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MAGIA: eras astrológicas, As Eras e as Forças Espirituais


Mas qual a utilidade deste conceito de Era para o trabalho espiritual? È que na minha opinião deve-se trabalhar espiritualmente em concordância com as suas influencias, ou se quisermos sob as vibrações de certas entidades espirituais que as regem. usando esta sintonia e simpatia cósmica estamos no caminho evolutivo mais correcto e mais rápido para o humano atual. No tempo de Cristo e dos Cabalistas passados, por exemplo, certos mantras sagrados e certas técnicas meditativas e rituais traziam essas influências espirituais ao equipamento cognitivo humano como estimulo do desenvolvimento espiritual, tal como vemos em expressões como ICHT no Cristianismo antigo ou o INRI, ou então como o IESHEVEA dos cabalistas da Golden Dawn.

Crowley veio dizer, por isso, que o sistema da Golden Dawn, e os métodos da Velha Era por ela herdados e desenvolvidos, eram caducos para o desenvolvimento espiritual actual da humanidade. Os mantras de força que se trabalham no ritual telemico, como THELEMA, AGAPE, LASHTAL, etc., trazem agora essa influencia nova e revolucionaria os processos espirituais como antigamente traziam o INRI, mas num contexto completamente novo e revolucionário para a consciência moderna.

Sob o ponto de vista do Wicca, que trabalha sistemas mais antigos que os cristãos sob o ponto de vista da escalada temporal das eras, pode parecer paradoxal que nós tenhamos tendência a trabalhar com os impulsos da Nova Era. Isso explica porque Gardner insistiu tanto em assimilar material telemico no seio da liturgia wiccan. Seguindo a tendência steieriana de que esta era que vivemos seria regida por Touro-Escorpião, Gardner colocou também o Wicca sob o desiderato da ascese sacramental da sexualidade e de uma ética de harmonia com o mundo natural. A sua filosofia ritual de liberdade dionisíaca e a sua sintonia com as forças de uma nova era espiritual leva-o a usar e abusar de quotações do Livro da Lei e da Missa Gnóstica de Crowley, nos rituais wiccans. Os seus sucessores na pessoa de Doreen Valiente descartaram a partir de inícios dos anos cinquenta a influencia telemica da Wicca inicial, tornando-a uma prática enquadrada na moral púdico-burguesa, com laivos de folclore pagão, que hoje os antropólogos e historiadores consideram ser completamente falso sob o ponto de visto da história.

È paradoxal que embora a Wicca possa parecer caduca, sob o ponto de vista cíclico das eras processionais, nos seus métodos mágico-religiosos após a desfiguração dos materiais gardnerianos feitos por Doreen Valiente e os grupos ecleticos, assim como pela predominância das regras formais de ordem cerimonial tipicas da Maçonaria e da Golden Dawn, ela conservou liminarmente alguns elemntos essencias desta era nova. Um deles é a predomiancia da Deusa no contexto do casal Magico.`Nao deixa de ser curios que a Era de Touro/Escorpião, que Steiner dizia emergir em força no fim da era de Peixes e na era do Aquário, corresponde precisamente ás épocas das Deusas da Fertilidade e à sua emergência nas culturas babilónicas e cretenses, com as suas Deusas das Serpentes, de peitos grandes e nutrientes como a vaca zodiacal. Mas a verdade é esta também: os Deuses Antigos regressaram de novo à humanidade, mas a relação que eles agora nos pedem, ou até exigem em termos de relacionamento interactivo e espiritual, é completamente diferente do das épocas precedentes.

A predominância de material folclórico na Wicca, com o intuito de lhe dar uma aparência de antiguidade, pode ser completamente despropositado. A humanidade já não é a mesma de outrora, sob o ponto de vista cognitivo! Talvez por isso, Gardner tenha instituído a Bruxaria Moderna com características tão telemicas na sua fundação original! O descartamento do telemismo inicial é um regresso a modos de relação mágico-religiosa que são, sob o ponto de vista do impulso das Eras, totalmente obsoletas. O americanismo néo-hippie, pese embora o seu papel revolucionário dos costumes nos anos cinquenta e sessenta, descaracterizou ainda mais o Wicca, pudificando-o num sistema pueril e anacrónico, reconduzindo-o ainda mais fundo aos impulsos da Velha Era.
CONTINUA

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