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MITOLOGIA NÓRDICA: OS SACERDOTES VIKINGS


walkyrias

Segundo o vikingólogo Rudolph Keyser jamais existiu um clero sacerdotal
distinto da demais população. A diferença entre o leico e o sagrado era
inexistente, então não haveria um sacerdote "profissional" e a
responsabilidade religiosa cabia ao chefe tribal ou rei.

Para Régis Boyer também jamais existiu clero entre os vikings, castas de
sacerdotes ou coisa que o valha. Para Boyer ainda se nega a existência de
qualquer tipo de rito de iniciação ou de formação sacerdotal entre os
vikings. R. Boyer explica que o homem ocidental tenta projetar nos vikings a
imagem religiosa dos druidas ou ainda da própria religião cristã em que
estão imersos. As funções religiosas sempre investidas ao líder do clã ou
família. Quando não haviam conhecedores de determinados procedimentos
religiosos era chamada uma Völva ou qualquer outra pessoa de fora que melhor
conhecesse.



mapa de vinland

Snorri Sturlusson fala na Prose Edda sobre um conselho de sacerdotes na
Islândia e é concenso entre todos os historiadores da área que esta e uma
completa interpretação errônea das fontes.

O próprio termo Godi só era usado dentro da própria Islândia. Fora dela era
desconhecido e raramente se ouvia falar em "sacerdotes". De uma maneira
geral na Escandinávia um "sacerdote" atendia por Vardveíttu Hóf ("atendente
de templo").

Não existia uma nação viking e portanto a existência de reis antes era
imcabida, e para tal o líder tanto realizava as tarefas de gerenciamento da
lei como de conduão espiritual, mas mesmo assim não formaram classe
sacerdotal definida, segundo Dubois.

Segundo o vikingólogo Byock na Islândia um fazendeiro para assumir o papel
de Godi não passava por nenhum treinamento ou investidura de cargo, mas
apenas um juramento ante seu clã para assumir a funçao com responsabilidade,
uma vez que não reis e os pequenos lideres locais deveriam se ater a seus
próprios afazeres. A política local da comunidade garantia neste caso, ao
Godi investido, uma determindade autoridade em seu local.

Logo a investidura de sacerdócio era sempre ligada a duas palavras do
nórdico antigo: Eidr e Thing. Eidr é o juramento solene que o líder faz
perante seus afins ao assumir a função e se reponsabilizar por seu clã. E a
Thing era o conselho democrática onde era votada questões de lei e de
religião, e muitas vezes poderiam os Godis serem eleitos em Things. O cargo
nunca era fixo, podendo ser repassado por motivos de idade, sabedoria,
experiencia ou ainda liderança. O Prof. Johnni Langer deixa sempre clara
todas essas observações em seus escritos sobre sacerdócio.

O caso de sacerdócio nos raros templos, como em Uppsalla ou ainda aquele
descrito na Saga Viga-Glúmr se distingue em exceção aos demais. É o caso de
um clã familiar que se dedica por gerações a manter uma vida religiosa
restrita e fomentar espiritualidade a outras pessoas em sua propria casa que
é tratada como um templo. O proprio clã é responsável pela manutenção do
templo/casa e dirigir seus afazeres. Não há relatos de pessoas de fora que
iam ao templo receber "treinamentos" ou querer se tornar "sacerdote". Na
verdade o conhecimento era repassado aos membros do clã e raramente se
"adotava" outrem, uma vez que questão da linhagem sanguínia era evidente
para assumir tal papel.

Sei que escrevi por demais, mas acho importante que este tema (apesar de já
batido) fique sempre claro para todos e não tentem confundir nossa religião
o Odinismo, com qualquer outra forma de religiosidade pagã.

Um abraço,

Vagner Cruz

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