas indica no entanto o real significado do termo, independentemente da sua etimologia, quando descreve os asavas como estados “que contaminam, resultam na renovação dos seres, trazem problemas, causam sofrimento e conduzem a um futuro nascimento, envelhecimento e morte”. Dessa forma outros tradutores, deixando de lado o sentido literal, utilizam a interpretação de máculas, corrupções ou impurezas. Também traduzido com “venenos da mente” principalmente em textos Mahayana.
asubha: não atraente, repulsivo, nojento. O Buda recomenda contemplação desse aspecto do corpo como antídoto para luxúria e complacência. Veja também kayagata-sati.
asura: seres divinos que, tal como os Titãs da mitologia grega, lutaram contra os devas pela superioridade sobre os paraísos e perderam, habitando um dos reinos inferiores. ‘Demônios’. Veja apaya-bhumi.

atta: ‘eu’, ego, identidade. No Budismo é uma mera expressão convencional, não sendo a designação de algo que na realidade existe.

atta-ditthi: crença na existência de um ‘eu’, crença ou idéia de uma identidade.
avijja: Ignorância; sinônimo de delusão (moha) é a principal causa de todo o mal e sofrimento no mundo, obscurecendo a vista dos seres e impossibilitando que eles vejam a verdadeira natureza dos fenômenos. É a delusão que engana os seres fazendo com que a vida pareça ser permanente, feliz, com substância e bela, evitando que eles vejam que na realidade ela é impermanente, insatisfatória e desprovida de um eu. A Ignorância é definida como o desconhecimento das Quatro Nobres Verdades, isto é, o sofrimento, a sua origem, a sua cessação e o caminho para a sua cessação. A ignorância é uma das impurezas (asava).

ayatana: base ou meio dos sentidos ou sensuais. As bases internas são os órgãos dos sentidos – olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo e mente. As bases externas são os seus respectivos objetos.

ayoniso-manasikara: veja manasikara

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B

bhagavant: Um epíteto para o Buda, em geral traduzido como "Abençoado" ou "Louvado". Alguns comentaristas no entanto, identificam a raiz etimológica da palavra em Pali como significando "dividir" e por extensão "analisar" e dessa forma o traduzem como "Analista".

bhante: Venerável senhor; usado com freqüência quando se dirige a palavra a um monge budista.
bhava: ser/existir ou vir a ser/devir, processo da existência. Que pode ocorrer em três reinos: reino da esfera sensual, reino da esfera da matéria sutil e reino da esfera imaterial.
bhavana: Cultivo ou desenvolvimento da mente; meditação. O terceiro dos três fundamentos para atos meritórios. Veja também dana e sila.

bhavanga-sota e bhavanga-citta: O primeiro termo pode ser interpretado como a ‘correnteza subterrânea que forma a condição de ser ou existir’, e o segundo termo como ‘subconsciente’ embora, como ficará evidente a seguir, ele difere em muitos aspectos do uso que esse termo possui na psicologia Ocidental. Bhavanga que nos textos canônicos é mencionado duas ou três vezes no Patthana, é explicado nos comentários do Abhidhamma como o fundamento ou condição para a existência (bhava), como a condição sine qua non da vida, tendo a característica de um processo, literalmente um fluxo ou correnteza (sota). Nela, desde tempos imemorias, todas as impressões e experiências são armazenadas, ou melhor dizendo, estão atuantes mas ocultas da plena consciência, de onde no entanto elas ocasionalmente emergem como fenômenos do subconsciente e podem se tornar totalmente conscientes. Essa assim chamada ‘correnteza subterrânea da vida’ explica a faculdade da memória, fenômenos psíquicos paranormais, evolução mental e física, kamma e renascimento, etc.
bhikkhu (bhikkhuni): Um "monge" ("monja") budista; um homem (mulher) que desistiu da vida em família para viver uma vida com virtude engrandecida (veja sila) de acordo com o Vinaya em geral, e as regras do Patimokkha em particular. Veja sangha, parisa, upasampada.
bodhi-pakkhiya-dhamma: "Asas para o Despertar" ou Apoios para a Iluminação – sete conjuntos que conduzem ao Despertar e que, de acordo com o Buda, formam o núcleo do seu ensinamento: [1] os quatro fundamentos da atenção plena ( satipatthana); [2] os quatro esforços corretos (sammappadhana) – o esforço para prevenir que estados prejudiciais surjam na mente, de abandonar quaisquer estados prejudiciais que já surgiram, fazer com que estados benéficos surjam, e manter os estados benéficos que já surgiram; [3] as quatro bases para o poder (iddhipada) – desejo, energia, mente, investigação; [4] cinco faculdades dominantes (indriya) – convicção, energia, atenção plena, concentração, sabedoria; [5] cinco poderes (bala) – idêntico ao [4]; [6] sete fatores da Iluminação (bojjhanga) – atenção plena, investigação dos fenômenos, energia, êxtase, tranqüilidade, concentração, equanimidade; e [7] o Nobre Caminho Óctuplo (magga) – Entendimento Correto, Pensamento Correto, Linguagem Correta, Ação Correta, Modo de Vida Correto, Esforço Correto, Atenção Plena Correta, Concentração Correta.
bodhisatta: bodisatva, "Um ser empenhando-se pelo Despertar"; o termo utilizado para descrever o Buda antes de ele se tornar um Buda, desde a sua aspiração inicial ao estado de Buda até o momento do seu Despertar completo. Em Sânscrito: Bodhisattva.
bojjhanga: os sete fatores da iluminação são: atenção plena (sati), investigação dos fenômenos (dhamma-vicaya), energia (viriya), êxtase (piti), tranqüilidade (passaddhi), concentração (samadhi), equanimidade (upekkha).

brahma: "Aquele que é Grande" – um habitante do reino da esfera da matéria sutil ou do reino da esfera imaterial.
brahma-vihara: Este termo pode ser interpretado como estados excelentes, louvados, sublimes ou divinos da mente ou como moradas divinas. Essas atitudes são ditas excelentes ou sublimes porque elas são a conduta correta ou ideal em relação aos seres vivos. Quem desenvolver esses estados mentais com afinco, através da conduta e da meditação, irá se tornar igual a Brahma. Se eles se converterem em influências dominantes na mente, a pessoa irá renascer em mundos agradáveis, nos reinos de Brahma. Por isso, esses estados mentais são chamados de divinos. Eles são chamados moradas porque deveriam se converter nos estados em que a mente deveria estar a maior parte do tempo, em que se sentisse "em casa". O Buda ensinou quatro estados sublimes da mente: metta (amor bondade) , karuna (compaixão), mudita (alegria altruísta), e upekkha (equanimidade).
brâmane: A casta de brâmanes na Índia que defende que os seus membros, pelo seu nascimento, são dignos do maior respeito. O Budismo emprestou o termo brâmane aplicando-o aos arahants, para mostrar que o respeito não é obtido pelo nascimento, raça, ou casta, mas pela realização espiritual. Em muitos suttas este termo aparece como sinônimo de arahant.
buddho: Desperto; iluminado. Um epíteto para o Buda.
Buddha: Buda. O nome dado a alguém que redescobre por si mesmo o Dhamma, o caminho da libertação, após um longo período em que ele tenha sido esquecido pelo mundo. De acordo com a tradição, existe uma longa seqüência de Budas que se estende ao passado distante. O mais recente Buda que nasceu foi Siddhattha Gotama na Índia no sexto século antes da era cristã. Um jovem bem educado e rico, ele abandonou sua família e herança real no auge da sua vida em busca da verdadeira liberdade e do fim do sofrimento (dukkha). Após seis anos de austeridades na floresta, ele redescobriu o "caminho do meio" e atingiu o seu objetivo, tornando-se um Buda.


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C

cankama: Meditação andando, em geral na forma de caminhar indo e voltando ao longo de um trecho predeterminado.
cetana: Vontade, intenção, volição.
cetasika: ‘fatores mentais’. São os fatores mentais que estão associados e que surgem em concomitância com a consciência (citta=viññana) e que são condicionados pela presença desta. Enquanto que nos suttas todos os fenômenos da existência são agrupados em 5 elementos: corpo (rupa), sensação (vedana), percepção (sañña), formações mentais (sankhara), consciência (viññana), o Abhidhamma, como regra, trata os fenômenos sob um aspecto mais filosófico em três aspectos: consciência (citta), fatores mentais (cetasika) e corpo (rupa). Dessa forma, os fatores mentais compreendem a sensação, percepção e 50 outros fatores, o que no todo resulta em 52 fatores mentais.
chanda: aspiração, desejo. 1 - Como um termo psicológico neutro sob o ponto de vista ético, com o sentido de ‘intenção,’ é um dos fatores mentais gerais (cetasika) ensinados no Abhidhamma, cuja qualidade moral é determinada pelo caráter da volição (cetana) à qual esteja associada. 2 – Como qualidade ruim tem o significado de ‘desejo’ e está com frequência associado com termos relativos a sensualidade, cobiça, etc, por exemplo: kama-cchanda, ‘desejo sensual,’ um dos cinco obstáculos (nivarana); chanda-raga, ‘desejo voluptuoso’. 3 – Como qualidade boa é a vontade íntegra ou zelo (dhamma-chanda).

ceto-vimutti: libertação da mente. Com o sentido mais elevado significa a fruição do estado de arahant, e em particular a concentração a ela associada. Em geral a libertação da mente acompanha a libertação pela sabedoria, (pañña-vimutti). Também pode ser chamada de libertação inabalável da mente ou libertação da mente sem sinais, visto que esse estado mental está livre da cobiça, raiva e delusão. Com um sentido mais restrito a libertação imensurável da mente corresponde aos quatro brahma-viharas.

citta: Mente; coração (de um ponto de vista psicológico); o centro e o foco da natureza emocional do homem bem como aquele elemento intelectual que lhe é inerente e acompanha as suas manifestações; pensamento. O significado de citta é melhor compreendido quando explicado através de expressões que nos são mais familiares, como: com todo meu coracão; coração e alma; não tenho coração para fazer isso; abençoados são aqueles puros de coração. Esses exemplos enfatizam o aspecto ou “pensamento” emocional e conativo mais do que o aspecto mental e racional (em relação a estes veja mano e vinnana). Pode portanto ser interpretado como intenção, impulso, propósito; humor, disposição, estado mental, reação a impressões. Também deve ser mencionado, como complemento a essa interpretação, que citta quase sempre ocorre no singular (=coração) e de 150 casos nos Nikayas apenas 3 vezes ocorre no plural (=pensamentos). Em alguns suttas citta aparece como sinônimo de viññana e mano .O Dhammasangani divide todos os fenômenos em consciência (citta=viññana), fatores mentais (cetasika) e corpo (rupa).


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D

dana: Generosidade; liberalidade; oferecimento; dádivas. Especificamente dar para satisfazer qualquer uma das quatro necessidades dos monásticos. Em termos mais gerais, a inclinação para a generosidade, sem esperar qualquer forma de recompensa por parte de quem recebe. Dana é o primeiro tema no sistema de treinamento gradual do Buda ( veja anupubbi-katha), o primeiro dos dez paramis, um dos sete tesouros (veja dhana), e o primeiro dos três fundamentos para atos meritórios (veja sila e bhavana).
deva (devata): Tr. Lit. "luminoso" – divindades habitantes dos paraísos que como regra são invisíveis aos seres humanos. Elas estão sujeitas no entanto, tal como os seres humanos e demais seres, ao ciclo de renascimentos, envelhecimento e morte.(veja sagga e sugati).
devadatta: Um primo do Buda que tentou criar um cisma na Sangha e que desde então se tornou emblemático para todos Budistas que atuam consciente ou inconscientemente para minar a religião por dentro.
dhamma (Skt. dharma): constituição ou natureza de alguma coisa; norma, lei, doutrina; justiça, retidão; qualidade; coisa, objeto da mente, fenômeno. Nos textos a palavra dhamma é encontrada com todos esses significados. Também, princípios de comportamento que os seres humanos deveriam seguir de forma a se encaixar dentro da ordem natural das coisas; qualidades da mente que se deveria desenvolver de forma a compreender a qualidade da mente em si mesma. Por extensão, "dhamma" também é usado para se referir a qualquer doutrina que ensine essas coisas. Portanto o Dhamma do Buda se refere tanto aos seus ensinamentos como à experiência direta da qualidade de nibbana para o qual esses ensinamentos estão direcionados.
dhamma-vinaya: "doutrina (dhamma) e disciplina (vinaya)." O nome dado pelo Buda para os seus ensinamentos.
dhana: Tesouro (s). As sete qualidades de convicção, virtude (veja sila), vergonha e temor de cometer transgressões (hiri-ottappa), aprendizado, generosidade (veja dana), e sabedoria.
dhatu: Elemento; propriedade, condição impessoal. Os quatro elementos físicos ou propriedades são terra (solidez), água (coesão), ar (movimento), e fogo (calor). Os seis elementos incluem os mencionados anteriormente mais espaço e consciência.
dhutanga: Práticas ascéticas voluntárias que monges e outros praticantes de meditação podem adotar de tempos em tempos ou como um compromisso a longo prazo de forma a cultivar a renúncia e o contentamento/satisfação, e para estimular a energia. Para os monges existem treze práticas deste tipo: (1) usar somente mantos feitos com retalhos; (2) usar somente um conjunto de três mantos; (3) esmolar alimentos; (4) não evitar nenhum doador de esmola de alimentos; (5) não comer mais do que uma refeição ao dia; (6) comer somente da tigela de coleta de esmola de alimentos; (7) recusar qualquer alimento oferecido depois da coleta de esmola de alimentos; (8) morar na floresta; (9) morar sob uma árvore; (10) viver a céu aberto; (11) viver em um cemitério; (12) estar satisfeito com qualquer moradia que tenha; (13) dormir sentado e nunca se deitar.

ditthi: (Tr. Lit. visão). Entendimento, idéia, opinião. Se não estiver qualificado com samma (correto) se refere em geral a entendimentos ou idéias/opiniões ruins e prejudiciais (miccha) que devem ser rejeitados por ser fonte de conduta e aspirações ruins e capazes de conduzir os seres aos abismos mais profundos da depravação.

domanassa: tristeza, desprazer, angústia. Uma sensação de dor mental.
dosa: Aversão; ódio; raiva. Uma das três raízes de estados prejudiciais (mula) na mente. Veja também vyapada.
dukkha: (1) Sensação (vedana) dolorosa que pode ser física e mental. (2) Sofrimento, estresse. Na primeira Nobre Verdade e na segunda das três características da existência (ti-lakkhana) o termo dukkha não está limitado à experiência da dor (1) mas se refere à natureza insatisfatória e a insegurança geral de todos os fenômenos condicionados que por conta da sua impermanência, estão todos sujeitos ao sofrimento e isso inclui também as experiências agradáveis. Dessa forma a primeira verdade não nega a existência das experiências agradáveis o que é às vezes erroneamente assumido.


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E

ehipassiko: que convida ao exame. Um epíteto para o Dhamma.

ekaggatarammana: Preocupação única; unicidade da mente em um só ponto. Na meditação, é a qualidade mental que permite que a atenção do meditador permaneça controlada e focada no objeto de meditação escolhido. Ekaggatarammana atinge plena maturação com o desenvolvimento do quarto jhana.
ekayana-magga: Um caminho unificado; um caminho direto. Um epíteto para a prática de estar plenamente atento nos quatro fundamentos: corpo, sensações, mente e objetos mentais (satipatthana).
evam: assim; dessa forma. Este termo é usado na Tailândia para o encerramento formal de um sermão e é empregado no início de muitos suttas – evam me suttam – assim ouvi.


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F

fundamentos da atenção plena: veja Satipatthana.


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G

gotrabhu-ñana: "Conhecimento para mudança de linhagem": O vislumbre do nibbana que faz alguém mudar de pessoa comum (puthujjana) para um Nobre (ariya-puggala).


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H

hinayana: "Veículo Inferior," originalmente um temo pejorativo – cunhado por um grupo que se autodenominava como os seguidores do Mahayana, o "Grande Veículo" – para denotar o caminho da prática daqueles que aderiam somente aos discursos mais antigos como a palavra do Buda. Os "Hinayanistas" se recusavam a reconhecer os discursos mais recentes, compostos pelos "Mahayanistas", que reivindicavam conter ensinamentos que o Buda sentiu serem muito profundos para a sua primeira geração de discípulos, e que por isso ele os confiou a serpentes subterraneas.
hiri-ottappa: Escrúpulo. Essas emoções gêmeas são chamadas "as guardiãs do mundo” porque estão associadas com todas as ações hábeis ou benéficas. Essas emoções têm como base o conhecimento da lei de causa e efeito, ao invés do mero sentimento de culpa. Hiri equivale à vergonha de cometer transgressões ou o auto-respeito, aquilo que nos refreia de cometer atos que colocariam em risco o respeito que temos por nós mesmos; ottappa equivale ao temor de cometer transgressões ou o respeito pela opinião dos outros, o temor saudável de cometer atos inábeis que possam resultar em opiniões desfavoráveis dos outros com relação a nós mesmos. Veja kamma.


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I

idappaccayata: Condicionalidade Isto/aquilo. Este nome para o princípio causal que o Buda descobriu na noite do seu Despertar enfatiza o ponto que, com o propósito de dar fim ao sofrimento e estresse, o processo de causalidade pode ser entendido inteiramente em termos das forças e condições que são experimentadas no âmbito da experiência direta, sem ser necessário fazer referência a forças que operem fora desse âmbito.


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J

jagariya: Vigilância, estado de alerta, manter-se desperto. Especialmente com o sentido de ser cauteloso com relação aos perigos que aquele que busca a perfeição irá provavelmente enfrentar.

jhana (Skt. dhyana): Absorção mental. Se refere principalmente às quatro realizações meditativas materiais, assim chamadas devido à característica do objeto empregado para o desenvolvimento da concentração. Essas realizações são caracterizadas por uma forte concentração num único objeto acompanhada da suspensão temporária das atividades nos sentidos e também da suspensão temporária dos cinco obstáculos, (nivarana). Esse estado de consciência no entanto é acompanhado por perfeita lucidez e clareza mental. O primeiro jhana é acompanhado e caracterizado pela presença de cinco fatores mentais: vitakka (pensamento aplicado), vicara (pensamento sustentado), piti (êxtase), sukha (felicidade), e ekaggatarammana (unicidade mental). Algumas vezes as realizações meditativas imateriais também podem ser chamadas de jhanas imateriais. Esses estados são chamados de imateriais devido à caracteristica do objeto empregado para a concentração.


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K

kaya: (tr. Lit. acumulação). Corpo, grupo. Pode se referir ao corpo físico (rupa-kaya) ou ao corpo mental (nama-kaya). Neste último caso é um nome coletivo para os grupos mentais (sensação, percepção, formações mentais, consciência).

kalyana-mitta: Amizade admirável. O bom amigo ou nobre amigo é um bhikkhu mais sênior que é o mentor e amigo do seu pupilo, que deseja o bem estar e progresso deste, guiando-o na meditação. Em particular o mestre de meditação é assim denominado.

kama: pode significar (1) sensualidade subjetiva, desejos sensuais; (2) sensualidade objetiva, os cinco objetos dos sentidos. A sensualidade subjetiva ou desejos sensuais são dirigidos a todos os cinco objetos dos sentidos e é sinônimo de ‘desejo sensual’, kama-cchanda, um dos cinco obstáculos (nivarana); ‘desejo sensual’, kama-raga, também é um dos dez grilhões (samyojana). O desejo sensual também é uma das impurezas (asava) e um dos apegos (upadana). Os cinco objetos dos sentidos são os objetos visíveis, os sons, odores, sabores e sensações tangíveis. O desejo sensual é completamente eliminado no estado de ‘não retorno’ (anagamami).

kamma (Skt. karma): Ação. Denota a vontade (cetana) benéfica (kusala) ou prejudicial ( akusala) e os seus fatores mentais concomitantes que causam o renascimento e moldam o destino dos seres. Essas vontades kammicas se manifestam como ações benéficas ou prejudiciais com o corpo, linguagem e a mente.
kammatthana Literalmente, "base de trabalho" ou "lugar de trabalho". A palavra se refere à "ocupação" de um monge praticante de meditação: em outras palavras, a contemplação de certos temas de meditação através dos quais as forças das contaminações (kilesa), desejo (tanha), e ignorância (avijja) possam ser desenraizadas da mente. No procedimento de ordenação, cada novo monge é ensinado cinco kammatthana básicos que constituem a base para a contemplação do corpo: cabelos da cabeça (kesa), pêlos do corpo (loma), unhas (nakha), dentes (danta), e pele (taco). Por extensão, o kammatthana inclui todos os quarenta temas clássicos de meditação. Embora se possa dizer que cada praticante de meditação se dedica a kammatthana, o termo é mais freqüentemente usado para identificar em particular a linhagem de florestas Tailandesa que foi fundada por Phra Ajaan Mun e Phra Ajaan Sao.
karuna: Compaixão; simpatia; a empatia com o sofrimento dos outros. Uma das dez perfeições (paramis) e uma das quatro "moradas sublimes" (brahma-vihara).

khattiya: Na época do Buda uma pessoa que pertencia a um dos clãs ou tribos reconhecidos com sendo de descendência nobre, ou um Arya, o que significava ocupar a classe social superior. Todos os reis e líderes pertenciam a essa classe social.
kaya: Corpo. Normalmente se refere ao corpo físico (rupa-kaya; veja rupa), porém às vezes se refere ao corpo mental (nama-kaya; veja nama).
kayagata-sati: Atenção plena no corpo. Este é um termo geral que abrange vários temas de meditação: manter a atenção plena na respiração; manter a atenção plena nas posturas do corpo; manter a atenção plena em todas atividades; analisar o corpo em suas partes; analisar o corpo de acordo com suas propriedades físicas (veja dhatu); contemplar o fato de que o corpo está inevitavelmente sujeito à morte e a desintegração. Veja o MN 119.
khandha:agregado; amontoado; grupo (veja sakkaya). Componentes físicos e mentais da identidade e da experiência sensual em geral. As cinco bases do apego (veja upadana). Veja: nama (fenômeno mental), rupa (fenômeno físico), vedana (sensação), sañña (percepção), sankhara (formações mentais), e viññana (consciência).
khanti: Paciência; autodomínio. Uma das dez perfeições (paramis).
kilesa: Poluições, contaminações, qualidades prejudiciais que poluem a mente. Existem 10 contaminações, assim chamadas porque são impuras em si mesmas e porque contaminam os fatores mentais a elas associados (Vism XXII 45). Elas são: (1) lobha (cobiça), (2) dosa (raiva), (3) moha (delusão), (4) mana (presunção), (5) ditthi (entendimento incorreto), (6) vicikiccha (dúvida, ceticismo), (7) thina (torpor mental), (8) uddhacca (inquietação), (9) ahirika (não ter vergonha de cometer transgressões), (10) anottappa (não temer cometer transgressões). Não é encontrada uma classificação dos kilesas nos suttas embora esse termo ocorra com freqüência. Também traduzido com “emoções perturbadoras” principalmente em textos Mahayana.
kusala: Benéfico, hábil, bom. São todas as vontades kammicas (kamma-cetana, s. cetana) e os fatores mentais a elas associados que são acompanhados por duas ou três raízes (mula), isto é, ausência de cobiça/desejo (alobha) e ausência de raiva/aversão (adosa) e em alguns casos também ausência de delusão (amoha: sabedoria). Tais estados de consciência são considerados como kamma benéfico pois são as causas de resultados kammicos favoráveis e contêm a semente de um renascimento feliz. Veja seu oposto akusala e kamma.


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L

lakkhana: Veja ti-lakkhana.
lobha: Cobiça; paixão. Sinônimo de tanha e raga. Uma das três raízes de estados prejudiciais (mula) na mente.

loka: Mundo. Denota as três esferas de existência que compreendem todo o universo, isto é, (1) o reino da esfera sensual (kama-loka), ou o mundo dos cinco sentidos; (2) o reino da esfera da matéria sutil (rupa-loka); (3) o reino da esfera imaterial (arupa-loka).
loka-dhamma: Condições do mundo ou assuntos, fenômenos do mundo. A lista padrão indica oito: riqueza, perda de riqueza, status, perda de status, elogio, crítica, prazer, e dor.
lokavidu: Conhecedor do mundo. Um epíteto para o Buda.
lokuttara: Transcendente; supramundano (veja magga, phala, e nibbana).


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M

magga: Caminho. Nos suttas, em geral, este termo aparece com dois significados: (1) Os quatro caminhos supramundanos veja ariya-pugala. (2) O Nobre Caminho Óctuplo é o caminho que conduz à cessação do sofrimento, isto é, a última das Quatro Nobres Verdades (sacca). Especificamente, o caminho compreende três grupos: Sabedoria (pañña) - Entendimento Correto, Pensamento Correto; Virtude (sila) – Linguagem Correta, Ação Correta, Modo de Vida Correto; Concentração (samadhi) – Esforço Correto, Atenção Plena Correta, Concentração Correta.

mahathera: "Grande ancião." Um título honorifico automaticamente conferido a um bhikkhu com pelo menos vinte anos como bhikkhu. Compare com thera.

majjhima: Intermediário; apropriado; adequado; médio; meio.

mana: Presunção, orgulho. Um dos dez grilhões que aprisionam ao ciclo de existências (samyojana). Também é uma das contaminações (kilesa). Desaparece completamente apenas com o estado de arahant.

manasikara: atenção, advertência mental. Este termo aparece com frequência nos suttas como yoniso-manasikara, atenção com sabedoria (equilibrada, metódica). Por ex. no MN 2 é descrita como um antídoto contra as impurezas (veja asava); é uma das condições para o surgimento do entendimento correto (MN 43), do caminho de ‘entrar na correnteza’ e dos fatores da iluminação (veja bojjhanga). A atenção sem sabedoria (ayoniso-manasikara) conduz ao surgimento das impurezas (MN 2) e aos cinco obstáculos (veja nivarana).

mano: mente, no Abhidhamma é usado como sinônimo de viññana e citta. De acordo com os comentários do Visudhimagga algumas vezes significa bhavanga-sota.

mara: Tr. Lit. ‘O assassino’. Mara é o Senhor do Mal no Budismo, a Tentação e Senhor da Sensualidade, cujo objetivo é desviar os praticantes do caminho para a libertação e mantê-los aprisionados no ciclo de sucessivos nascimentos e mortes. Algumas vezes os textos empregam o termo “Mara” com um sentido metafórico, representando as causas psicológicas internas para o cativeiro, como o desejo e a cobiça, e as coisas externas às quais nos apegamos, em particular os próprios cinco agregados. Mas é evidente que a linha de pensamento dos suttas não concebe Mara apenas como uma representação das fraquezas morais humanas mas o vê como uma divindade maléfica real cujo objetivo é frustrar os esforços daqueles que têm como meta alcançar o objetivo supremo.
metta: Amor bondade; boa vontade, o desejo de bem estar e felicidade para os outros. Uma das dez perfeições (paramis) e uma das quatro "moradas sublimes" (brahma-vihara).
moha: Delusão; ignorância (sinônimo de avijja). Uma das três raízes de estados prejudiciais (mula) na mente.
mudita: Alegria altruísta, regozijo com as virtudes e êxitos dos outros. Uma das dez perfeições (paramis) e uma das quatro "moradas sublimes" (brahma-vihara).
mula: Literalmente, "raiz". Sao aquelas condições que pela sua presença na mente determinam a qualidade moral - benéfica (kusala) ou prejudicial (akusala) – de uma volição ou intenção (cetana) e a consciência e os fatores mentais associados a esta, em outras palavras, a qualidade do kamma. As três raízes prejudiciais são lobha (cobiça), dosa (aversão), e moha (delusão); as raízes benéficas são os seus opostos. Veja kilesa (contaminações).


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N

naga: Um termo comumente usado para se referir a animais fortes, majestosos e heróicos, tais como elefantes e serpentes mágicas. No Budismo, também é utilizado para referir-se àqueles que atingiram o objetivo da prática, os arahants.
nama: mentalidade, fenômeno mental. Este termo se refere aos componentes mentais dos cinco khandhas , e inclui: vedana (sensações), sañña (percepção), sankhara (formações mentais), e viññana (consciência). Compare com rupa.

nama-rupa: Nome e forma; mentalidade-materialidade. A união de fenômenos mentais (nama) e fenômenos físicos (rupa) que constituem os cinco agregados (khandha), e que é um elo crucial na cadeia causal da origem dependente (paticca-samuppada).

ñana: Sabedoria, insight; compreensão; conhecimento; entendimento; é um sinônimo de pañña.

nekkhamma: Renúncia; literalmente, "liberdade do desejo sensual". Um dos dez paramis.
nibbana (Skt. nirvana): libertação; em termos literais o "desatamento" da mente das impurezas mentais ( veja asava), contaminações (veja kilesa), do ciclo de renascimentos (veja vatta) e de tudo que pode ser descrito ou definido. Como este termo também denota a extinção de um fogo, carrega a conotação de acalmar, esfriar e pacificar. (De acordo com a física que se ensinava nos tempos do Buda, o fogo se agarra ou adere ao seu combustível; quando extinto, ele está desatado). "Nibbana total" em alguns contextos denota a experiência do despertar; em outros, o falecimento de um arahant.
nibbida: desencantamento. O desencantamento representa o distanciamento de toda existência condicionada representada pelos cinco khandhas, os ayatanas e a primeira nobre verdade, e surge do conhecimento e visão de como as coisas na verdade são e conduz ao desapego, viraga.

nimitta: marca, sinal, imagem, objeto. Esses significados aparecem em vários contextos. Num deles é a imagem mental que pode surgir durante a meditação. Na meditação existem três tipos de nimitta. O primeiro tipo é parikamma-nimitta, que se refere à percepção do objeto bem no início da concentração – este também é conhecido como “imagem ou sinal preparatório’. Quando a mente alcança um grau débil de concentração, surge uma imagem ou sinal ainda instável e não muito nítido chamado uggaha-nimitta ou “sinal adquirido”. Essa percepção antecede o surgimento de uma imagem totalmente clara e estável chamada patibhaga-nimitta ou “imagem de contrapartida” ou “sinal de contrapartida”. O surgimento desse terceiro tipo de nimitta indica o aparecimento da concentração de acesso, o estado que antecede a plena absorção do jhana. Noutro contexto, nimitta é a aparência através da qual os objetos externos são apreendidos, as qualidades mais distintas de um objeto que quando agarradas sem atenção plena, podem dar origem a pensamentos com contaminações. Os detalhes podem em seguida serem agarrados pela atenção depois que o primeiro contato perceptivo não tenha sido acompanhado pela contenção.
nirodha: Cessação; dispersão; interrupção. Veja “Um Problema com a palavra Nirodha”.
nissarana: escapatória, estar livre, deixar para trás.

nivarana: Cinco qualidades que são obstáculos para a mente e que cegam a nossa visão mental. Com a sua presença não é possível alcançar a concentração (samadhi) e não é possível discernir com clareza a verdade. Elas são: desejo sensual (kama-cchanda) , má vontade (vyapada), preguiça e torpor (thina-middha), inquietação e ansiedade (uddhacca-kukkucca), e dúvida (vicikiccha).


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O

ogha: torrente. um sinônimo de asava (impurezas). As torrentes são assim chamadas porque mantêm os seres submersos no ciclo de existências e não permitem que eles se elevem aos estados superiores e até a Nibbana

opanayiko: que conduz para adiante. Um epíteto para o Dhamma.


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P

pabbajja: "Sair (da vida em família para a vida santa)"; ordenação como um samanera/samaneri, ou bhikkhu/bhikkhuni. Veja upasampada.

paccekabuddha: alguém que realizou a iluminação, ou o despertar, sem ter ouvido os ensinamentos do Buda. Ou, em outras palavras, um arahant que realizou nibbana tendo compreendido as quatro nobres verdades sem a ajuda de um mestre, por esfoço próprio. Ele no entanto não tem a capacidade de ensinar o Dhamma aos outros. De acordo com a tradição, os paccekabudhas apenas surgem quando os ensinamentos de um Buda tiverem desaparecido por completo.
paccattam: Pessoal; individual

pajanati: compreender, conhecer, entender, descobrir, distinguir. Veja também Parijanati.
pali: O cânone de textos preservado pela escola Theravada e por extensão o idioma em que esses textos foram compostos.
pamujja: satisfação, contentamento, alegria.

pañña: Sabedoria, insight; compreensão; conhecimento; entendimento. Veja também ñana.

pañña-vimutti: libertação pela sabedoria, significa a sabedoria associada com a fruição do estado de arahant. Este termo com freqüência acompanha cetto-vimutti.
papañca: Complicação, proliferação. A tendência da mente para proliferar assuntos a partir da noção de "eu". Este termo também pode ser traduzido como pensamento auto reflexivo, reificação, falsificação, distorção, elaboração ou exageração.
parami (também paramita): Perfeição de caráter. Um grupo de dez qualidades desenvolvidas ao longo de muitas vidas por um bodhisatta que aparece como um grupo no Cânone em Pali somente no Jataka ("Estórias de Nascimentos"): generosidade (dana), virtude (sila), renúncia (nekkhamma), sabedoria (pañña), energia (viriya), paciência (khanti), honestidade (sacca), determinação (adhitthana), amor bondade (metta), e equanimidade (upekkha).

parijanati: compreensão completa: compreender de modo completo ou totalmente, entender de modo completo, conhecer de modo completo. Saber com precisão ou com certeza. Compreender de modo completo através da investigação é o conhecimento ou sabedoria do insight, vipassana-pañña. Compreender de modo completo é a consumação do conhecimento iniciado pelo conhecimento direto, abhijanati. Parijanati é um termo em geral empregado apenas em relação ao arahant. Veja também pajanati.
parinibbana: desatamento total ou completo; a completa cessação dos khandhas que ocorre no falecimento de um arahant.
parisa: Seguidores; assembléia. Os quatro grupos dos seguidores do Buda que inclui monges, monjas, discípulos leigos homens e mulheres. Compare com sangha. Veja bhikkhu/bhikkhuni, upasaka/upasika..
pariyatti: Entendimento teórico do Dhamma obtido através da leitura, estudo e aprendizado. Veja patipatti e pativedha.

passaddhi: consiste na tranqüilidade dos fatores mentais e tranqüilidade da consciência.
paticca-samuppada: Origem dependente; Surgimento dependente. Um mapa mostrando a forma como os agregados (khandha) e as bases dos sentidos (ayatana) interagem com a ignorância (avijja) e desejo (tanha) produzindo o sofrimento e estresse (dukkha). Como as interações são complexas, existem várias versões diferentes do paticca-samuppada nos suttas. No mais comum, o mapa inicia com a ignorância. Em um outro, o mapa inicia com a inter relação entre mente (nama) e forma (rupa) de um lado, e consciência (viññana) do outro.
patimokkha: O código básico de disciplina monástica que consiste de 227 regras para monges (bhikkhus) e 310 regras para monjas (bhikkhunis). Veja Vinaya..
patipatti: A prática do Dhamma em oposição ao mero conhecimento teórico (pariyatti). Veja também pativedha.
pativedha: Realização direta, em primeira mão da verdade do Dhamma. Veja também pariyatti e patipatti.
peta: Um fantasma faminto - um de uma classe de seres dos reinos inferiores, às vezes capazes de aparecer para os seres humanos. Os petas são freqüentemente representados na arte Budista como seres famintos com bocas do tamanho de um alfinete através da qual eles nunca conseguem fazer passar alimento suficiente para saciar a sua fome.
phala: Fruto, fruição. Especificamente, o fruto ou estado mental que segue após alcançar um dos quatro caminhos supramundanos (veja ariya-pugala ).
phra: (Tailandês) Venerável. Usado como prefixo ao nome de um monge (bhikkhu).
piti: Êxtase. É um dos sete fatores da iluminação (bojjhanga). Na meditação, uma sensação prazerosa no corpo que alcança plenitude com o desenvolvimento do segundo jhana. Veja sukha.
puja: Honra; respeito; observância devocional. Mais comumente, as observâncias devocionais que são praticadas nos monastérios diariamente (pela manhã e noite), nos dias de uposatha, ou outras ocasiões especiais.
puñña: Mérito; a sensação interior de bem estar que resulta de ter agido corretamente ou bem, e que possibilita a que alguém continue agindo bem.
puthujjana: Um dos muitos; um "mundano" ou pessoa comum. Uma pessoa comum que ainda não realizou nenhum dos quatro estágios da iluminação. Veja ariya-puggala.


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Q


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R

raga: Cobiça, paixão. Veja os sinônimos lobha e tanha
rupa: Forma; fenômeno físico; objeto sensorial. O significado básico dessa palavra é "aparência" ou "forma". É usada no entanto, em um número de contextos distintos, adotando diferentes graduações de significados em cada um deles. Nas listas dos objetos dos sentidos, é dada como o objeto do sentido da visão. Como um dos khandha se refere a fenômeno físico ou sensações (aparência visível ou forma sendo as características que definem o que é físico). Esse também é o significado quando se opõe a nama, ou fenômeno mental.


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S


sacca: Verdade. As Quatro Nobres Verdades (aryia-sacca) são o resumo mais sintético de todos os ensinamentos do Buda. Elas são a verdade do sofrimento (dukkha), da origem (tanha) do sofrimento, da cessação (nibbana) do sofrimento e do caminho (magga) que conduz à cessação do sofrimento.
saddha: Convicção, fé. É dito que um Budista tem fé se “ele acredita na iluminação do Buda” (MN 53); ou nas três jóias (tiratana), através da toma de refúgio (tisarana) nelas. A sua fé no entanto deve ser “equilibrada e fundamentada no entendimento” e ele deve investigar e testar o objeto da sua fé (MN 47). A fé no Budismo não está em conflito com o espírito inquisitivo e a “dúvida com respeito a coisas duvidosas” é admitida e a sua investigação é encorajada. A “faculdade da fé” (saddhindryia) deve ser equilibrada com a da sabedoria. É dito que: “Um bhikkhu que tem entendimento estabelece a sua fé de acordo com esse entendimento.” Através do entendimento e sabedoria, a fé se transforma em certeza ínterior e firme convicção baseada na própria experiência pessoal. A fé é chamada de a semente de todos os estados benéficos porque ela inspira a mente com confiança e determinação para iniciar a travessia da correnteza do samsara. A fé inabalável é alcançada com o estágio de ‘entrar na correnteza’ (sotapanna) no qual o grilhão da dúvida é erradicado.
sadhu: (exclamação) "Isso é bom"; uma expressão que demonstra apreciação ou concordância.
sagga: Paraíso, reino divino. A morada dos devas. Se diz que o renascimento no paraíso é uma das recompensas para a prática da generosidade (veja dana) e virtude (veja sila). Porém, como todos os estágios no samsara, o renascimento no paraíso é temporário. Veja também sugati.
sakadagami: ‘Que retorna uma vez’. Uma pessoa que abandonou os primeiros três grilhões que aprisionam a mente ao ciclo de renascimentos (veja samyojana) , enfraqueceu os grilhões da paixão sensual e má vontade, e que após a morte está destinado a renascer neste mundo somente uma vez mais.

sakkaya: grupo existente. Esta palavra de forma usual é interpretada como ‘identidade’, mas de acordo com os comentários ela corresponde a sat-kaya, grupo existente. Nos suttas é tomada como um nome para os cinco grupos da existência (khandhas)
sakkaya-ditthi: Crença na identidade, idéia da existência de um eu. A idéia que erroneamente identifica qualquer um dos khandha como um "eu"; o primeiro dos dez grilhões (samyojana). O abandono de sakkaya-ditthi é uma das marcas do nível de ‘entrar na correnteza’ (veja sotapanna). Existem 20 tipos de idéias da existência de um eu, que são obtidos ao aplicar os 4 tipos de crença aos 5 khandha. Os quatro tipos de crença são: considerar a forma como sendo o eu; considerar o eu como possuído de forma material; considerar a forma material como estando no eu; considerar o eu como estando na forma material. O mesmo com as sensações, percepções, formações mentais e consciência.
sakyamuni: "Sábio dos Sakyas"; um epíteto para o Buda.
sakya-putta: Filho do Sakya. Um epíteto para os monges Budistas, tendo sido o Buda um nativo de Sakya.
sallekha-dhamma: Tópicos de aniquilação (aniquilando as contaminações) – ter poucos desejos, estar satisfeito com o que tem, isolamento, não se envolver com companhias, energia, virtude (veja sila), concentração, sabedoria, libertação, e o conhecimento e visão da libertação.
samadhi: Concentração; a prática de centrar a mente em um único objeto de meditação. É um dos sete fatores da iluminação (bojjhanga). A Concentração Correta (samma-samadhi) que é o último elo do Nobre Caminho Óctuplo (magga) é definida como as quatro absorções mentais (jhana). Em um sentido mais amplo, também compreende estados de concentração mais débeis e está associada a todos os estados de consciência com kamma benéfico (kusala). A concentração incorreta (miccha-samadhi) é a concentração associada com todos os estados de consciência com kamma prejudicial (akusala).
samana: Contemplativo. Literalmente, uma pessoa que abandona as obrigações convencionais da vida social de forma a encontrar uma forma de vida "em sintonia" (sama) com o estilo da natureza.
samanera (samaneri): Literalmente um samana pequeno; um monge (monja) noviço que observa dez preceitos e que é um candidato para admissão na ordem dos bhikkhus (bhikkhunis). Veja pabbajja.
sambhavesin: (Um ser) buscando por um lugar para renascer.
sammati: Realidade convencional; convenção; verdade relativa; suposição; qualquer coisa criada pela mente.
sampajañña: plena consciência; clara compreensão. Os comentários analisam quatro tipos: (1) plena consciência do propósito, discernir um propósito benéfico na ação intencionada; (2) plena consciência da adequação dos meios utilizados, discernir que os meios utilizados para alcançar os objetivos são adequados; (3) plena consciência do domínio, não abandonar o objeto da meditação durante a rotina diária; (4) plena consciência como não delusão, discernir que as próprias ações são processos condicionados desprovidos de um eu substancial. Veja sati.
samsara: Transmigração; o ciclo de morte e renascimento. Veja vatta.
samvega: A opressiva sensação de choque, consternação e alienação, que surge ao se dar conta da futilidade e falta de sentido da vida da forma como ela é normalmente vivida; uma sensação de culpa pela própria complacência e tolice em ter se permitido viver de maneira tão cega; e um senso de urgência em encontrar uma saída desse ciclo sem sentido.
samyojana (sanyojana): Grilhões que aprisionam a mente ao ciclo de renascimentos (veja vatta) – idéia da existência de um eu (identidade) (sakkaya-ditthi), dúvida (vicikiccha), apego a preceitos e rituais (silabbata-paramasa); desejo sensual (kama-raga), má vontade (vyapada); desejo pela forma (rupa-raga), desejo pelos fenômenos sem forma (arupa-raga), presunção (mana), inquietação (uddhacca), e ignorância (avijja). Os cinco primeiros grilhões são também chamados grilhões inferiores porque levam ao renascimento no reino da esfera sensual.
sanditthiko: Óbvio; aparente imediatamente; visível no aqui e agora. Um epíteto para o Dhamma.
sangha: No nível convencional (sammati), este termo denota a comunidade de monges e monjas Budistas; no nível ideal (ariya), denota aqueles discípulos do Buda, leigos ou ordenados, que alcançaram pelo menos o nível de ‘entrar na correnteza’ (veja sotapanna), o primeiro dos caminhos transcendentes (veja ariya-pugala) culminando no nibbana. Recentemente, particularmente no Ocidente, o termo "sangha" tem sido popularmente adaptado para comunicar o sentido mais amplo da "comunidade de discípulos do caminho Budista", embora essa utilização não tenha suporte no Cânone em Pali. O termo "parisa" pode ser mais adequado para esse significado muito mais amplo.
sankhara: Formação, composto, criação, fabricação – as forças e fatores que criam as coisas (física ou mental), o processo de criação, e as coisas que são criadas como resultado. Nesse sentido também pode ser interpretado como a dualidade sujeito/objeto. Sankhara pode se referir a qualquer coisa formada ou criada por condições, ou, mais especificamente, (como um dos cinco khandhas) formações mentais.
sañña: percepção; alusão; ato da memória ou reconhecimento; interpretação. Veja khandha.
sanyojana: Veja samyojana.
sasana: Literalmente, "mensagem". A revelação, doutrina e legado do Buda; a religião Budista (veja Dhamma-vinaya).
sati: Atenção plena, poderes de referência e retenção. É um dos sete fatores da iluminação (bojjhanga) e o sétimo elo do Nobre Caminho Óctuplo (magga) e é no seu sentido mais amplo um dos fatores mentais associados de forma inseparável com toda consciência com kamma benéfico (kusala). Em alguns contextos, a palavra sati, quando usada só, também abrange vigilância (sampajañña)
satipatthana: Fundamentos da atenção plena; estrutura de referência – corpo, sensações, mente e objetos mentais, vistos em e por si mesmos à medida em que ocorrem. A descrição detalhada deste tema, tão importante na prática da cultura mental Budista pode ser encontrada nos dois Satipatthana Suttas (DN 22 e MN 10).
sa-upadisesa-nibbana: Nibbana com combustível restando (a analogia é com um fogo extinto cujas brasas ainda estão incandescentes) – liberação experimentada nesta vida por um arahant.
savaka: Literalmente, "ouvinte". Um discípulo do Buda, especialmente um discípulo nobre (veja ariya-puggala.)
sayadaw: (Birmanês). Venerável ancião; um título honorifico concedido a um bhikkhu Birmanês altamente respeitado.

sekha: um ‘nobre discípulo’, um discípulo no treinamento mais elevado, isto é um discípulo que se dedica ao treinamento tríplice (virtude, concentração e sabedoria), é um dos sete tipos de discípulos: que alcançaram um dos quatro caminhos supramundanos ou um dos três frutos, aquele que alacançou o quarto fruto, que é o arahant, se diz ter superado o treinamento.
sikkhati: aprender, treinar

sila: Virtude, moralidade. A qualidade de pureza ética e moral que previne que alguém decaia do caminho óctuplo. Também, os preceitos de treinamento que refreiam alguém de realizar atos inábeis. Sila é o segundo tema no treinamento gradual (veja anupubbi-katha), um dos dez paramis, o segundo de sete tesouros (veja dhana), e o primeiro dos três fundamentos para atos meritórios (veja dana e bhavana).
sotapanna: Aquele que Entrou na Correnteza ou Venceu a Correnteza. Uma pessoa que abandonou os primeiros três grilhões que aprisionam a mente ao ciclo de renascimentos (veja samyojana) e dessa forma entrou na "correnteza" fluindo inexoravelmente para nibbana, com a garantia de que a pessoa terá no máximo mais sete renascimentos.
stupa (Pali: thupa): Originalmente, um túmulo ou colina com uma sepultura guardando as relíquias de uma pessoa santa – tal como o Buda – ou objetos associados com a sua vida. Ao longo dos séculos isso se desenvolveu nos monumentos altos e espiralados familiares nos templos na Tailândia, Sri Lanka e Birmânia; e nos pagodes da China, Coréia e Japão.
sugati: Destinação feliz; os dois níveis de existência mais elevados em que alguém pode renascer como resultado de ações hábeis feitas no passado (veja kamma): renascimento no mundo humano ou nos paraísos (Veja sagga). Nenhum desses estados é permanente. Compare com apaya-bhumi.
sugato: Que se saiu bem; indo (ou tendo ido) para uma boa destinação. Um epíteto para o Buda.
sukha: felicidade. Na meditação, uma sensação mental prazerosa que alcança plena maturidade com o desenvolvimento do terceiro jhana. Veja piti.

suññata: vazio. Como termo doutrinário, no Theravada, se refere exclusivamente à doutrina de anatta isto é, a falta de substância em todos os fenômenos
sutta (Skt. sutra): Literalmente, "corda"; um discurso ou sermão do Buda ou seus discípulos contemporaneos. Após a morte do Buda os suttas foram transmitidos no idioma Pali de acordo com uma bem estabelecida tradição oral, e foram finalmente colocados na forma escrita no Sri Lanka por volta de 100 AC. Mais de 10.000 suttas estão contidos no Sutta Pitaka, o principal conjunto de escrituras do Budismo Theravada. Os suttas em Pali são amplamente considerados como o registro mais antigo dos ensinamentos do Buda.


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T

tadi: "Tal," um adjetivo para descrever aquele que atingiu o objetivo. Indica que o estado da pessoa não pode ser definido, porém não está sujeito a mudanças ou influências de qualquer tipo.
tanha: (Tr. lit. sede) Desejo. Pela sensualidade, por ser/existir, ou por não ser/existir (veja bhava). É a causa principal do sofrimento e do interminável ciclo de renascimentos, veja sacca. Veja os sinônimos lobha e raga .
tapas: O "calor" purificador da prática de meditação.
tathagata: este é o epíteto que o Buda empregava com mais freqüência para referir a si mesmo. Tatha significa assim ou tal; a segunda parte agata significa vir. No entanto a palavra gata significa ir. Há muito debate se o significado de tathagata é "assim ido (tatha-gata)" ou " assim vindo (tatha-agata)". O tathagata está totalmente presente ou ele se foi totalmente? Ele é completamente imanente ou transcendente? Talvez a melhor interpretação é que tathagata significa ambos, completamente imanente, compassivo, sintonizado em todas as coisas, completamente atento e ao mesmo tempo transcendente, dotado da sabedoria transcendente. Por outro lado, os comentadores em Pali explicam o tathagata como aquele que veio para o nosso meio trazendo a mensagem do imortal, para o qual ele “foi” através da sua própria prática do caminho

te-vijjha: os três conhecimentos verdadeiros: conhecimento das vidas passadas, olho divino e destruição das impurezas.
than: (Tailandês; também "tan") Reverendo, venerável.
thera: "Ancião." Um título honorifico que é conferido a um bhikkhu com pelo menos dez anos como bhikkhu. Compare com mahathera.
theravada: A "Doutrina dos Anciãos" – a única das primeiras escolas de Budismo que sobrevive até o presente; atualmente é a forma de Budismo dominante na Tailândia, Sri Lanka e Birmânia. Veja também Hinayana.
ti-lakkhana: Três características inerentes a todos fenômenos condicionados – impermanência, sofrimento e não-eu.
tipitaka (Skt. tripitaka): O Cânone Budista; literalmente os três "cestos" – regras de disciplina (Vinaya), discursos (Sutta) e tratados de filosofia (Abhidhamma).
tiratana: A "Jóia Tríplice" consistindo do Buda, Dhamma e Sangha – ideais nos quais todos Budistas buscam refúgio. Veja tisarana.
tisarana: O "Tríplice Refúgio" – o Buda, Dhamma e Sangha. Veja tiratana.


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U

uddhacca: inquietação, desassossego. É um dos dez grilhões (samyojana) e um dos cinco obstáculos (nivarana).

ugghatitaññu: De rápido entendimento. Após o Buda ter alcançado o Despertar, estava considerando se devia ou não ensinar o Dhamma, ele percebeu que havia quatro categorias de seres: aqueles de rápido entendimento, que alcançariam o Despertar depois de uma breve explanação do Dhamma, aqueles que alcançariam o Despertar somente após uma longa explanação (vipacitaññu); aqueles que alcançariam o Despertar apenas após serem conduzidos através da prática (neyya); e aqueles que, ao invés de alcançar o Despertar, obteriam na melhor hipótese um entendimento intelectual do Dhamma (padaparama).
upadana: Apego. O apego é uma intensificação do desejo, tanha. Os quatro tipos de apego são: à sensualidade, às idéias, a preceitos e rituais e a idéias da existência de um eu.

upadhi: aquisições, tem o sentido literal de “aquilo sobre o que algo se apóia”, isto é, os fundamentos ou parafernália da existência. A palavra tem tanto um sentido objetivo como subjetivo. Com o sentido objetivo significa as coisas adquiridas, isto é, as posses da pessoa. Com o sentido subjetivo significa a ação de se apropriar de algo com base no desejo.

upakkilesa: A palavra upakkilesa é usada algumas vezes com o sentido de máculas ou imperfeições da meditação de concentração; algumas vezes com o sentido de máculas ou imperfeições no insight (veja vipassanupakkilesa); e algumas vezes significando máculas menores que surgem à partir das três raízes prejudiciais – desejo, raiva e delusão – nessas formas ou nos seus desdobramentos.
upasampada: Aceitação; ordenação completa como um bhikkhu ou bhikkhuni. Veja pabbajja.
upasika (upasaka): Um discípulo feminino (masculino) leigo do Buda. Compare com parisa.
upekkha: Equanimidade, a atitude de imparcialidade desapegada com relação aos seres (não apatia ou indiferença). É um dos sete fatores da iluminação (bojjhanga). Uma das dez perfeições (paramis) e uma das quatro "moradas divinas" (brahma-vihara).
uposatha: Dia de observância, correspondendo às fases da lua, no qual pessoas leigas Budistas se reúnem para ouvir o Dhamma e observar preceitos especiais. Nos dias de uposatha da lua nova e lua cheia os monges se reúnem para recitar as regras do Patimokkha.


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V

vassa: Retiro das Chuvas. O período de Julho a Outubro, que corresponde aproximadamente à época de chuvas, em que se requer que cada monge permaneça vivendo em um só lugar sem perambular livremente.
vatta: O ciclo de nascimento, morte, e renascimento. Isto denota ambos a morte e renascimento de seres vivos e a morte e renascimento das contaminações (kilesa) dentro da mente. Veja samsara.

vayama: esforço, empenho. Veja também viriya.
vedana: Sensação – prazer (calma), dor (sofrimento), ou neutra. Veja khandha.
vicara: Avaliação; pensamento sustentado; pensamento discursivo. Na meditação, vicara é o fator mental que permite que a atenção se desloque e se movimente em relação ao objeto. Vicara e o seu fator acompanhante vitakka alcançam plena maturidade com o desenvolvimento do primeiro jhana. Vitakka é comparado com a ação de tocar um sino enquanto que Vicara equivale à ressonância produzida.

vicikiccha: dúvida, ceticismo. É um dos cinco obstáculos (nivarana) e um dos três grilhões (samyojana) que desaparecem completamente ao ‘entrar na correnteza’ (sotappana).

vijanati: discernimento, conhecimento discriminador.
vijja: Conhecimento verdadeiro ou superior. Por exemplo te-vijja, os três conhecimentos verdadeiros. Esta é uma palavra que tem distintas conotações no Cânone e nem sempre como o antônimo de avijja. O antônimo de avijja em geral é ñana.
vijja-carana-sampanno: perfeito no verdadeiro conhecimento e conduta. Um epíteto para o Buda.
vimutti: Libertação. Pode ser de dois tipos: libertação da mente (ceto-vimutti) e libertação pela sabedoria (pañña-vimutti).

vimokkha: Libertação, como os seres se libertam das coisas do mundo. Há três libertações: animitta na qual todas as formações são consideradas como impermanentes, appanihita na qual todas as formações são consideradas como sofrimento, suññata na qual todas as formações são consideradas como não-eu ou vazias.
vinaya: A disciplina monástica, compreendendo seis volumes no texto impresso, cujas regras e tradições definem cada aspecto do modo de vida dos bhikkhus e bhikkhunis. A essência das regras para os monásticos está contida no Patimokkha. A conjunção do Dhamma com o Vinaya forma o núcleo da religião Budista: "Dhamma-vinaya" - "a doutrina e disciplina" – é o nome que o Buda deu ao moveimento que ele fundou.
viññana: Consciência; o ato de notar os objetos sensoriais e idéias na medida em que eles ocorrem; a cognição mais elementar dos objetos sensoriais e idéias; uma qualidade mental que é um dos cinco agregados (veja khandhas). Em alguns suttas viññana aparece como sinônimo de citta e mano. O progresso de viññana de uma vida para outra, transformando (de acordo com o kamma individual) a vida do ser (após a morte) para a vida seguinte, está expressa em alguns suttas, no entanto a idéia de que se trata de uma substância imutável é rejeitada e condenada de forma enfática.

vipallasa: distorções, perversões ou alucinações que podem ocorrer na percepção, (sañña-vipallasa), na mente, (citta-vipallasa), ou nas idéias, (ditthi-vipallasa). As distorções podem ser de quatro tipos: considerar o impermanente como permanente, o doloroso como prazeroso, aquilo que não é o eu como o eu, e aquilo que é feio ou impuro como belo ou puro.
vipaka: A conseqüência e o resultado de cada ação volitiva do passado (kamma).
vipassana: ‘insight’, é o discernimento intuitivo claro que revela a verdade da impermanência, o sofrimento e a natureza insubstancial de todos os fenômenos físicos e mentais (veja ti-lakkhana). O conhecimento do insight (vipassana-pañña) é o fator libertador decisivo no Budismo, embora ele tenha que ser desenvolvido em paralelo como os outros dois elementos de virtude (sila) e concentração (samadhi). O Insight não é o resultado da mera compreensão intelectual, mas é conquistado através da meditação observando de forma direta os próprios processos mentais e corporais. Veja também abhijanati
vipassanupakkilesa: Máculas ou imperfeições no insight; experiências intensas que podem ocorrer ao longo da meditação e que podem levar alguém a acreditar que completou o caminho. A lista padrão inclui: luzes, conhecimento psíquico, êxtase, serenidade, prazer, convicção extrema, esforço excessivo, obsessão, indiferença e contentamento.

viraga: desapego. Através do desapego é realizado o caminho supramundano. O fruto do desapego é vimutti. Veja nibbida.
viriya: Energia, virilidade, persistência. Uma das dez perfeições (paramis), um dos sete fatores da iluminação (bojjhanga). Veja também vayama.
visakha (também Vesakha, Vesak, Wesak, etc.): O antigo nome para o mês lunar Indiano da primavera correspondendo ao nosso Abril-Maio. De acordo com a tradição, o nascimento do Buda, Despertar, e Parinibbana todos ocorreram na noite de lua cheia do mês de Visakha. Esses eventos são comemorados nesse dia no festival do Visakha que é celebrado anualmente em todo o mundo do Budismo Theravada.
vitakka: Pensamento aplicado. O pensamento pode ser benéfico, prejudicial ou neutro sob o ponto de vista de kamma. Existem três tipos de pensamentos prejudiciais ou inábeis (akusala): pensamentos sensuais, pensamentos com raiva e pensamentos com crueldade. Existem três tipos de pensamentos benéficos ou hábeis: pensamentos de renúncia, de não raiva e não crueldade. Estes últimos três constituem o ‘Pensamento Correto’ que é o segundo elo do Nobre Caminho Óctuplo. Na meditação, vitakka é dar atenção a um pensamento. Sua característica consiste em fixar a consciência no objeto. Vitakka e o seu fator acompanhante vicara alcançam plena maturidade com o desenvolvimento do primeiro nível de jhana. Vitakka é comparado com a ação de tocar um sino enquanto que Vicara equivale à ressonância produzida.

viveka: afastamento. O afastamento pode ser de cinco tipos: (i) em relação a um aspecto em particular (temporário, através da prática de insight); (ii) através da supressão (temporário, ao alcançar os jhanas); (iii) através da erradicação (permanente, através do caminho supramundano); (iv) através do apaziguamento ( permanente, através do fruto do caminho supramundano); (v) através da escapatória (permanente, em Nibbana).

vyapada: má vontade, é um sinônimo de dosa; é um dos cinco obstáculos (nivarana) e um dos dez grilhões (samyojana)


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W


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XYZ

yoniso manasikara: atenção com sabedoria é descrita como a atenção com os meios corretos (upaya) e na direção correta (patha). É explicada como diligência, consideração ou preocupação mental que está de acordo com a verdade, isto é, atenção para com aquilo que é impermanente como impermanente, etc. (veja manasikara).


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